Na última reunião de Câmara, a Zona Industrial da Relvinha foi um assunto que voltou a estar em destaque (e já abordado em anteriores reuniões e em Assembleias Municipais), com o vereador da oposição, Miguel Pinheiro, a considerar que “a questão ambiental à saída da ETAR da Relvinha preocupa-nos, volta e meia aparecem registos nas redes socias e as pessoas vão sabendo o que se passa nas linhas de água a jusante da ETAR, que não está a funcionar e que pode estar a causar um problema ambiental de relevante importância”.
Por esse facto e ainda segundo o vereador socialista, a importância de “perceber o que está a acontecer, o que tem sido feito”, acrescentando ainda que “os últimos registos, que são da semana passada, dão conta de uma situação bastante desagradável e basta passarmos ao pé da ETAR para perceber que pelo cheiro ela evidencia-se, mas também a evidência do desequilíbrio ambiental é notória”, pelo que este “é o momento certo para intervir”, tendo em conta a futura instalação de novas empresas naquele local e uma vez que, “ter uma infraestrutura básica como esta a funcionar corretamente, é determinante para o sucesso daquele espaço”.
O vereador do executivo, Luís Almeida, informou que “estamos neste momento com um concurso público para concepção, construção para a ETAR da Relvinha”, reconhecendo ainda que “estamos conscientes de que existiram erros de concepção daquele equipamento, que são conhecidos e que importa operacionalizar, corrigir, para que do ponto de vista de funcionamento ela funcione e que seja um equipamento que dê resposta ao necessário”.
Mas também o vereador da oposição, Paulo Teles Marques, não deixou de manifestar a sua “preocupação pelos recorrentes incêndios que têm ocorrido na empresa Pinewells”, considerando que “parece que têm sido cada vez mais graves, implicando meios em considerável número e inerentes gastos que de alguma forma, indiretamente, todos suportaremos”, sem deixar de manifestar ainda a sua preocupação pelo facto “destes incêndios puderem afastar interessados nos terrenos contíguos na recém-inaugurada Área Empresarial da Relvinha, com todo o impacto negativo que essa circunstância terá”, questionando o executivo se “estarão a ser cumpridas todas as questões de segurança, se a Câmara tem algum meio que lhe permita a fiscalização e a garantia de que estes episódios não tenham a frequência que têm tido”, reafirmando a sua “preocupação e a má vizinhança, entre aspas, que vai causar aos potencias interessados em se instalar nesta Área Empresarial”.
A vice-presidente da Câmara, Paula Dinis, afirmou que as preocupações apresentadas pelos vereadores socialistas também eram as do executivo, dizendo que “estamos atentos” e que “irei transmitir ao senhor presidente as preocupações manifestadas, quer relativamente à ETAR da Relvinha, quer relativamente à Pinewells” e, no que se refere ainda à situação dos incêndios ocorrido naquela empresa de produção de pellets, o vereador Filipe Frias, disse tratar-se de uma “situação que também nos preocupa”, referindo que pelo que apuraram “estes episódios, neste tipo de empresas costumam acontecer”, contudo “temos que perceber se têm os meios adequados para conseguirem responder na altura”, informando ainda que a Pinewells “entrou com um processo de ampliação a nível de colocarem mais um silo, um destroçador e um secador e, na apresentação do projecto, pediram isenção contra incêndios e nós dissemos que não” porque e como explicou, primeiro querem obter um parecer da ANPC “que é a entidade competente para perceber se o projecto está a cumprir todas as normas legais”.
Ainda relativamente à Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) da Zona Industrial da Relvinha, no Sarzedo, não podemos deixar de referir que sofreu obras de reabilitação e beneficiação, inauguradas em 2019, num investimento de cerca de 1,2 milhões de euros, financiado em 85% pelo Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR). Porém, aquela infraestrutura ficou com erros de concepção, tendo que ser intervencionada novamente. O concurso público para a empreitada, concepção-construção da referida ETAR, encontra-se a decorrer, prevendo-se que a obra, após o seu início, tenha um prazo de execução de 360 dias, tendo como investimento base 300 mil euros.