No dia 18, no salão do Mosteiro de São Pedro, em Folques, realizou-se uma sessão de trabalho “A formação na recuperação do sector do Alojamento Turístico, Restauração e Bebidas”, dirigida aos promotores e empresários do sector e promovida pelo Centro de Emprego e Formação Profissional do Pinhal Interior Norte.
Na sessão, o director do Centro de Emprego e Formação Profissional do Pinhal Interior Norte, João Domingos, e Sandra Santos, da delegação de Coimbra da AHRESP, deram a conhecer aos promotores e proprietários do sector presentes, a importância do “papel da formação contínua dos profissionais mas também dos mais novos, para a revitalização deste sector, fundamental para o país e também para a região” , mas para isso e como foi considerado, “são necessárias algumas nuances que o permitam afirmar no mercado”.
Para isso e segundo o director do Centro de Emprego, “estamos disponíveis para estar do vosso lado, para não se perder o conhecimento e para valorizar o papel do trabalho neste sector dos seus profissionais, para que tenham outro tipo de conhecimentos e capacidades. (…) Abusem de nós naquilo que é a formação profissional. O vosso sucesso é o nosso sucesso”.
Mas como foi reconhecido pela representante da AHRESP, “há falta de mão de obra” no sector, há falta de atractividade, “não existe mão de obra qualificada”, como referiu também uma das representantes do sector, sem deixar de reconhecer ainda que “sinto que precisamos de formação”.
E por isso e mais uma vez, “a nossa disponibilidade total para poder dar resposta. Digam-nos”, foi o desafio deixado por João Domingos e Sandra Santos, que quiseram também ouvir dos participantes na sessão, os seus problemas, as suas necessidades e preocupações, sendo salientada “a questão dos impostos, os nossos empresários precisam de facto da ajuda do Estado, a carga de impostos é brutal”.
“Há pessoas formadas que vão para outro sector, mas há outros que querem vir mas agora é necessário dar-lhe formação, (…) é impossível um bom salário e ter um serviço acessível, (…) os impostos acabam por asfixiar as empresas, andamos a trabalhar para pagar ordenados e impostos”, foram algumas das preocupações deixadas pelos participantes na sessão/discussão e que, como reconheceram, são ainda mais agravadas nos territórios do interior, que apesar “do potencial turístico incrível”, que tem, “isto é um diamante”, precisa “de se afirmar, não olhar para o vizinho como um concorrente”, num sector “onde se aprende uns com os outros”.
Mas mesmo assim “onde estão as pessoas?”, foi a interrogação deixada, sem deixar de ser reconhecido também “o pleno emprego” que existe no sector, onde “quem quer trabalhar efectivamente trabalha, tem trabalho, a realidade é esta” mas, como foi dito, “aqui é que está a questão”.
Uma questão que poderia ser minimizada pela medida criada pelo Governo, “Emprego Interior MAIS”, que integra o programa “Trabalhar no Interior”, através da qual os trabalhadores que se mudem para os territórios do interior para trabalhar têm acesso a um apoio financeiro directo e que abrange trabalhadores desempregados ou empregados à procura de novo emprego. Os beneficiários terão de ter um contrato a tempo completo (com duração mínima superior a um ano) e está também abrangida a criação do próprio emprego.
“Uma boa medida, assim eles queiram vir”, como foi reconhecido pelos participantes na sessão de trabalho e que poderá também ser uma ajuda na recuperação do sector do alojamento turístico, restauração e bebidas que, segundo sabemos (e conhecemos) não deixa de ser de excelência no nosso território, precisando por isso e cada vez mais de ser resolvidas as dificuldades (também no que diz respeito às asfixias apontadas) com que se debatem os seus promotores e empreendedores, porque só assim e apesar dos apoios manifestados na sessão, poderão ser verdadeiramente reconhecidos como parceiros essenciais e importantes para ajudar na promoção do tal “potencial turístico incrível”, este “diamante” que são os territórios deste nosso interior que, mesmo apesar tão falado, ainda continua longe e esquecido por quem tem a responsabilidade e o dever de olhar para o nosso país como um todo.