OLIVEIRA DO HOSPITAL: Colégio Brás Garcia de Mascarenhas

Colégio%20B%20G%20GrupoAlunos%201940[1]

Recordar é re(viver)… no dia 4 de Junho

O Colégio Brás Garcia de Mascarenhas, que teve sede em Oliveira do Hospital, foi neste concelho e região um espaço com registo nos anais da Educação. Sem nunca pertencer a nenhuma Associação de Escolas – Ensino Particular e Cooperativo – teve uma matriz própria e autónoma. Ficou registado, sem falsos dados avaliativos, como um dos mais eficazes no distrito de Coimbra e do país. Os seus ex-alunos, hoje na vida dos múltiplos serviços públicos, privados e familiares, certificam, sem bajular e falsas afirmações, o seu diploma de qualidade.

No imediato 4 de Junho, próximo sábado, bem próximo do edifício onde funcionou algumas dezenas de anos, ainda em tempo de Estado Novo, seus antigos alunos vão conviver e recordar o que foi uma Escola/Colégio, com exercício de afectos responsáveis e eficazes, aprendizagens provadas em tempo de exames exigentíssimos, com escrita sem erros ortográficos ou falhas sintácticas. Nos antigos Liceus D. João III, aqui os rapazes, no Liceu D. Maria, as meninas, hoje Escolas Secundárias, Coimbra, onde os alunos eram submetidos a provas de avaliação final com elevado princípio selectivo, os examinadores algumas vezes, referenciavam: “Os alunos de Oliveira do Hospital vêm bem preparados, sobretudo, em Matemática e Língua Portuguesa”.

Intrinsecamente consentida por famílias e alunos, a disciplina exigida no inesquecível Colégio, foi um dos princípios exercido pelos órgãos directivos e professores. E sem abdicação deste estatuto, prioritário dentro e fora da sala de aula, os resultados foram relevantes como se reconheceu e se vai redizer pela voz de alunos e outros seguidores: “Considere-se o nosso Colégio, disciplinado, com regras e normas, um dos principais do concelho e região”, uma frase a confirmar no dia 4 de Junho, na Câmara Municipal de Oliveira do Hospital e Pavilhão Multiusos.

Negativo para as sociedades, livres e responsáveis, consiste na prática sobre muitos professores, em tarefas escolares, dignos substitutos dos pais, serem agredidos e desrespeitados. Publicamente, não se conhece que, qualquer sindicato da classe, com direito ao contraditório construtivo, os tenha defendido como todos, imperativamente, desejam e merecem. O pior das sociedades livres, mas responsáveis, têm alicerces na indisciplina escolar. A já alta e preocupante conflitualidade nos jovens pode ter origem nas famílias, mas mais nas escolas, sem respeito e humanismo por professores e colegas. Nos estabelecimentos de ensino, níveis e graus diversificados, algumas atitudes e comportamentos têm excesso de liberdade.

No tempo que decorre ainda são lembrados alguns dos professores, saudade de hoje, recordação de e para sempre. Da vasta lista de outrora, dentre muitos evoquem-se: Carlos Campos, Físico/Química e Matemática; Alexandre Marques Gomes, Língua Portuguesa; Lúcio Rosa Dias Coelho, Português e Geografia; João de Almeida Santos, Ciências Naturais; Maria Antónia, Matemática; Carlos Gomes, filho de Alexandre Gomes, Língua Portuguesa; Maria do Carmo Vasconcelos, Inglês/Francês; reverendo Padre Laurindo, Formação Moral e religião Católica; Teodoro Fidalgo, docente polivalente, que preparava alunos, com aprovação em exame da antiga 4.ª classe, para ingresso na Admissão ao Liceu. E já nos derradeiros anos de vida do Colégio, também o reverendo padre, Dr. António Borges Carvalho, que leccionou na disciplina de Língua Portuguesa e também Formação Moral.

Do aliciante programa, a desenvolver na cidade, enlevo para três dos seus membros. Pelas 11.30 horas, missa na Capela de Santa Ana, celebrada pelo Padre António Borges, lembrando, com sentida e profunda dor, alunos e professores falecidos; uma hora depois, recepção pelo Presidente da Câmara, Prof. José Carlos Alexandrino, no Salão Nobre dos Paços do Município; por fim, na Sala Multiusos do Mercado Municipal, pelas 13.30 horas, convívio com almoço e actuação de antigo aluno, Vítor Sá, Fado de Coimbra.

Tendo a Câmara Municipal em serviço dois competentes professores, presidente José Carlos e vereadora da Cultura, Graça Silva, resta a sugestão: «Recrie-se a história local quanto a origens do Colégio, métodos pedagógicos de ensino/aprendizagem, referenciais e valores considerados, raro sucesso educativo». O concelho, seus antigos alunos e saudosos professores, vos diriam BEM-HAJAM. A educação, bandeira sempre viva de um país, o merece.