ARGANIL: APRESENTAÇÃO PÚBLICA EM COJA – CLDS 5G Arganil GerAções

A directora do Centro Distrital da Segurança Social de Coimbra, Manuela Veloso, disse que “tal como as aves, somos todos diferentes nos nossos voos, mas iguais no direito de voar”

No dia 26 de Fevereiro, na Casa do Povo de Coja, realizou-se a apresentação pública do CLDS 5G Arganil GerAções, um programa financiado no âmbito do Programa da Área Temática: Demografia, Qualificações e Inclusão, designado Pessoas 2030, que tem como área de actuação as freguesias do concelho de Arganil e um prazo de execução de 48 meses e que foi iniciado no dia 1 de Janeiro deste ano e termina a 31 de Dezembro de 2028,

O CLDS 5G Arganil GerAções tem como entidade coordenadora o Centro Social e Paroquial de Coja e entidade executora o Município de Arganil e que tem como objectivo estragégico o “desenvolvimento de acções dirigidas ao combate à pobreza de agregados familiares ou grupos com baixos rendimentos, em situação de pobreza ou vulnerabilidade e acções enquadradas no âmbito dos cenários de excepção ou emergência”.

E ao fazer a apresentação CLDS 5G Arganil GerAções, o seu coordenador técnico, Rui Reis, começou por referir que “os Contratos Locais de Desenvolvimento Social têm um papel essencial na inclusão social, na capacitação das populações e no reforço das respostas às necessidades da nossa comunidade, (…)  é um projecto assente nas parcerias, reflectindo a importância e o papel fundamental que cada entidade aqui representada tem para o seu sucesso”.

 “Sabemos que este projecto é um desafio, mas acreditamos que, com empenho, dedicação e motivação, podemos fazer a diferença na vida das pessoas em situação de maior vulnerabilidade. O nosso objectivo é unir esforços, criar soluções eficazes e contribuir para uma melhoria na qualidade de vida das pessoas do concelho”, afirmou Rui Reis, apresentando depois a sua equipa (as assistentes sociais Susana Oliveira e Márcia João, e a psicóloga Sofia Almeida) e os parceiros presentes e dar a conhecer o plano de acção para estes 48 meses de duração do projecto que assenta em três eixos, designadamente, “emprego, formação e qualificação”, “promoção do envelhecimento activo, autonomia e longevidade” e “desenvolvimento social, capacitação comunitária e intervenção em contextos de emergência social e de cenários de excepção. (…) O plano de acção que a seguir apresento foi elaborado com base nos documentos de planeamento da Rede Social, como o Diagnóstico Social e o Plano de Desenvolvimento Social, e também contou com a experiência e contributo dos nossos parceiros estratégicos, aos quais agradecemos desde já pela colaboração e empenho”.

Rui Reis não deixou de destacar ainda que os “dois grandes objectivos” deste projecto são o reforço das políticas de inclusão social e de combate à pobreza, encarando o território como um factor essencial para alcançar esses objetivos e promovendo a mudança junto dos grupos mais vulneráveis”, bem como a “prevenção e combate à exclusão social, especialmente a infantil, quebrando ciclos de pobreza e garantindo maior coesão social e territorial. É com estes objectivos em mente que a equipa técnica do CLDS 5G Arganil trabalhará de forma a cumprir na íntegra os seus desígnios e conseguir fazer mais e melhor”, terminando por afirmar “esperamos assim que esta sessão seja o pontapé de partida para um trabalho concertado, dinâmico, agregador, conciliador e de mais valia para o território e as suas gentes. E que promova os espaços de partilha e reflexão que nos permita sustentar para que possamos continuar a crescer e a responder, de forma eficaz, aos desafios sociais do nosso concelho, deixando a semente para que a germinação seja boa o suficiente para perdurar no tempo.”

Em representação da União de Freguesias de Coja e Barril de Alva, Isabel Guarda, considerou “um projeto desta dimensão extremamente importante para o território, onde a nossa União de Freguesias está incluída” e desejou “os maiores sucessos a toda a equipa, a equipa técnica que está mais próxima no terreno e a todos os parceiros envolvidos”, deixando “o compromisso da União das Freguesias em apoiar em tudo o que não esteja possível, (…) estamos disponíveis para contribuir para que esta edição deste projecto seja mais uma vez um sucesso e que faça a diferença na vida das pessoas”.

“Ajudar os mais necessitados é uma acção nobre de todos nós, mas pode envolver diversos desafios e alguns os principais são, primeiro, a falta de recursos, muitas vezes”, começou por dizer o presidente do Centro Social e Paroquial de Coja, padre Lucas Pio, salientando também que “muitas vezes há poucas doações ou financiamento insuficiente para atender a todos que precisam. São muitos”, sem esquecer ainda a burocracia “através de entraves legais, leis e regulamentos que podem dificultar, também, dificultar a distribuição de ajuda, especialmente em grandes instituições”, dificuldade de acesso, preconceitos e estigma, dependência em vez de autonomia, problemas de saúde “muitas vezes mental e vícios”, segurança, desmotivação e esgotamento “de quem trabalha, de quem vai em busca, de quem vai querer ajudar”, terminando por salientar que “é trabalho contínuo. Então, apesar desses desafios, pequenas acções podem fazer uma grande diferença na vida do outro que mais necessita, na vida de todos nós”.

“Os CLDS’s não são respostas sociais, são projetos de intervenção (…)  direccionados, porque permitem desenhar acções que vão de encontro às necessidades dos territórios onde intervêm”, referiu a directora do Centro Distrital da Segurança Social de Coimbra, Manuela Veloso, sendo esta também “a enorme importância dos CLDS. É com isto que se mudam vidas. Uma resposta social normal é uma resposta tipificada, desenhada, que é aplicada igualmente, qualquer que seja o território, ainda que as realidades sejam muito desiguais, (…)  coisa de que discordo, porque o princípio da equidade leva-nos a tratar igual o que é igual, mas a tratar diferente o que é diferente, senão não há equidade. Os CLDS, estes projetos, permitem exatamente isso. Uma intervenção muito direccionada à realidade territorial, muito personalizada e que vai de encontro às necessidades sentidas. E aqui a sua importância. E tem outra coisa, convoca todos os actores sociais da área de intervenção a trabalhar em rede”.

“Nós somos todos convocados, todos e quando digo é todos, a população em geral e as populações dos territórios a ajudar e a identificar situações de vulnerabilidade e depois fazer chegar essa informação a quem de direito para se poder intervir. E os CLDS mudam vidas, porque com estas ações direccionadas, eles conseguem ajudar em situações de vulnerabilidade. Há uma frase que eu costumo dizer muitas vezes e que é, tal como as aves, somos todos diferentes nos nossos voos, mas iguais no direito de voar”, disse ainda Manuela Veloso, terminando por desejar “a todos vós, muito sucesso. Que este projeto seja um projeto de imenso sucesso. (…)  O sucesso destas equipas é o sucesso de todos nós porque estamos a criar uma sociedade mais justa e mais igualitária. Só que mudem uma vida já valeu a pena”.

“Ajudar os mais necessitados. É disso que estamos a tratar, aliás, eu só acrescentaria ao ajudar os mais necessitados, é mesmo fazer o bem, é aquilo que é o apanágio das instituições que aqui representamos e é isso que efectivamente pode fazer a diferença na vida das pessoas”, começou por afirmar o presidente da Câmara Municipal, Luís Paulo Costa, para destacar depois “a disponibilidade do Centro Social e Paroquial de Coja nas diversas edições do CLDS em assumir este compromisso de ser a entidade coordenadora, (…) temos aqui em Coja e no concelho instituições de referência (…) e aqui a entidade coordenadora tem esta capacidade técnica e financeira que nos dá garantia e segurança na implementação deste programa”, que nos seus objectivos “a minha pretensão é que eles possam ser multiplicados, possam ser pronunciados, particularmente em áreas que são tão críticas para a qualidade de vida das pessoas”.