
No passado dia 14 de Outubro, a Confraria Gastronómica de Bucho de Arganil, realizou o seu XIII Capítulo na renovada Capela do Senhor da Ladeira, no Santuário do Mont’Alto e onde se venera o Menino Jesus da Ladeira.
E foi o Menino Jesus da Ladeira, na sua ternurenta imagem, o grande “anfitrião” desta jornada, momento mais alto da Confraria que é o seu Capítulo, que depois do acolhimento e do “bucho de honra”, começou com um momento musical pelo “Laudate Cantus” e contou com a presença e também participação das Confraria Gastronómica Carolos e Papas de Milho, Confraria do Arinto de Bucelas, Confraria do Arroz Doce de Maiorca, Confraria dos Bolos, Doces, Aguardentes e Licores de Ervedal da Beira, Real Confraria do Maranho, Confraria da Lampreia de Penacova, Confraria do Queijo do Rabaçal, Confraria da Matança do Porco, Confraria do Bucho de Pedrógão Grande, Confraria do Queijo da Serra da Estrela e Confraria Gastronómica Carolos e Papas de Milho e ainda e em representação do presidente da vereadora da Câmara Municipal, Elisabete Oliveira, e do reitor de Arganil (e confrade de honra), padre Lucas Pio.
”A nossa Capela volta a ter vida”, disse o reitor de Arganil, mas “fruto do sonho, do amor e do trabalho do homem, encontramo-nos hoje aqui a celebrar esse evento”, referiu a mordomo-mor da Confraria, Fernanda Maria Dias, salientando e enaltecendo “a figura incontornável” do padre Lucas Pio, “o grande impulsionador deste desiderato e o principal responsável de nos encontrarmos hoje aqui nesta Capela, cujo restauro se encontra quase terminado e que aguarda dentro em breve por quem de direito, a sagração da sua inauguração”, marcada para o próximo dia 12 de Novembro e presidida pelo Bispo de Coimbra, D. Virgílio Antunes.
E depois da bênção das insígnias que iriam entronizar os novos confrades, a mordomo-mor da Confraria do Bucho de Arganil enaltecendo o reitor de Arganil e o exemplo “que nos transmite, assim como o forte impulso que trouxe a toda a comunidade arganilense”, considerou que “é em júbilo, que o nosso querido Menino Jesus da Ladeira nos recebe hoje aqui, honrando o convite que nos endereçou no ano passado, neste preciso mês de Outubro, para que subíssemos novamente ao Monte Sagrado para com ele glorificarmos tão grande acontecimento e apreciarmos a obra feita na sua morada, ainda em fase de acabamentos finais”. E para “homenagear o Menino Jesus da Ladeira”.
“Cremos que ficará para a história desta Capela e de Arganil, pelo seu simbolismo e genuinidade” o momento que ali se estava a viver, considerou Fernanda Maria Dias, e por isso “e simbolicamente, vamos oferecer-lhe (ao Menino Jesus da Ladeira) um traje da Confraria do Bucho de Arganil”.
Os novos confrades
E cantou-se o bonito hino ao Senhor da Ladeira, “Fui ao Senhor da Ladeira/Para espreitar o luar/Deparou-se uma estrela/Era a luz do teu olhar”, para depois o juiz da Confraria, João Travassos, entronizar “três queridos amigos”, como confrades efectivos Margarida Figueiredo (a quem ficou o agradecimento pelo “trabalho levado a cabo para manter a tradição da confecção do Bucho de Vila Cova do Alva”), e Cátia Batista (“contamos contigo, com o teu saber e competência para continuares a ajudar e a divulgar esta Confraria, que a partir de hoje é a tua Confraria”) e como confrade de honra Ricardo Frade, “a Confraria, está-lhe muito agradecida, por ter colocado, no mapa de Portugal, mais concretamente no site, www.portugal num mapa – arganil – a iguaria BUCHO, que é o símbolo identitário da gastronomia do concelho de Arganil – assim como os locais paradisíacos e emblemáticos de Arganil e da Serra do Açor”), ficando ainda os agradecimentos aos confrades Tiago Mateus, Patrícia Ventura, e também ao confrade e vice-presidente da Confraria, Miguel Ventura.
No momento do testemunho/evocação, Manuel Nunes falou da história e do significado das Confrarias, do movimento confrádico “sinónimo de irmandade e união entre irmãos”, também das dificuldades, sem contudo deixar de enaltecer a importância atribuída à tradição e que “o bucho passe e ser uma referência na gastronomia de Arganil”, porque “”muito mais do que uma iguaria culinária carrega consigo séculos de história”, enquanto Manuel da Silva Fernandes se referiu ao valor da mulher portuguesa, recordando especialmente e homenageando a ermitã tia Nascimenta “que viveu muitos anos a servir com amor e dedicação o Santuário do Mont’Alto”.
“Neste dia solene queria lembrar e homenagear esta grande MULHER BEIRÃ pela sua fé, pela sua coragem e pelo amor e carinho que dedicou a todos os peregrinos que visitaram este Santuário”, disse ainda o confrade Manuel da Silva Fernandes, enquanto a vereadora Elisabete Oliveira reconheceu e enaltecer “a importância da divulgação do passado e qual o papel para o futuro” da Confraria do Bucho de Arganil, sem deixar de enaltecer também a importância da realização do seu Capítulo da Capela do Senhor da Ladeira.
“É importante este momento de celebração e união”, considerou Elisabete Oliveira, como importante foi a recuperação da Capela do Senhor da Ladeira, “é um exemplo”, considerando “essencial sermos capazes de preservar este legado”, deixando também e “pelo trabalho desenvolvido”, o obrigado à Confraria Gastronómica do Bucho.
O desfile das Confrarias desde a Capela do Senhor da Ladeira até ao fontanário monumental com visita à capela de Nossa Senhora de Fátima, a foto de família, seguido do almoço de confraternização no restaurante do Mont’Alto, com momento de animação pelo Grupo “Pauta em Movimento”, a troca de lembranças e as despedidas com o até para o ano no XIV Capítulo da Confraria Gastronómica do Bucho de Arganil.