“EDS – A Escola de Dança onde a magia acontece”, é este o lema desta Escola, que nasce de um projecto da Associação Juvenil E-Motion e que “visa promover e desenvolver iniciativas artísticas com finalidades formativas, culturais, sociais, recreativas e desportivas”.
Magia que se vive, que se sente desde a inauguração da EDS em 24 de Fevereiro de 2019, pelo então Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, nas suas magníficas instalações na Rua de Olivença, no Bairro de Abrunhós, na paixão da sua directora artística e professora de dança, Inês Castro Silva, “na alegria de cada aluno, porque é muito bom vê-los a sorrir, com uma energia incrível, vê-los felizes e ver também os pais felizes com o trabalho que é produzido na Escola”.
Uma Escola que tem crescido e cumprido em pleno os seus objetivos e que é hoje uma referência no concelho e na região, que se estende aos concelhos de Góis (em parceria com o Espaço C) e Oliveira do Hospital (em parceria com o Ginásio RD Sports). No pólo-sede da EDS, em Arganil, actualmente com 215 alunos, “temos aulas de ballet (a partir dos 3 anos), dança contemporânea (a partir dos 5 anos), hip-hop (a partir dos 5 anos), pilates (turmas adultos); e taekwondo (turma kids, teen e adultos); no pólo de Oliveira do Hospital, com 92 alunos, temos aulas de ballet (a partir dos 5 anos), dança contemporânea (a partir dos 6 anos) e hip-hop (a partir dos 5 anos); e no pólo de Góis, com 20 alunos, temos aulas de ballet (a partir dos 5 anos) e hip-hop (a partir dos 5 anos)”, como deu a conhecer Inês Silva.
E com Inês Castro Silva trabalham ainda na EDS, Carla Ramos, professora de pilates, e Nuno Semedo, professor de taekwond, que com “dedicação, responsabilidade, formação, hombridade, rigor, competência, educação, cidadania activa e cooperação”, no dia-a-dia e depois das actividades escolares, tem procurado que os seus alunos “aprendam e pratiquem dança e artes marciais”, no cumprimento da missão da Escola que é “combater a interioridade, oferecendo espaços de oportunidades culturais e formativas de qualidade; contribuir para a educação não formal dos jovens; desenvolver iniciativas artísticas com finalidades formativas, culturais, sociais, recreativas e desportivas; promover e organizar atividades culturais que contribuam para a formação humana”.
A prova disso e pela qualidade do ensino ministrado, pelo trabalho “passinho a passinho, mas com um objectivo muito bem determinado e com todas as directrizes para que tudo isto tenha sucesso”, como referiu a directora artística, a EDS tem crescido e sido distinguida porque, além de ter alunas de ballet reconhecidas internacionalmente, têm organizado grandes espectáculos de dança contemporânea, de ballet ao nível do que melhor se faz nas grandes cidades. Como aconteceu recentemente, muito embora “uma das nossas dificuldades é muitas das vezes em fazer um espectáculo em Arganil porque não temos, infelizmente, condições para produzir um espectáculo como nós gostaríamos, porque não conseguimos tecnicamente realizar o que idealizámos e, muitas vezes, temos que ir para fora e apresentar fora, como foi o caso de Tábua, como foi o caso de Góis que têm excelentes auditórios”.
Desde o ano da inauguração e como deu a conhecer Inês Silva, “produzimos espectáculos, pelos menos dois por ano, em 2020, ano pandémico, ainda conseguimos realizar também dois espectáculos, fizemos um encontro de danças urbanas e o bailado Lago dos Cisne, no ano 2021 também espetáculos de hip-hop e, em 2022, as grandes produções que aconteceram no auditório da Cerâmica, no Centro Cultural de Tábua, no Paço Grande, as quais “queremos sempre melhorar, quer seja na cenografia, nos figurinos, nos adereços, nas próprias técnicas, nos grupos que vão evoluindo ao longo dos anos conforme a experiência, conforme vão amadurecendo. Queremos sempre mostrar mais e melhor ao nosso público. Este ano quisemos arriscar e fazer alguma coisa diferente, própria e específica para as danças contemporâneas e por isso criámos aquele espectáculo Alma, que pretendeu mostrar a alma destas bailarinas, desde as crianças às classes mais juvenis, que foram mostrar precisamente a essência da dança contemporânea e dessa arte”.
Mesmo apesar de haver outras ofertas aos mais variados níveis, a EDS e como disse a directora artística, “felizmente não tem dificuldade em alunos, temos crescido, mas deve-se ao facto de trabalharmos muito para isso. Os miúdos aderem, gostam muito e são muito felizes e o feedback que temos dos pais é que vêm com muito gosto trazê-los à Escola, embora uma das dificuldades é que as aulas são sempre depois das actividades escolares, essa é a nossa maior dificuldade, porque como não me consigo desdobrar e são muitas turmas, dividimos todas as modalidades em faixa etárias e em graus para que possamos trabalhar a partir das 17 horas e quando os pais conseguem ir buscar os filhos ao infantário, à escola. E isso faz com que haja pouca margem de manobra para ter muitas turmas e para ter uma maior rotatividade”.
As modalidades oferecidas pela EDS “fazem bem à alma e ao corpo”, considera Inês Silva, mas também para que os seus alunos estejam “mais despertos para a cultura, para as artes” e, para isso, a grande qualificação dos seus professores, “há sempre uma qualificação por trás, houve um percurso formativo e académico que levou o professor até aquele nível e porque não nos podemos diminuir só porque somos de uma vila do interior do nosso país. Tudo o que nós fazemos aqui em Arganil, seja nos outros pólos, tem de ser com mérito como o das pessoas numa grande cidade.
Queremos dar a Arganil todas as condições que as pessoas dos grandes centros urbanos também têm. E foi nessa perspectiva que a EDS nasceu, porque senti, realmente, que precisamos de formação certificada e qualificada em Arganil”.
Por isso qualquer aluno pode continuar a sua formação, “porque uma das mais-valias que a EDS oferece e que nos distingue, são os exames internacionais que fazemos de ballet. porque temos certificação e isso faz com que os alunos façam exames com um avaliador externo, inglês e que não conheço. que vem cá de propósito para os avaliar. E temos alunas de ballet que já o fizeram e todas tiveram distinção, a nota máxima, o nosso muito bom e que, portanto, atesta a qualidade do nosso ensino“. Que é também para meninos, “felizmente os meninos também estão na dança, já temos quatro e é muito bom sentir que os pais apoiam e não têm qualquer tipo de preconceito porque, infelizmente, nos meios do interior ainda sentimos um certo preconceito, mas que é totalmente errado. Fico muito contente de já termos quatro meninos no ballet”.
E sendo a EDS uma das actividades da Associação Juvenil E-Motion, “temos o apoio ao associativismo por parte da Câmara Municipal, do IPDJ e também das actividades regulares que tem uma quota mensal e dos pais “tem sido incríveis no apoio que dão à estrutura, mas mesmo assim o apoio não é aquele que gostaríamos, porque as pessoas não têm a noção dos custos dos espectáculos que produzimos, na logística, compra de figurinos, de adereços, de cenografia, pagar ao fotógrafo e ao videógrafo, à equipa de luz e de som, todas as licenças, alem de manter este espaço, a renda, a luz, a água são despesas fixas que obrigam a um grande esforço financeiro. Mas mesmo assim ninguém deixa de ser bailarino se não tiver meios financeiros para isso, também temos este lado humanístico, ninguém é deixado para trás, todos contam, todos são importantes, mas mesmo importante é que as pessoas vão aos espectáculos e apoiem o que é feito na terra e pelos da terra”.
Para a Inês Castro Silva, a dança é uma paixão, “comecei em pequenina a dançar e tinha sonho de um dia ter o meu grupo de dança e a minha escola de dança” e, apesar de “a minha vida ter ido por outros caminhos, licenciei-me em Filosofia”, mas a paixão acabou por falar mais alto, decidiu arriscar, “porque se não arriscarmos nunca sabemos se dá certo, fiz as provas e uma audição para a Escola Superior de Dança, em Lisboa, entrei e com isso começou assim a minha aventura profissional na área, apostei nessa licenciatura, trabalhei também com Companhias em Lisboa, com corógrafos e isso deu-me uma grande abertura para saber como fazer, como operar e o caminho certo, digamos assim, e tudo isto deu-me as ferramentas para depois poder voltar. E cá estou”, deixando como grande mensagem aos jovens para que sigam os seus sonhos, não desistam deles, “nunca desistir daquilo em que acreditamos e realmente foi esse o meu segredo, não desisti do meu sonho, não desisti daquilo em que acreditava, que fazia falta na minha terra. E isso é muito importante”.
Inês Castro Silva, perante todo o seu sucesso e o sucesso da EDS, não deixou de manifestar ainda “um sentimento de gratidão, sobretudo, porque se não fossem todos estes alunos, as famílias que semanalmente os vêm trazer aos ensaios, apoiar por em toda esta logística, nada disto seria realizado, mas obviamente que são muitas noites mal dormidas, muito stresse acumulado, mas vale a pena, vale a pena trazer cá para dentro a formação que adquirimos lá fora, sentir que fazemos a diferença na nossa comunidade e que é imprescindível para que Arganil evolua, cresça como terra”.