O Plano de Actividades e Orçamento da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Coja para 2024, foi aprovado por unanimidade pelos apenas 18 associados que participaram na Assembleia Geral do último domingo, dia 26. A fraca participação dos sócios foi lamentada pelo presidente da Direcção, que admitiu sentir-se triste com a situação, considerando o facto como (…) «uma falta de respeito para com a Associação».
Sem querer transformar a sessão da Assembleia Geral Ordinária num “muro das lamentações”, Paulo Silva não deixou passar em claro algumas situações que considera preocupantes para o bom funcionamento da instituição, em particular no que toca ao Corpo Activo. Desde logo com o “corte” de financiamento por parte da Câmara Municipal de Arganil no que toca às EIP (Equipa de Intervenção Permanente).
O presidente da Direcção lembrou que a partir do dia 1 de Janeiro deste ano, com a entrada em vigor da segunda EIP – em que a Câmara financia 50% dos salários (e encargos inerentes) – (…) «foi-nos comunicado que esse apoio seria cortado, incluindo o acréscimo de serviço, sem qualquer contrapartida», dando como exemplo a questão das vespas asiáticas, transporte de águas, entre outros (…) «mas com uma “nuance”,,, foi-nos comunicado que nós é que propusemos, para ter a segunda EIP, que prescindíamos disso tudo».
Paulo Silva esclareceu os associados que, nesse sentido, foi realizada uma reunião com o presidente da Câmara em que esteve presente o comandante dos BV Coja (…) «e não foi verdade – era impossível nem fazia sentido nenhum – nós propormos que ficávamos com a segunda EIP e abdicávamos de tudo o resto. Como é que financiávamos o restante? Não é possível!», e acrescenta que nas diversas reuniões relacionadas com as EIP’s (…) «em momento algum foi comunicado que pagando a segunda EIP, tínhamos que prescindir do que quer que fosse».
Resumindo, o presidente da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Coja garante que (…) «não é verdade, pelo contrário, é uma inverdade. E a situação está assim… há quem entenda que financiar os corpos de bombeiros são despesas, nós entendemos que é um investimento. É disso que se trata. É investimento nas pessoas e nos bens.
Paulo Silva recorda que não há milagres. «Nós não conseguimos – apesar de uma gestão equilibrada e racional – porque os recursos são finitos». Admitindo tratar-se de um problema que irá ser colocado no futuro, o dirigente sustenta que (…» «pessoalmente já não tenho soluções».
Recorde-se que o financiamento das Equipas de Intervenção Permanente é suportado em 50% do montante global pela Câmara Municipal, e os restantes 50% pela ANEPC (Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil) e pela Associação
de Bombeiros.
Pouca participação dos sócios (…) «é falta de respeito pela instituição»
Após a aprovação do Plano de Actividades e do Orçamento, já no final da sessão, o presidente da Direcção dos Bombeiros Voluntários de Coja lamentou a fraca participação dos associados, e, em jeito de desabafo admitiu estar triste com a situação (…) «porque estamos aqui 18 associados e isto pode ter várias leituras. As pessoas dizem “não vou lá fazer nada, porque confio na gestão rigorosa e espectacular que está a ser feita” ou é um desinteresse total por esta instituição. Eu estou mais apontado por aqui. É mais fácil falar-se sem conhecimento de causa.
Isto deixa-me triste. Salvo as assembleias onde há assuntos “mais quentes” – que não engrandecem a associação, quando é mais para o maldizer – então sim, é casa cheia. Mas quando é para se inteirarem da vida da Associação, não participam… é triste.
Mas não só externamente (associados), temos muitos bombeiros que são associados… e só aqui vejo cinco… estou triste! Não só os bombeiros que são voluntários, também os há que são assalariados e não estão aqui. É triste!
Considero esta situação uma falta de respeito… não para comigo nem por a direcção… mas sim falta de respeito pela instituição», concluiu.
Plano de Actividades
Ao longo de 15 páginas, a Direcção dos Bombeiros Voluntários de Coja dá a conhecer as inúmeras actividades previstas realizar – para além das intervenções de socorro – no decorrer do próximo ano, destacando-se, contudo, na área Logística/Viaturas e Equipamentos Operacionais, a aquisição de 10 equipamentos de protecção individual completos para intervenções urbanas/industriais (EPI), com o valor inscrito de 15 mil euros; aquisição de um Veículo de Socorro e Assistência Especial (VSAE) ou um Veículo Urbano de Combate a Incêndios (VUCI), com o valor inscrito de 200 mil euros; a aquisição de dois Veículos Dedicados ao Transporte de Doentes Não Urgentes (VDTD) com plataforma eléctrica para acesso a cadeira de rodas, com o valor inscrito de 90 mil euros; o reequipamento de algumas viaturas existentes, com o valor inscrito de 15 mil euros: aquisição de Material de Busca e Salvamento em Grande Ângulo, com o valor inscrito de 10 mil euros.
Para além destas, estão previstas obras consideradas urgentes de reabilitação do Quartel d a 5.ª Secção de Pomares, estimadas em 25 mil euros; obras de estabilização e reabilitação da Torre de Controlo do Aeródromo de Coja – espaço que, recorde-se, está sob gestão da Associação – estimadas em 5 mil euros; reabilitação das Camaratas Femininas, estimada em 15 mil euros.
Estão ainda previstas atá ao final do mandato da actual direcção (…) «continuar a efectuar os contactos necessários para a instalação/criação do futuro Museu dos BV Coja», bem como iniciar o processo de obras necessário à ampliação do parque automóvel (…) «de forma a acomodar todos os veículos ao serviço do Corpo de Bombeiros».
Orçamento
As restantes 17 páginas, depois da aprovação pelo Conselho Fiscal do Orçamento financeiro para 2024, no valor global de 1.252.000,00 euros, Paulo Silva, após ter explicado minuciosamente cada uma das rúbricas, considerou tratar-se de um orçamento que teve como principal preocupação da direcção (…) «o equilíbrio financeiro» da Associação (…) «reduzindo custos e potencializando as receitas, utilizando e optimizando os actuais recursos, executando uma gestão responsável e de sustentabilidade», pois só assim (…) «poderemos colocar à disposição da Associação no seu todo, os meios necessários a uma cabal e competente intervenção nas actividades inerentes ao escopo principal desta Associação», ressalvou.
Recorde-se que tanto o Plano de Actividades como o Orçamento foram aprovados por unanimidade pelos 18 associados presentes na sessão.