ARGANIL: FIMA com destaque internacional

Nos dias 20 e 21 de Abril e como A COMARCA já noticiou, vai realizar-se na antiga Cerâmica Arganilense, a FIMA – Feira Industrial de Manutenção de Arganil, organizada essencialmente pelos alunos do Curso Técnico de Manutenção Industrial – Variante Mecatrónica, da Escola Secundária de Arganil, assim como dos alunos do curso Multimédia e de Turismo, com o apoio dos professores, Júlio Marques e João Rodrigues.

A FIMA surgiu por iniciativa de dois docentes, Júlio Marques e João Rodrigues, como recordou a directora do Agrupamento de Escolas, Anabela Soares, depois de considerar que o trabalho realizado no âmbito deste curso profissional “era muito importante e muito bem avaliado, mas faltava o rosto para a comunidade”, salientando que “a FIMA traz essa mais-valia, abre a Escola à comunidade e queremos estar com as empresas porque elas colaboram muito connosco”.

Inteiramente dedicada à indústria, direccionada para todos os profissionais e estudantes das áreas de mecânica, eletricidade, automação e robótica, com participação gratuita, mas sujeita a inscrição que poderá ser efetuada em https://fimarganil.pt/inscricao/, a FIMA é cofinanciada pelo POCH, conta com o apoio do Município e surge no seguimento da 1.ª edição que teve lugar o ano passado no mesmo local e que foi um sucesso.

A jornadas técnicas que integram o programa da Feira, serão dedicadas à robótica e à inovação industrial em que, durante dois dias, os visitantes irão contar com demonstrações práticas de máquinas, equipamentos e softwares nas áreas da robótica industrial, robótica colaborativa, layouts para sistemas robóticos, soldadura robotizada, soluções de visão artificial e análise de imagem, desenvolvimento de sistemas automáticos, centros de maquinação CNC, assim como com uma apresentação da nova geração de ferramentas da Bosch.

Além disso e com destaque para o dia 20 de Abril, os visitantes vão ainda poder assistir a demonstrações da Universal Robots com os seus robôs colaborativos e ferramentas, em que Miguel Oliveira, da Sales Development Manager da Portugal Universal Robots, irá apresentar as vantagens e os processos de implementação da robótica colaborativa e, ainda nesse dia, as jornadas irão receber via setreaming, o diretor geral da Welix, Damien Ehry, Business Development Manager Robotics EWELLIX, que irá apresentar as soluções de movimentação da empresa, passando assim o evento a ter destaque internacional.

No dia 21, será marcado pela apresentação da nova geração de ferramentas da Bosch, como já mencionámos e, pela presença da Força Aérea Portuguesa, representada pela arganilense, major Maria Batista, que fará desmonstrações de utilização de óculos de realidade aumentada e simuladores.

“Vamos aproveitar a FIMA para fazer um balanço do ensino profissional e vamos ter um painel sobre a valorização do ensino profissional, porque só a comunicação destes alunos é que pode valorizar estes cursos”, disse ainda Anabela Soares, para referir depois que o Agrupamento viu a sua candidatura aprovada, no meio de 1 milhão e 500 mil que foram apresentadas para a implementação de um Centro Tecnológico e Industrial (CTI) no Agrupamento, o que irá acontecer até 2024, deixando a garantia que “os nossos alunos quando saem do Agrupamento vão muito bem preparados” e que “temos empresas a disputarem os nossos alunos, temos sempre vários telefonemas de empresários a quererem os nossos alunos a trabalhar com eles”, acrescentando que é de cerca de 95% a taxa de empregabilidade o curso de Manutenção Industrial.

“Estamos a passar por uma crise de mão de obra, é difícil arranjar um técnico de manutenção industrial e o Agrupamento conta já com mais de 50 anos de experiência na formação destes técnicos”, salientou o professor João Rodrigues, congratulando-se pelo facto de “os nossos alunos quando ingressam nas empresas, destacam-se sempre de outros alunos de outras escolas do país, o que nos deixa muito orgulhosos” e, referindo-se à FIMA, disse que tem como objectivo principal “valorizar o valor que estes jovens têm e envolvê-los em algo de grande dimensão, sendo dedicada exclusivamente à área industrial”.

Os visitantes da FIMA, “o que irão assistir na parte da robótica vai ser, no fundo, uma réplica do que teremos em Arganil, no final de 2024, no CTI”, disse ainda João Rodrigues, deixando também o convite aos empresários a estarem presentes, para mostrarem os seus serviços e produtos e a todos os interessados para que se inscrevam, porque “quanto mais expositores e mais pessoas tivermos a visitarem-nos, oradores e especialistas, mais a FIMA cresce e de forma sustentada”, augurando mesmo que daqui por uns anos o evento cresça tanto que tenha que ser feito noutro local, como a nova Zona Industrial da Relvinha.

“Queremos que a FIMA seja uma referência de âmbito nacional e, quem sabe, futuramente fazer a FIMA noutro local”, disse também o professor Júlio Marques, esperando que as “empresas locais compareçam, porque vão levar um leque abrangente de conhecimento e também um leque de soluções para fazerem crescer as suas empresas”, acrescentando que este ano, as jornadas “são mais dedicadas ao sentido demonstrativo da parte robótica e inovação industrial, embora tenhamos também empresas presentes a mostrarem os seus produtos, geralmente vêm demonstrar o que têm de mais avançado”.

E depois de se mostrar “muito orgulhoso” dos seus alunos, “já somos reconhecidos internacionalmente devido às características únicas dos nossos alunos e dá muito orgulho vê-los tão bem-sucedidos nas empresas”, Júlio Marques referiu ainda que embora havendo “um certo estigma com estes cursos profissionais, mas a taxa de empregabilidade destes cursos é muito alta e, além do mais, quem terminar o curso e quiser pode também seguir para o ensino superior”.