Falta de condições técnicas e operacionais para missões de emergência médica no heliporto de Santa Comba Dão obriga Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) a transferir o seu helicóptero para o aeródromo de Viseu.

O INEM refere em comunicado que recebeu hoje a informação que “o helipcóptero de emergência médica sediado no Centro de Meios Aéreos de Santa Comba Dão teria de suspender de imediato a sua atividade neste heliporto”.

Segundo o mesmo comunicado, esta decisão foi comunicada pela empresa Babcock, responsável pela gestão da operação, aeronavegabilidade permanente e manutenção do Serviço de Helicópteros de Emergência Médica (SHEM) do INEM.

A decisão unilateral do INEM está relacionada com o facto de a empresa inglesa ter sido notificada pela Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC) que o heliporto de Santa Comba Dão apenas está autorizado e licenciado para fins de proteção civil e que não possui qualquer certificação legal que permita incluir operações de emergência médica”, esclarece.

O INEM explica que, de momento e à luz dos regulamentos em vigor, a helipista de Santa Comba Dão não pode ser certificada como Base de Operações de Helicópteros de Emergência Médica.

“Com base nesta informação, o INEM viu-se obrigado, no imediato, a tomar as medidas adequadas para garantir as melhores condições para o cumprimento da atividade do SHEM, transferindo este helicóptero para o Aeródromo Municipal de Viseu”, adianta.

O meio aéreo que assegurava a emergência médica e ainda a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) deixaram a região do Planalto Beirão sem meios de socorro rápido em situações de emergência o que é considerado pela Direção dos Bombeiros Voluntários de Santa Comba Dão “uma perda irreparável em termos de “Emergência/Socorro” para os santacombadenses e, ainda, para os habitantes dos concelhos limítrofes (Tondela, Mortágua, Carregal do Sal e Tábua) que ficam desprotegidos e a perder”.

A Direção dos Bombeiros Voluntários de Santa Comba Dão confirmam que “esta situação ficou a dever-se ao facto de o Heliporto não possuir uma Certificação da ANAC (Autoridade Nacional de Aviação Civil) para operar o helicóptero do INEM, visto que os “Canais de Aproximação e Descolagem” não se encontrarem desobstruídos, nomeadamente, pela Feira Semanal e as árvores dos terrenos privados envolventes ao heliporto.

A Direção da Associação dos Bombeiros resposabilizam ainda o presidente da Câmara Municipal de Santa Comba Dão, Leonel Gouveia porque desde longa data têm vindo a alertar e exigir uma resolução para este problema que até à data não encontrou qualquer solução”.

Para o INEM, a decisão agora tomada “irá permitir manter toda a operacionalidade desta aeronave, sem colocar em causa a capacidade de resposta na área de atuação do respetivo meio de emergência médica”.

O Instituto diz que outros esclarecimentos sobre as questões técnicas relacionadas com as operações aeronáuticas e a certificação desta infraestrutura “devem ser solicitados à Babcock ou à ANAC”.

TEXTO: Clemente António Pereira (Jornal do Centro)