ARGANIL: Bombeiros apresentação contas (…) “é um relatório de reflexão, uma lição”

O presidente da assembleia geral, António Carvalhais Costa, considerou que o documento lido pelo presidente da direcção,“é um relatório de reflexão, uma lição”

No passado dia 30 de Março, no salão nobre do quartel, reuniu a assembleia geral da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários Argus de Arganil que, de entre outros assuntos, apreciou e votou (por unanimidade) o relatório e contas da direcção relativo ao ano de 2022.

Os trabalhos da assembleia geral iniciaram com um minuto de silêncio (religiosamente guardado) em memória do chefe António José Mota Trindade, para depois o seu presidente, António Carvalhais Costa, dar a palavra ao presidente da direcção, Pedro Pereira Alves, que começou por dizer que “imposta introduzir aqui uma nota introdutória que nos leve a refectir sobre o funcionamento e futuro destas Associações e outras ligadas ao sector da economia social”, considerando que “há necessidade de criar uma certa flexibilidade de ver certas realidades de formas diferentes” e que “o homem e a mulher modernos e as instituições como a nossa, tem de ter a coragem de por de parte a generalidade dos seus preconceitos”, pelo que se pede a quem as serve “que sejam seres humanos de grande visão, perante os inúmeros desafios, problemas e dificuldades que lhe são colocados”.

Por isso e ainda segundo Pedro Pereira Alves, “pensamos assim, porque só a clareza da nossa visão nos conduz à verdade, mas essa verdade jamais pode ser a nossa prioridade. Temos que estar preparados para a poder receber e possuir. Só conseguimos ouvir alguém ou compreendê-lo se colocarmos a nossa mente egoística de lado. (…) Não tenhamos receio de ser perturbados com novas ideias, novas formas de crenças e abandonemos os preconceitos sempre presentes na base dessas convicções, ideias e crenças. (…) Muitos de nós, perante este terramoto sobre ideias pré-concebidas, preferem permanecer cegos e fechados a novos horizontes”, pelo que “decorrido o ano transacto de 2022, neste novo ano vai ter que haver uma forma de pensar e agir nesta Associação”, porque “quem não quiser trabalhar em equipa, num espírito de cooperação e confiança, tem que admitir que não é aqui o seu lugar”.

“A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários Argus não pode nem deve mover-se envolvida em questiúnculas inúteis, orgulhos feridos, ressentimentos. O passado já passou e não é lícito, nem sensato continuar a vivê-lo”, disse ainda o presidente da direcção, considerando que “é nosso dever estarmos disponíveis para trabalhar num ambiente de paz, cooperação, de unidade e humanismo, com todos a rumar na mesma direcção e trabalhar para prestigiar e dar reputação a esta instituição”.

Um instituição onde se regista “uma franca melhoria em relação ao ano anterior” no que se refere ao resultado das contas, como foi dado a conhecer aos sócios, muito embora não deixasse de ser referido que “infelizmente, o Estado continua a não dar a relevância que as Associações Humanitárias de Bombeiros têm no contexto da economia social, do socorro e apoio às populações fragilizadas (doentes urgentes e não urgentes) e a reconhecer essas Associações de Corpos de Bombeiros como os principais pilares da Protecção Civil”, sendo ainda acrescentado que “as últimas medidas anunciadas pelo Governo, a maior parte delas assistenciais, não chegam às nossas instituições humanitárias e de solidariedade”.

“É um relatório de reflexão, uma lição”, como considerou o presidente da assembleia geral, António Carvalhais Costa, para depois ser dado também a conhecer o relatório do comando referente à (grande) actividade operacional de 2022 e deixados agradecimentos pelo apoio. Foi ainda lido o parecer do conselho fiscal que salienta “a saúde financeira estável” da Associação e enaltecido “o esforço hercúleo da direcção” que, depois de questionada sobre os apoios da Câmara Municipal por parte de alguns associados presentes, foi-lhes respondido por Pedro Pereira Alves, “isto que aqui está é um milagre”.