AUTÁRQUICAS’21 | TÁBUA: Entrevista a Ricardo Cruz, candidato do PS com o projecto “COMPROMISSO COM TÁBUA”

O amor pelo associativismo começou cedo, ainda “teenager”, com os estudos a serem “partilhados” com a venda de pão numa banca do Mercado Municipal de Tábua, altura em que assumia também cargos nas associações de estudantes.

Licenciado em Motricidade Humana no ramo das Ciências da Educação Física e do Desporto, tem um percurso invejável em diversos clubes, como o Sporting, Benfica, Tabuense e Associação Académica de Coimbra, enquanto atleta e também dirigente.

Para além do Desporto, Ricardo Cruz foi também professor na Escola de Natação Palácio dos Desportos (Viseu) e na Escola Municipal de Natação de Tábua, para além de ter sido Director Pedagógico da EPTOLIVA (Escola Profissional).

Vereador do Município de Tábua entre 2009 e 2017, é desde as últimas eleições autárquicas vice-presidente da Câmara Municipal, abraçando ainda nove pelouros que vão do Associativismo e Sociedade Civil até ao Turismo e Recursos Naturais.

Em jeito de balanço, Ricardo Cruz fala do “amor pelo associativismo” – deixando claro que sempre assumiu lugares de trabalho “(para muitos é de destaque, mas para mim é trabalho e dedicação) ao longo dos anos” – numa clara alusão à recente eleição como vice-Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Tábua.

Elege como “marco histórico” para Tábua a estruturação do espaço da “Feira e Eventos”, para além de toda a dinâmica associada ao Mercado Municipal.

O candidato socialista reconhece que “ foram quatro anos muito, mesmo muito positivos, até tendo em consideração os momentos difíceis” (incêndios, ciclones e pandemia), destacando ainda o grande investimento nas áreas da Educação e do Desporto.

Para o futuro, Ricardo Cruz aponta a criação de uma “comunidade energética” e de uma “sociedade de reabilitação urbana”, conceitos que quer ver desde logo incrementados.

A COMARCA DE ARGANIL (CA): Como é que surge este “amor” pelo Associativismo?

RICARDO CRUZ (RC): Surge pela vontade e, como referiu, pelo amor e dedicação de ajudar a Comunidade de forma ativa e, sobretudo, contribuir para o desenvolvimento da nossa terra. Ou seja, sempre fui uma pessoa que apreciou e que aprecia bastante de estar junto das pessoas, e que entende que se trabalharmos em parceria, ajudamos a promover o desenvolvimento da nossa terra e do nosso Concelho.

Desde cedo – mais novo – que estive ligado ao Associativismo (onde se incluem as Associações de Estudantes), nomeadamente à Associação Juvenil “Tábua XXI”, onde participei ativamente em projetos como o da criação do Centro de Juventude (situado na antiga Escola Primária de Sevilha). Mais tarde, ajudei a reativar a Associação Recreativa e de Melhoramentos de São João da Boa Vista, com o intuído de trazer mais atividade à Freguesia, refletindo-se em dinamismo nas aldeias e localidades.

Mas também, estive ligado ao associativismo desportivo – seja no Núcleo do Sporting Clube de Portugal de Tábua, seja no Grupo Desportivo Tabuense – e mais tarde ligado a outro tipo de associativismo, refiro às IPSS, nomeadamente à Santa Casa da Misericórdia que tem inúmeras valências e áreas de intervenção.

Referir que, apesar de não ter participado nos órgãos sociais, sou sócio de inúmeras Associações, particularmente dos Bombeiros Voluntários de Tábua, de que sou sócio desde 2004, bem como da Associação de Melhoramentos, Cultura e Recreio da Freguesia de Sinde e da LAFA -Liga dos Amigos da Freguesia de Ázere. É este o meu modo de estar na sociedade.

CA: Em relação à Misericórdia de Tábua, para que fique bem esclarecido, a sua entrada não foi “cozinhada” para que ainda no decorrer do mandato fosse eleito vice-provedor?

RC: Nas Associações onde estive, em nenhuma delas foi por designação. Foi sempre através de eleição. Aliás, sempre assumi lugares de trabalho (para muitos é de destaque, mas para mim é trabalho e dedicação) ao longo dos anos.

Com isto quero referir que a minha ligação ao movimento associativo foi sempre de forma transparente, independente, dedicada e não remunerada. No caso, em concreto, da Santa Casa da Misericórdia de Tábua, posso referiu que levei algum tempo a ponderar e a refletir se deveria aceitar o convite para integrar a lista. Contudo, relembro que já sou Irmão há mais de 17 anos, tendo participando em muitos atos eleitorais.

Que fique claro, nunca estive nem nunca estarei nas Associações com algum tipo de interesse, que não seja o da dedicação e o empenho em ajudar.

CA: Este vai ser um dos caminhos que irá manter: cada vez mais apoiar o associativismo, se for eleito presidente da Câmara Municipal de Tábua?

RC: Sim. No âmbito do pelouro do Associativismo e da Sociedade Civil, saliento o trabalho desenvolvido na criação da Plataforma do Associativismo; a estruturação de uma Agenda de eventos com vista a potencializar as mesmas; a inclusão das mesmas em eventos com a Tábua de Queijos e Sabores da Beira e na FACIT; a promoção dos Museus Etnográficos; a disponibilização de transportes; os apoios pontuais; a presença constante nas associações no sentido de auscultar os seus problemas e ajudar a resolver as suas dificuldades…

Aí, convenhamos, há mais do que provas dadas e há mais do que credenciais nessa matéria e com certeza muito trabalho ainda a fazer.

CA: Então esse será um caminho que terá continuidade?

RC: Claro, baseando sempre a atuação no princípio de isenção, não poderei imiscuir-me do direito e dever que tenho em participar de forma ativa, respeitando sempre os princípios e os limites inerentes à função que desempenharei.

CA: Para além do cargo de vice-presidente do Município, teve ao longo destes quatro anos vários pelouros. Que balanço é que faz?

RC: Percorrendo três ou quatro pelouros, para não ser maçador naquilo que é todo o desempenho de um Autarca, considero que foram quatro anos muito, mesmo muito, positivos, até tendo em consideração os momentos difíceis por que passámos ao longo deste mandato.

Em relação ao pelouro das “Feiras, Mercados e Promoção de Produtos Endógenos”, dizer que estive na génese daquilo que foi a estruturação – o tempo passa rápido e as pessoas por vezes esquecem onde se realizava a feira mensal (um espaço aberto, sem condições, ocupando a via pública) – do espaço da feira, que numa primeira fase passou por reorganizar e dar-lhe condições mínimas, e ir preparando aquilo que foi concretizado em 2019, o Recinto de Feiras e Eventos (num investimento superior a 350 mil euros), baseado na reorganização da Feira Mensal e na requalificação do espaço envolvente.

Neste momento temos um espaço que acolhe uma das melhores feiras da região, com um recinto totalmente alcatroado, vedado, com sanitários, com segurança, organizado em termos de espaço e de movimentação e circulação de pessoas.

Foi uma obra deste mandato e é um marco histórico, que para além de aprazível tem permitido desenvolver projectos urbanísticos à volta do espaço e que coabitam bem com o recinto de feiras, que ganhou também outra dinâmica – o recinto não ficou só para a feira – nomeadamente espectáculos culturais, e que provam a boa gestão na utilização dos recursos e dos investimentos com dinheiros públicos.

No âmbito do Mercado Municipal, fizemos, numa primeira fase, obras e dinamizámos o mesmo, com a criação de uma Agenda de Eventos – agora com a pandemia está limitada – de promoção desta infraestrutura: “Festa do Vinho Novo”; “Concurso de Couves e Abóboras de Natal”; “Mercado Nocturno” (numa estratégia de captação de novos públicos e de promoção dos produtos endógenos e das tasquinhas).

De salientar que mesmo durante a pandemia, temos um dos melhores mercados a funcionar com segurança, com excelente organização, e estamos já com projectos em bolsa para podermos recuperar a cobertura do Mercado e também da zona envolvente (tasquinhas).

Neste âmbito das “Feiras e Mercados” foi feito um excelente trabalho, com investimentos de valores avultados, baseado numa estratégia de organização e promoção do que temos.

Não esquecemos que todas as iniciativas ou uma maior parte delas, foi numa lógica de promoção dos produtos endógenos, mas também de alavancagem daquilo que são outras feiras, como a FACIT (Feira Agrícola, Comercial e Industrial de Tábua) que ganhou uma nova dimensão; e da “Tábua de Queijos e Sabores da Beira” (antiga feira do queijo), também elas promotoras dos produtos e produtores endógenos (originários da terra).

No âmbito do “Turismo e Recursos Naturais”, este mandato também foi rico e com bastante trabalho na preparação de várias candidaturas e de vários projectos, no qual culminou com a recuperação da única Praia Fluvial que o concelho tinha: Praia Fluvial da Ronqueira (na freguesia de Mouronho), que em Agosto de 2020 foi inaugurada (investimento superior a 350 mil euros), no âmbito da candidatura “Praia Acessível”, e que está inserida na “Rede das Aldeias do Xisto”, potencializando desta forma o Turismo no concelho, e a qual, recentemente, viu o ser-lhe conferido o galardão “Praia Acessível” atribuído pela APA-Agência Portuguesa do Ambiente, e criámos também condições para a “Bandeira Azul” (projecto a 2 anos), para que na próxima edição da época balnear a possamos hastear, reconhecendo assim a qualidade que a praia tem.

Mas aqui tenho que referir que alavancámos mais do que a época balnear (reduzida a dois/três meses) articulando um protocolo com o Agrupamento de Escolas de Tábua, onde já foram levados à Praia Fluvial da Ronqueira mais de mil alunos no âmbito do Centro de Formação Desportiva de Desportos Náuticos.

Ou seja, temos uma mais-valia naquilo que é a promoção do espelho de água do Rio Alva.

CA: Mas para além da Ronqueira, temos também o Rio Cavalos, nomeadamente com as aldeias de Sevilha (Tábua) e Vale de Gaios (Midões). Quais são os projectos existentes?

RC: Na estratégia do “Turismo e Recursos Naturais”, não é só a Praia Fluvial da Ronqueira, há uma estratégia global.

Nessa matéria, no presente ainda e preparando o futuro, dizer que existe uma estratégia concertada de forma a olharmos para o concelho de uma forma global e, depois, num conceito intermunicipal – porque no Turismo temos de criar redes de contacto com outos concelhos para ganharmos dimensão. Foi, ainda, criada uma estratégia de dinamização do “Turismo Rural” e também no âmbito da promoção deste tipo de turismo em articulação com o Hotel de Tábua. Isto é, temos uma praia fluvial mas também temos projectos para o futuro.

Nesse âmbito, para o “Trilho de Vale de Gaios” já estão sinalizados cerca de 250 mil euros, mas para termos noção de que se trata de um processo bastante moroso – porque o trilho não é público, tem várias parcelas privadas – o Município teve que ter autorização de todos os proprietários, e porque está numa zona de reserva ecológica e de reserva agrícola, incidindo em áreas de domínio hídrico, teve de se levar o processo à APA-Agência Portuguesa do Ambiente para autorização da mesma.

Este é um investimento que irá permitir a colocação de passadiços e pontes em madeira tratada ao longo de um percurso e terá sinalização desde Tábua até à entrada do concelho de Oliveira do Hospital.

Para além desta, está também a ser preparada a dinamização da bacia da Barragem da Aguieira – Rio Mondego (que banha as freguesias de Ázere, Tábua e Póvoa de Midões) e estamos a preparar uma ligação à “Ecopista do Dão” (concelho de Santa Comba Dão), para a incrementação de um percurso pedestre e ciclável.

Nesse âmbito, apostámos numa estratégia de divulgação e manutenção dos percursos, PR1 (Caminho do Xisto em Midões), PR2 (Percurso Pedestre do Xisto em Sevilha), e criámos o PR3 (Rota das Pontes). Ainda no âmbito da CIM-Região de Coimbra, inscrevemos o Município na “Grande Rota do Alva” (freguesias de Meda de Mouros e Mouronho); criámos uma variante na “Pedra da Sé” (maciço granítico que está devidamente sinalizado); estamos inseridos na “Grande Rota do Mondego” que tem 142 km de extensão. Apostámos fortemente em que os percursos estivessem sempre acessíveis e que pudessem ser percorridos de forma segura.

De salientar ainda o trabalho que está a ser feito na intervenção da “Via Romana” localizada na Pedra da Sé. Estamos, neste mandato, a fazer um investimento na recuperação do património natural, e este recurso natural – tal como dei o exemplo do “Trilho de Vale de Gaios” – tem uma burocracia muito grande, porque a Pedra da Sé não é pública (é privada), tendo sido articulado, com a respetiva autorização da proprietária, e com o Ministério da Cultura (visto que é um património classificado), uma intervenção monitorizada por uma empresa de arqueologia para que a recuperação fosse de forma correcta.

Brevemente irão ser iniciados os trabalhos de limpeza da vegetação, para numa 2.ª fase “repor” a ligação da via romana, porque Tábua é a “porta de entrada” para a Bobadela e para um potencial turístico do património Romano.

A estratégia do concelho também passou pela promoção da plataforma SMIITY,em que sinalizámos mais de cem pontos turísticos; nas redes sociais com o “Visitábua”, em que ao longo das publicações vamos efetuando a promoção da parte turística que está associada ao Turismo de Natureza.

Em suma, foi um mandato bastante rico no âmbito daquilo que foi a organização, a estruturação e a definição de novas estratégias de promoção.

Sem querer ainda entrar no sector desportivo, percebermos que a inclusão da pista e a recuperação do relvado (Estádio Municipal) também leva a que haja um “Turismo Desportivo”, nomeadamente na captação de estágios de várias equipas, que podem ser feitos em Tábua, promovendo as unidades hoteleiras, trazendo assim riqueza para a Concelho.

CA: Na área do Desporto houve um forte investimento ao longo destes quatro anos…

RC: Houve. Nós temos que olhar para o Desporto Municipal numa lógica mais abrangente, ou seja, temos que olhar para duas áreas. O desporto orientado para a promoção da actividade física, com promoção da Saúde e combate ao sedentarismo, alavancando uma cultura desportiva que passa por incutir, desde cedo, nas crianças a prática das atividades desportivas e físicas, para que possam ser ativos regularmente em adultos.

Relembro que desde assumi funções nesse pelouro, a dinamização das próprias piscinas foi enorme. Não tínhamos aulas no período antes designado de “antes de ir trabalhar” ou mesmo aos Sábados, e neste momento temos aulas que vão desde o Aqua +50, Aqua RX, Aquamix, entre outras para um público-alvo sénior, que complementam as atividades da Escola Municipal de Natação (EMNT), incentivando os munícipes para a prática de actividade física. Para isso criámos aulas aos sábados (desde a natação para bebés – mais de dois anos de idade) e dinamizámos a própria infra-estrutura, criando novas modalidades e novas ofertas desportivas para captar públicos-alvo que não fossem só o público-alvo escolar e da aprendizagem/especialização da Natação, e conseguimos aderir ao programa Portugal a Nadar da Federação Portuguesa de Natação.  

Portanto, orientámos toda a estratégia de cultura desportiva nesse sentido. Levámos o “Movimento e Onda Sénior” às IPSS’s – estamos a falar em mais de 200 seniores que têm actividades físicas em articulação com o UCC Pedra da Sé (Centro de Saúde de Tábua), e em que é monitorizada a evolução da limitação e evolução do desenvolvimento dos movimentos doa nossos seniores.

Apostámos naquilo que são estratégias de chamar as pessoas à prática informar da atividade física, com eventos e com o Centro de Marcha e Corrida de Tábua, criando vias cicláveis na vila de Tábua e colocação de ginásios ao ar livre, para que as pessoas pudessem fazer actividade física ao ar livre, quer seja de forma acompanhada ou individual.

Lançámos vários desafios às associações, inclusive no âmbito do “Ténis de Mesa”, o que fez disparar o número de participantes da modalidade.

Dinamizámos inúmeras atividades, ou seja, promovemos a oferta desportiva para a promoção da Saúde, e não tanto no carácter competitivo.

Mas também o projecto “Ginásio Municipal” (a funcionar no Estádio Municipal) tem sido êxito, com vários participantes, estando aberto à comunidade, numa lógica não competitiva mas de combate ao sedentarismo.

Posso dizer que temos sido pioneiros em muitas matérias, tanto é que temos recebido o galardão de “Município Amigo do Desporto” ininterruptamente ao longo de 5 anos, isto é, existe um reconhecimento do Município de Tábua por parte das entidades na promoção que está a fazer para os seus munícipes, tudo isto numa lógica de dar mais Saúde às pessoas.

Ainda no Estádio Municipal, dinamizámos outras salas onde, através de outras associações, onde é praticado “Ballet”, Desportos de Combate, Yoga, entre outras modalidades.

E depois temos a outra área do Desporto de Competição, em que temos estado a fazer melhorias nas instalações, e estamos a recuperar algum tempo perdido: o Pavilhão Multiusos não tinha piso desportivo e neste momento tem, ganhando uma vida incrível com ocupação diária (escolas e clubes durante todo o dia) incluindo o fim-de-semana.

Criámos também um programa de ajuda ao movimento associativo, convidando as associações a inscreverem-se e a receber um envelope financeiro para a promoção da actividade física; e temos recuperado algumas instalações em que, o último caso, é a recuperação da pista de atletismo (Estádio Municipal), que nesta primeira fase já estamos a receber contactos para a promoção e receber eventos. Aqui, não posso deixar de referir que ainda recentemente um atleta da Comissão de Melhoramentos de Percelada, o Leandro, que obteve um 3.º lugar nacional; o atleta de alta competição Romeu Gouveia, que pratica “Trail”, também a Andreia Eliseu, campeã nacional nos 400m barreiras.

Ganhámos um conceito totalmente diferente com uma pista que pode potencializar não só concelho mas toda a região, no âmbito das várias modalidades inerentes ao atletismo.

Ainda no Estádio, estamos já a preparar instalação da 2.ª fase das torres de iluminação, e depois, com a recuperação do relvado, temos um manancial de equipas – não só as locais – para efectuar estágios.

Revelar que estamos em negociações com o Futebol Clube de Oliveira do Hospital, que ao passar para a LIGA 3, necessita de ter acesso a um piso relvado, e será com todo o gosto que vamos ajudar os clubes da região, potencializando as suas actividades desportivas.

CA: Neste particular, já há confirmação de que o FCOliveira do Hospital vem jogar a Tábua? (ver calendário publicado na edição de A COMARCA de 29 de Julho)

RC: Vamos formalizar o contrato de parceria para essa possibilidade brevemente.

Convém salientar que é uma mais-valia e sobretudo potencializamos o que está associado ao aos jogos: as pessoas vêm ver o jogo, ficam para almoçar, metem combustíveis, as equipas que ficam alojadas nas unidades de Hotelaria. Portanto, há aqui uma economia que se ganha com esta questão.

CA: Outro dos pelouros foi o da Educação…

RC: Tenho que reconhecer que tivemos o maior investimento de sempre efetuado na recuperação do Parque Escolar do concelho.

Recuperámos a Escola Básica de Mouronho, estando a finalizar o apetrechamento da biblioteca; as salas e a cantina foram remodeladas; colocámos um Parque Desportivo; recuperámos a biblioteca, possibilitámos acesso a informatização das salas.

Recuperámos uma escola que para nós é importante, no sentido de darmos uma mensagem clara da aposta nas freguesias e no investimento da educação.

Ao lado, recuperámos também o Jardim-de-infância de Mouronho (espaço exterior, espaço de atividades letivas e a cantina).

Ou seja, em Mouronho temos um investimento grande em que há a recuperação da Escola Básica mas também do Jardim-de-infância, numa lógica concertada de não perdermos alunos e captarmos ainda mais alunos.

Posso dizer que para além o investimento efectuado em Mouronho, estamos neste momento as obras do Jardim-de-infância de Candosa (recuperação do edifício), num montante que ultrapassa os 100 mil euros.

Sinalizámos já, em termos de futuro, a recuperação do Jardim-de-infância de Tábua (todas as salas, também o acesso e mobilidade e o espaço exterior).

Posso dizer que este ano lectivo superou as expectativas. A tendência é positiva: temos mais alunos no 1.º ciclo e temos mais alunos nos jardins-de-infância do concelho.

Estamos também a substituir – era um problema que vinha do passado – o fibrocimento do Agrupamento de Escolas de Tábua, e que no âmbito da descentralização de competências, nos permitiu executar a obra (que está a decorrer). As pessoas têm que perceber que esta é uma obra que só podia ser executada em pausa lectiva.

No âmbito do investimento que não é físico (em infra-estruturas) mas muito mais no investimento nas crianças, ao assinarmos a descentralização de competências, criámos novas áreas de investimento. Isto é, estamos a investir no parque escolar que estava a ficar devoluto e que era do Ministério da Educação, mas também fizemos outro tipo de trabalho: a implementação do projecto das equipas multidisciplinares, em que o Município coloca quatro técnicos (1 psicólogo, 2 terapeutas da fala e 1 educadora social) ao serviço da escola para potenciar as aprendizagens, que estão a fazer um trabalho de organização, de promoção junto dos alunos que têm mais dificuldades no sentido de potenciar a aprendizagem… tudo em colaboração com as equipas do Agrupamento de Escolas de Tábua, no âmbito do projeto +Sucesso Escolar Tábua.

No âmbito daquilo que é a digitalização informática criámos, nos ambientes inovadores onde colocámos, não só o próprio projecto de acesso aos conteúdos de aprendizagem mas também a colocação de computadores no Centro Escolar de Tábua, numa sala também em Mouronho, numa outra em Midões.

Portanto, colocámos ao serviço computadores para que os alunos possam ter – foram esses mesmos computadores que serviram, no âmbito da pandemia, a não houvesse algum retrocesso na aprendizagem e houvesse uma igualdade de aprendizagem para todos os alunos.

Lançámos projectos e investimos numa sala de informática na Escola Básica de Tábua; estamos a investir porque o dinheiro que o Ministério da Educação nos dá não chega, nem de longe nem de perto, para aquilo que investimos no âmbito das Atividades de Enriquecimento Curricular, onde destaco a biblioteca, o investimento na música – fazendo as audições no Centro Cultural de Tábua – e que se nota aqui o reconhecimento das pessoas neste investimento cultural; na educação física e no inglês, onde temos técnicos que vão às escolas ensinar estas disciplinas; no projecto “Conhece a tua região” permitindo que os próprios professores pudessem, em dados estratégicos e em visitas que fossem bem sinalizadas, o Município de Tábua oferecia os transportes, bem como a Educação Parental.

No que toca à “Educação, Formação e Empreendedorismo Jovem”, há projectos que estão já a ser implementados, mas que irão ter agora um “upgrade” (melhoria), e salientar também as novas instalações do CULTIVA, que parte delas vão estar associadas ao empreendedorismo, à parte da Escola Profissional e, também aqui, conseguimos alavancar esses conhecimentos e uma melhoria das condições; e depois, tudo aquilo que são as novas áreas: desde o GIP, IEFP, “startups”, “coworking”, “teletrabalho” (pertencemos à rede de teletrabalho nacional) permitindo que o trabalhador (seja do privado seja da função pública) possa ter um local de trabalho e que possa vir viver para Tábua.

Ainda nesta área lançámos o projecto com a Escola Profissional EPTOLIVA para a criação do QUALIFICA (formação aos adultos e requalificar as suas competências).

Só nestas áreas estamos a falar de um mandato muito rico e em que alavancamos aquilo que é a estratégia global, mas sobretudo a estratégia de integrar as pessoas, e ainda colocamos professores de inglês disponibilizando a aprendizagem da língua, assim como de português para estrangeiros residentes, no sentido de os integrar ainda mais na comunidade.

É pois um investimento avultado nas pessoas, na comunidade e no concelho de Tábua.

CA: O futuro. Na apresentação da sua candidatura “Compromisso com Tábua” (ver edição de A COMARCA de 15 de Julho) elencou 8 directrizes que quer implementar no concelho para os próximos quatro anos. Quais destaca?

RC: São esses 8 pontos-chave as áreas em que vamos apostar (Infraestruturas, Mobilidade e Planeamento Urbano; Ambiente, Florestas e Recursos Energéticos; Educação, Cultura e Turismo; Juventude e Cidadania Ativa, Desporto e Lazer; Associativismo e Sociedade Civil; Economia e Emprego; Reforço Social, Saúde Pública e Cuidados de Saúde; Freguesias e Modernização Administrativa), e que irão incluir outras subáreas de intervenção, mas destaco dois que são essenciais e cruciais para Tábua. A criação de uma comunidade energética que permite projetos de autoconsumo de energia renovável para as zonas industriais e infra-estruturas municipais, reduzindo a factura do consumo de electricidade.

Também a criação de uma SRU – Sociedade de Reabilitação Urbana – no âmbito das infra-estruturas de mobilidade e planeamento urbano. É crucial que se criem incentivos de recuperação e requalificação dos imóveis – que pode passar pela isenção e/ou redução de taxas municipais; o agilizar dos procedimentos administrativos – mas sobretudo promover programas como “Reabilitar para arrendar” (no âmbito da habitação acessível), edifícios mais sustentáveis ou mesmo estimulando a importantíssima conservação do património, dando assim vida às aldeias.

Na área urbana há a necessidade de recuperar este património e dar condições para que as pessoas depois também se fixem e possam alavancar essas mesmas condições para o seu mercado de trabalho.