AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DA LOUSÃ: “Enquanto comunidade temos de pensar a Educação de uma forma global e inclusiva”

No início de Setembro e depois das reuniões gerais do pessoal não docente e do pessoal docente e das jornadas pedagógicas, teve início com toda a normalidade o novo ano escolar nas escolas do Agrupamento de Escolas da Lousã (AEL).

E apesar de todos os problemas, conhecidos, que afectam a educação e o ensino, não deixa de ser motivo de satisfação e orgulho para o director do Agrupamento, Pedro Balhau, o balanço feito do ano escolar anterior, com votos da continuação dos êxitos alcançados neste novo ano escolar.

Acesso ao ensino superior – 1ª fase

Mais uma vez e como disse Pedro Balhau, “aumentou o número de alunos do Agrupamento de Escolas colocados na 1.ª fase de acesso ao ensino superior (89 discentes), sendo que destes 51 alunos foram colocados no curso de primeira opção. A grande maioria dos alunos que se candidataram, através do Agrupamento na 1.ª fase no ano de 2023, foram colocados em estabelecimentos de ensino superior de Coimbra (68 alunos, 76,4%), distribuindo-se pela Universidade de Coimbra (29 alunos, 32,6%), pelo Instituto Politécnico de Coimbra (32 alunos, 36,0%) e pela ESEnfC (7 alunos, 7,9%). A Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC foi a instituição com mais alunos do Agrupamento colocados na 1.ª fase (20,2%), confirmando-se a tendência da escolha de cursos na área das ciências exatas, havendo a mencionar mais 8 alunos colocados no ISEC.

Desde o ano de 2028 e como salienta o director do Agrupamento de Escolas da Lousã, “há uma evolução muito positiva, quer no número total de alunos candidatos (82%), quer nos alunos colocados na sua 1ª opção, indicadores do foco e do esforço dos alunos e famílias, apoiados pelo trabalho de uma equipa educativa competente que ajudam a “Sonhar, Desejar e Fazer” (mote do Projeto Educativo do AEL). Enquanto diretor do AEL sinto uma grande satisfação por constatar estes indicadores académicos e sociais do sucesso educativo, mas também da inclusão que o AEL promove”.

Rede escolar 23-24

Pedro Balhau adianta ainda que “aumentou o número de alunos no AEL (2007) comparativamente ao ano anterior (1982), o que implicou o aumento de 2 turmas no pré-escolar, 2 turmas no 1.º ciclo e mais 1 turma nos 5.º, 6.º e 7.º anos. No 10.º ano temos menos uma turma comparativamente com o ano anterior. No entanto, todas as semanas estamos a receber pedidos de matrícula e pedidos de transferência”., acrescentando que “no pré-escolar temos matriculadas 335 crianças pré-escolar (+39 do que no ano 22/23), 538 alunos do 1.º CEB (+19), 300 alunos do 2.º CEB (-26), 511 alunos do 3.º CEB (+12), 252 alunos do secundário CCH (-34) e 67 alunos nos 3 anos dos Cursos Profissionais (+2). Aumentou também o número de alunos com necessidades específicas (153) o que representa 8% da população escolar. Também aumentou o número de alunos de outras nacionalidades (+35 que no ano anterior), totalizando 146 distribuídos pelos diferentes níveis de ensino”, referindo ainda que “a constituição de turmas foi feita de acordo com os limites previstos na Lei (máximo de 20 alunos se incluírem 1 ou 2 alunos que reduzem turma), de modo a salvaguardar boas condições de aprendizagem e um ensino mais diferenciado. Esta foi uma tarefa bastante complicada neste ano escolar, nem sempre bem compreendida por alguns encarregados de educação, mas o AEL está sujeito à aprovação das turmas pela DGESTE e, por vezes, o número de alunos não permite evitar a constituição de turmas mistas no 1.º ciclo ou a reestruturação de turmas noutros ciclos de ensino”.

“A comunidade educativa deve compreender que o propósito das decisões na constituição de turmas é essencialmente pedagógico, de modo a criar as melhores condições de sucesso educativo para todos os alunos”, disse o director do Agrupamento, considerando que “na Lousã a maioria dos estabelecimentos de ensino são muito próximos, ao invés do que acontece noutros concelhos ou cidades de maior dimensão e, como tal, o transtorno nestas mudanças terá um impacto muito significativo, até porque os transportes escolares estão assegurados pelo Município”

Pedro Balhau considerou por isso que “enquanto comunidade temos de pensar a Educação de uma forma global e inclusiva, que sirva de forma equilibrada e equitativa os interesses e as aprendizagens de todos os alunos. Sabemos que nem sempre conseguimos responder às expectativas de todas as famílias, pois não podemos constituir turmas com qualquer número de alunos ou nos estabelecimentos que os pais gostariam, mas procuramos sempre fazer o nosso melhor, orientado por critérios pedagógicos e em função dos recursos humanos que possam também apoiar os alunos que mais necessitarem. Não faz sentido algum ter turmas em desconformidade, integrando alunos que têm necessidades específicas acentuadas e com o número máximo (24 ou 28) de alunos, porque os pais gostariam de manter determinadas turmas. As crianças e os alunos adaptam-se e os pais têm bons indicadores que as equipas educativas são cuidadoras, que o AEL tem apostado muito no bem-estar e no apoio psicológico (mantivemos 4 psicólogos), para assegurar também os alunos ao nível das competências socio-emocionais e prepará-los para a vida (e saber lidar com as mudanças e a adaptação a novos contexto também faz parte das aprendizagens essenciais)”.

Equipa educativa

No ano letivo 23/24 e como deu a conhecer o director do Agrupamento, “temos 16 novos docentes e 3 docentes que regressaram ao AEL. Neste momento há 4 docentes por colocar, que esperamos que sejam colocados. Haverá ainda a necessidade de substituição de docentes que, entretanto, se aposentam e de docentes em situação de doença, mas estes pedidos de substituição apenas podem ser feitos na reserva de recrutamento 2. No pessoal não docente há a necessidade de substituir 3 assistentes operacionais que se aposentaram e reforçar com mais 1 assistente operacional para a nova sala do pré-escolar. O Município procedeu à substituição de outros trabalhadores ausentes por diversos motivos e tem um procedimento de recrutamento quase finalizado para assegurar o reforço ou a substituição de trabalhadores não docentes. O rácio do pessoal não docente, embora esteja de acordo com a Lei, no caso concreto da Lousã, é manifestamente insuficiente considerando o número de alunos com necessidades específicas acentuadas que têm elevada dependência do apoio dos adultos. A gestão dos docentes de educação especial e dos assistentes operacionais é muito difícil e quando há faltas de algum destes trabalhadores, é complicado substituí-lo”.

Espaços, equipamentos e recursos pedagógicos

No final do ano escolar e segundo Pedro Balhau, “foi feito um levantamento das necessidades de manutenção das Escolas e dos Jardins de Infância, conjuntamente com o Município e com as Juntas de Freguesia, tendo sido realizadas diversas intervenções. Também nas grandes escolas os assistentes operacionais do AEL e a equipa de manutenção da Câmara Municipal têm feito algumas reparações. A Câmara fez vários investimentos na substituição de mobiliário e também em computadores para as salas de aula, criando melhores condições de trabalho para professores e alunos”.

Por isso e como salienta o director do Agrupamento, “mais uma vez o Município garante a todos os alunos, desde o pré-escolar ao 12.º ano, a licença da Escola Virtual que é um recurso pedagógico de às atividades escolares e apoio ao estudo. A Câmara Municipal oferece os livros de fichas a todos os alunos do 1.º ciclo e para os alunos com escalão ASE um kit de material escolar indicado pelos docentes. Estão previstos ainda apoios a projetos educativos que têm sido avaliados positivamente em anos anteriores (p.ex. MyPolis, Magos, Mindfulness) e, este ano, também à plataforma Hipermat. Estes projetos serão desenvolvidos com algumas turmas”.

Expectativas e objetivos para o próximo ano

As expectativas e os objetivos para o ano 23/24 são, segundo Pedro Balhau, “a continuidade da concretização dos propósitos do Projeto Educativo do AEL que tem sido um referencial na ação organizacional e no serviço educativo. Os dados do Relatório de Autoavaliação do AEL, que será divulgado em Outubro, são muito positivos e evidenciam uma evolução positiva em muitos indicadores da autoavaliação do AEL e, também, ajudam a centrar o esforço nos aspetos que podem e devem ser melhorados. O Plano de Melhoria para 23/24 deverá incidir nas seguintes áreas, “Melhorar o Sucesso Educativo e os Percursos Diretos”, “Autonomia e Bem-Estar Emocional”, “Simplex – Desburocratização de procedimentos”, ”Monitorização das medidas da Educação Inclusiva”, “Regulação por pares do serviço educativo e articulação curricular”.

O director do Agrupamento não deixou de dar a conhecer também que “o trabalho com as associações de pais tem sido periódico e o AEL procura ouvir e debater soluções. O apoio destas associações em atividades e também com materiais tem sido fundamental para proporcionar experiências educativas mais enriquecedoras”, e no que se refere” às principais dificuldades que podem surgir”, disse que “serão a substituição de docentes ao longo do ano (tendo por referência a experiência de anos anteriores), a matrícula de novos alunos em anos de escolaridade em que não existem vagas”.

“Foi também feita uma avaliação conjunta do AEL e CML sobre a transferência de competências, que tem globalmente decorrido bem, havendo algumas propostas de ajustamento que aguardam decisão”, referiu Pedro Balhau, acrescentando ainda que “reforçamos mais uma vez a importância do envolvimento parental e o acompanhamento diário da vida escolar dos seus educandos. É muito importante que em casa existam momentos e condições para que os alunos realizem algum trabalho escolar, e os pais devem ajudar na criação/reforço desses hábitos de trabalho e concentração nalgumas tarefas escolares. O crescimento das crianças e dos jovens ocorre ‘sonhando’, ‘desejando’ e ‘fazendo’, o que implica algum esforço orientado. É igualmente importante existirem algumas regras para a utilização do telemóvel e computador, pois o excesso do digital também é contraproducente. Os pais devem incentivar, muito, a leitura e a escrita que são competências que alguns alunos do 2.º e 3.º CEB têm revelado dificuldades e que, como sabemos, são fundamentais nas aprendizagens, no raciocínio e na comunicação. Os horários de descanso são outro aspeto a cuidar pelos pais. Por último, lembrar que os adultos são exemplo e modelo para os mais novos e devem, sempre, fomentar o respeito pelo outro, pelos espaços e bens comuns, pelo ambiente e a tolerância”.