«O dia 24 de Agosto de 1820 ficará sempre memorável na história do sistema liberal deste reino. Aos Restauradores de 24 Agosto de 1820 é a quem principalmente se deve o estabelecimento do sistema liberal entre nós; e, portanto, cumpre à nação portuguesa ser grato a todos eles», escrevia-se assim n’A COMARCA DE ARGANIL, no ano já distante de 1901.
Hoje, passados mais de duzentos anos, tem vindo a Editorial Moura Pinto, no seu Espaço Fernando Valle, em Coja, estendendo a sua acção a Coimbra com a pró Associação 28 de Maio; em Aveiro com a Associação José Estêvão; no Porto, com Associação 31 de Janeiro; e agora no Espaço Manuel da Costa, na Benfeita, realizado múltiplas actividades no âmbito das comemorações dos 200 anos da revolução liberal de 1820, e é neste enquadramento que a Editorial estará em Arganil, em parceria com o Tribunal loca, para comemorarmos os duzentos anos da aprovação da primeira constituição portuguesa – 23 de setembro de 1822.
Nesta comemoração teremos a presença de Amadeu Carvalho Homem, professor catedrático, jubilado da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, investigador com larga obra publicada e reconhecida. Sendo sócio da Editorial Moura Pinto, a nossa alegria e o nosso entusiasmo por estar entre nós em Arganil, que decerto todos ficarão mais enriquecidos com a palestra, sempre viva e entusiasmante de Amadeu Carvalho Homem.
Porque faz a Editorial Moura Pinto esta comemoração em Arganil, convocando todos os arganilenses e mais concretamente tendo como parceiro o Tribunal de Arganil?
Por todas as razões. Ainda bem que a Editorial está nesta convocação, não só pelo significado da data, mas por somar a tantas razões, como ter sido juiz de fora de Arganil, o «patriarca da liberdade», como os seus contemporâneos o chamaram, o grande obreiro, o benemérito patriota, como o chamou também «A Comarca de Arganil», que foi Manuel Fernandes Tomás. E sobre o nosso juiz de fora (1801-1804) que palavras mais significativas, que palavras mais vivas do que aquelas que um seu contemporâneo proferiu no elogio fúnebre. Assim falou o grande poeta Almeida Garret: «E quem choramos nós, quem lamentam os portugueses um cidadão extremado, um homem único, um benemérito da Pátria, um libertador de um povo escravo: Manuel Fernandes Tomás»; e termina: «Escrevei-lhe sobre a lápida sepulcral: Aqui jaz o libertador dos portugueses, salvou a Pátria e morreu pobre».
O momento será evocado no próximo dia 23 de Setembro (sexta-feira), pelas 11 Horas, homenagem a Fernandes Tomás, com descerramento de placa comemorativa na entrada do Tribunal de Arganil; e pelas 11.30 Horas, Conferência pelo Professor Dr. Amadeu Carvalho Homem.