
No sábado, dia 20, a Junta de Freguesia de Arganil celebrou o Dia da Freguesia, este ano na sede da União e Progresso do Rochel, a com a homenagem as colectividades regionalistas e à Casa da Comarca de Arganil, “digna embaixadora do concelho de Arganil e do Regionalismo da Beira Serra em Lisboa” e, celebrando ainda os 50 anos do 25 de Abril, na cerimónia foi ainda apresentada a nova heráldica da Freguesia de Arganil “e, testemunhando a sua dedicação ao desenvolvimento das suas terras na nossa freguesia e no concelho de Arganil”, foram também entregues a nova bandeira da Freguesia, a Medalha da Freguesia e um Diploma de Reconhecimento às homenageadas, Associação Recreativa e Cultural da Sarcina e Salão, Comissão de Melhoramentos da Aveleira, Comissão de Melhoramentos da Lomba, Comissão de Melhoramentos das Torrozelas, Comissão de Melhoramentos do Casal de São José, Comissão de Melhoramentos do Maladão, Liga de Melhoramentos do Vale Cordeiro, União e Progresso do Rochel, União Nogueirense e Casa da Comarca de Arganil.
“A Junta de Freguesia de Arganil iniciou, no ano passado, as comemorações do Dia da Freguesia. Um dia que “não tem data fixa e que se pretende que não se comemore somente na sede de freguesia, mas que seja itinerante e que, em cada ano, seja comemorado em localidade diferente, levando as comemorações aos diversos pontos da nossa freguesia”, começou por referir o presidente da Junta, Pedro Alves, para salientar depois que é “um dia em que se pretende enaltecer e recordar aqueles que, ao longo do tempo, deram o seu contributo para engrandecer a sua terra, a nossa freguesia e o nosso Município”.
E recordando que “se em 2024, foi feita uma justa homenagem aqueles que exerceram, desde Abril de 74, funções de autarca na Assembleia e na Junta de Freguesia, hoje pretendemos homenagear aquelas entidades que, muitas vezes sozinhas, somente com a vontade e o querer dos seus elementos, lutaram pelo desenvolvimento das suas aldeias, das suas terras. Foram elas, em muitos casos, as responsáveis pela concretização das obras que possibilitaram melhores acessos, água potável e electricidade a estes lugares que ficavam longe de tudo e de todos e muitas vezes esquecidos de quem tinha o poder para decidir porque, já diz o velho ditado, ‘longe da vista, longe do coração’. E as populações destas terras, muitas vezes esquecidas nos meandros da nossa Serra do Açor, tiveram que se fazer à luta, unindo-se em Comissões de Melhoramentos”.
“Este Regionalismo, diria mesmo, este bairrismo beirão que muitas vezes criou rivalidades benéficas entre as diferentes aldeias, foi o que deu alento e alavancou o desenvolvimento de muitos lugares desta região da Beira Serra”, salientou ainda o presidente da Junta de Freguesia, acrescentando que foi “fruto deste trabalho de quem lutou localmente, ou lá longe, muitas aldeias deixaram de estar isoladas, surgiram melhores vias de comunicação e a electricidade e a água foram melhorias que se generalizaram. Mas muitos dos nomes que estiveram na base deste Regionalismo perderam-se no tempo e só os mais antigos os recordam. Alguns tem o seu nome gravado numa placa de toponímia, mas poucos sabem quem eles foram ou em que é que contribuíram para o desenvolvimento das suas terras e para o bem-estar dos seus conterrâneos”.
Por isso e “numa tentativa de manter vida a memória destes homens e mulheres que muito fizeram (…) é que a Junta de Freguesia criou este Dia”, disse Pedro Alves, este ano homenageando Associações de Melhoramentos “que continuam activas, (…) constituídas por pessoas que deram e continuam a dar todos os dias, graciosamente, o seu melhor para bem de todos, numa época em que se nota um certo distanciamento do associativismo, nomeadamente do regionalista.
E referindo-se às coletividades homenageadas, o presidente da Junta de Freguesia considerou que “são o exemplo da resiliência e da entrega a favor da comunidade”, enaltecendo também a Casa da Comarca de Arganil (fundada em 1929), “uma nobre embaixadora do nosso concelho, da nossa cultura e das nossas gentes, na região de Lisboa” e que, “tal como no passado é, ainda hoje, o local de eleição para os arganilenses se reunirem e confraternizarem”, tendo sido também “o local onde se formaram muitas das Comissões ou Subcomissões das nossas aldeias”, terminando por afirmar que “ao serem efectuadas estas justas homenagens pretendemos, mais uma vez, demonstrar que na nossa freguesia ninguém é esquecido, (…) queremos que os seus exemplos sejam o alicerce de novas consciências e que os mais jovens e menos jovens saibam que o trabalho voluntário e a sua entrega à causa comum são reconhecidos. (…) Um bem-haja a todos”.
Mas neste Dia da Freguesia, o executivo da Junta decidiu também reconhecer pelo seu “profissionalismo e dedicação, (…) alguém que, há mais de 20 anos, regressou às suas origens e que por cá ficou”, ingressando na Junta de Freguesia em 2005, para “exercer funções na secretaria”, Helena Maria Fernandes dos Santos Lemos, “a nossa Lena na Junta”, que considerou ser “sempre um verdadeiro braço direito dos executivos com quem trabalhou”, sendo-lhe entregue a Medalha da Freguesia e um Certificado de Louvor e Reconhecimento “pelos mais de 20 anos de bons e exemplares serviços prestados na Freguesia de Arganil”.
“Um dia feliz pela sua descentralização e que nos leva a pensar nas nossas associações”, como foi considerado, pelo qual e para a sua comemoração o presidente da União e Progresso do Rochel, Manuel Almeida, agradeceu “por terem escolhido esta casa para uma cerimónia tão bela, deixando o apelo aos jovens para “nunca deixem fechar estas casas pelo que significam para as nossas aldeias”, enquanto o presidente da Casa da Comarca de Arganil, Carlos Luís, depois de agradecer a homenagem, não deixou de se referir à Casa-mãe do Regionalismo “um espaço que é de Arganil e de todos arganilenses, conterrâneos e amigos” residentes em Lisboa, para depois o presidente da Assembleia de Freguesia, João Travassos, enaltecer também o papel das colectividades regionalistas ao longo dos tempos, “atrevemo-nos mesmo a dizer que o Poder Local não foi inventado pelo 25 de Abril”, pela sua contribuição para os melhoramentos realizados nas aldeias, “são a voz das aldeias, (…) têm uma presença, histórica” na freguesia de Arganil como em outras da Beira Serra, deixando “uma palavra de profundo agradecimento a todas as Comissões de Melhoramentos da Freguesia de Arganil e aos grande vultos do Regionalismo”.
E depois do presidente da Assembleia Municipal, António Cardoso, deixar também “o meu mais sincero agradecimento às Associações, a todos vós que lhe dão vida. Continuem o exemplo e que nunca vos falte o apoio e a coragem para continuar a trabalhar em defesa das populações”, o presidente da Câmara Municipal, Luís Paulo Costa, que presidiu à cerimónia, congratulou-se com “esta iniciativa da Junta de Freguesia de enaltecer as pessoas e instituições que contribuem para a vida desta freguesia”, ao mesmo tempo não deixou de fazer ainda referência ao papel desenvolvido pelos presidentes de Junta do concelho que são “o receptor das reclamações mais próximas das pessoas” e, ao salientar a importância de “reconhecer o papel de todas estas instituições e coletividades”, considerou que “em boa parte das nossas aldeias, aquilo que aconteceu em termos de melhoramentos, serviços básicos essenciais, foi obra destas pessoas, destas instituições, associações e comissões” e que “na nossa região alargada, na realidade foi o que permitiu resolver tantos problemas das pessoas”, garantindo que “das 182 aldeias que temos no nosso concelho se não fosse o papel interventivo, há algumas décadas atrás, destas Comissões de Melhoramentos, provavelmente muitas delas já não existiam” e sem deixar de se referir ainda à Casa da Comarca de Arganil, considerou que “tem um papel muito relevante na promoção dos interesses do nosso concelho, em Lisboa”.
O presidente da Câmara Municipal não deixou de enaltecer ainda o presidente da Junta de Freguesia de Arganil em ter “apostado em esclarecer, clarificar e afirmar aquilo que é, na realidade, os símbolos da sua freguesia”, defendendo que a bandeira “deve representar de forma fiel aquilo que é o enquadramento histórico do nosso território”, deixando os parabéns ao executivo da Junta “por terem tido essa iniciativa de reconhecer esse contributo tão importante que essas pessoas deram ao longo de muitas décadas”, no cumprimento de “um exercício que nem sempre é fácil, mas que é absolutamente insubstituível” e, por esse facto, se no ano de transato fizeram o reconhecimento ao autarcas, deixou os parabéns por, neste ano, “tomarem esta iniciativa de reconhecer o papel de todas estas instituições” que, “em cada uma das aldeias (…) representam bem aquilo que é a história do nosso concelho, aquilo que é a história das nossas aldeias, (…) permitindo resolver tantos problemas às pessoas”, deixando também por isso e mais uma vez, a gratidão a todos que contribuem e servem o nosso Movimento Regionalista, “os meus agradecimentos por tudo aquilo com que têm contribuído em prol do nosso concelho e, em particular, em prol da Freguesia da Arganil”.
A cerimónia iniciou com a actuação Coral 7 de Setembro, tendo também sido descerrada uma placa evocativa deste Dia da Freguesia, actuado o Rancho Juvenil da Casa do Povo de Arganil, terminando com um lanche convívio e, em memória de todos os elementos já falecidos que fizeram parte dos corpos sociais das coletividades homenageadas, a missa celebrada na igreja matriz
de Arganil.