No domingo, realizou-se mais um almoço solidário na Unidade Funcional de Arganil da APPACDM e, como é habitual, voltou a ser grande o carinho manifestado pelas muitas pessoas que quiseram participar e, com a sua presença, manifestar também o seu apoio a esta causa e ajudar na campanha de angariação de fundos (a decorrer) para a construção do Lar Residencial para Pessoas com Deficiência Mental, a designada Casa dos Afectos.
Um projecto da APPACDM – Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental de Coimbra, a Casa dos Afectos representa um investimento de um milhão e 100 mil euros e embora comparticipada pelo Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais (PARES 3.0) com 712.475 euros, desde a primeira hora tem contado com a inestimável colaboração da comunidade arganilense que, até agora, já contribuiu com perto de 150.000 euros, mas ainda é necessário mais apoio para custear esta obra, já em curso, prevendo-se que esteja concluída em Outubro do próximo ano.
E para isso, além do almoço solidário, “ainda estamos a estudar a possibilidade de levar a efeito outros eventos, no próximo ano, para angariar fundos”, como referiu Odete Correia (há muitos anos ao serviço, dedicado, da Unidade Funcional de Arganil da APPACDM), apelando aos empresários, comerciantes e particulares para “colaborarem connosco, com donativos, que podem ser feitos por transferência bancária ou presencialmente”, sendo que “passamos imediatamente o recibo que dá para o IRS e é uma mais-valia”.
“Ajudem-nos, para podermos ajudar”, foi o apelo deixado por Odete Correia referindo ainda que “os nossos utentes também fazem trabalhos na área da costura, que estão à venda no mercado, à quinta-feira, e vamos estar no Mercado de Natal, em Arganil. Estamos também com uma iniciativa que algumas pessoas foram sugerindo, que é fazer filhós, à quinta-feira, e também vamos ter umas rifas à venda, muito em breve, com seis prémios, doados por comerciantes”, não deixando de se congratular ainda com o apoio que tem sido dado pelas próprias associações e coletividades locais, “ainda há dias tivemos um sarau, organizado pelo Lions Clube de Arganil, que tem sido um dos parceiros desde o primeiro dia” e “a organização do Arganil Rock há 15 anos que nos dá um donativo”, salientando que “praticamente todas as associações se uniram e foram-nos levar dinheiro resultante de eventos que fizeram”.
Mas também “o Município tem estado sempre do nosso lado”, disse Odete Correia, recordando que reverteu, inclusivamente, para a APPACDM cerca de 40 mil euros das entradas na FICABEIRA e Feira do Mont’Alto 2023, manifestando por isso a sua satisfação por perceber que este é “um projecto de toda a comunidade arganilense”, estando convicta de que “vamos conseguir fazer esta obra e realizar os sonhos dos nossos utentes. (…) No dia-a-dia, aparecem relatos da felicidade deles ao verem que as obras da Casa dos Afetos começaram”, recordando que, “ainda há uns dias, uma ‘jovem’ com 76 anos, chegou perto de mim, com um sorriso e uns olhos brilhantes e rasos de água, a dizer que estava muito feliz. Isto dá-nos força para continuar, para arregaçar as mangas e ter esperança de que vamos conseguir”.
Odete Correia não deixou de considerar também que a criação desta resposta social é “uma necessidade que as famílias começam a ter, estamos a falar de famílias com idades muito avançadas”, o que faz com que “alguns utentes tenham de viver com primos, outros com irmãos e até temos já três irmãos que estão a ser apoiados por uma pessoa porque a mãe teve problemas de saúde. (…) Os utentes só vão dormir à Casa dos Afectos porque, durante o dia, vão ter as suas actividades como têm agora”.
O Lar Residencial “terá capacidade para 18 pessoas”, como deu a conhecer Odete Correia, fazendo votos para que “quando for a sua inauguração esteja tudo concluído também com móveis” para poderem abrir “as portas”. Para isso, “se houver alguém que queira contribuir também com esta parte (equipamento), estamos abertos a isso”, sem deixar de referir ainda que houve necessidade de avançar com esta intervenção “senão perdíamos os fundos conseguidos” que, a juntar às ajudas até agora conseguidas (e ainda a conseguir), acabaram por tornar realidade este sonho, bonito, que é já a Casa dos Afectos.