ARGANIL: Grupo privado vai reflorestar baldios da Serra do Açor

Foto: ARQUIVO “A COMARCA”

Arganil vai avançar com a reflorestação de dois mil hectares de baldios com uma aposta nas espécies autóctones, um investimento previsto de cerca de três milhões de euros suportado por um grupo privado, anunciou o presidente da Câmara.

Os grandes incêndios de 15 de Outubro de 2017 obrigaram o concelho a “olhar para a floresta de uma forma diferente” e a criar o projecto “A Floresta da Serra do Açor”, que prevê a reflorestação de dois mil hectares de baldios do concelho, disse ainda Luís Paulo Costa.

Cerca de uma dúzia das associações de compartes do concelho (metade do total) já aderiram ao projecto, que vai ter como foco o principal corredor de entrada de incêndios no concelho, que fica a sul, no limite entre a Pampilhosa da Serra e Arganil, referiu.

Os dois mil hectares vão ser geridos por uma associação cujos estatutos estão a ser finalizados e que deve ficar formalizada a tempo do feriado municipal 7 de Setembro).

Para além de prever a plantação de autóctones, também haverá algum espaço para a plantação de pinheiro bravo – “há solos que não têm características para outro tipo de produção” – e de pinheiro manso, referiu.

O presidente da Câmara de Arganil estima que o projecto possa integrar “algumas centenas de cabeças” na pastorícia, que poderão ter um papel importante nos 90 hectares de faixas de gestão de combustível associados à zona integrada no projecto.

Luís Paulo Costa não tem dúvidas de que este projecto será “decisivo na mudança de paradigma” do concelho, considerando que poderá ser um exemplo não apenas para Arganil e para a região como, eventualmente, para o país.

O presidente da Câmara de Arganil sublinha que, apesar da tragédia de 2017, dois anos volvidos, o território está “totalmente desordenado do ponto de vista florestal” e que, apesar das “palavras bonitas” que foi ouvindo do Governo, “nada de objectivo ainda aconteceu”.

“Se nada for feito, se continuarmos no campo das intenções e das palavras, aquilo com que podemos contar é que a Natureza não para e daqui a quatro ou cinco anos teremos o mesmo resultado que em 2017”, afirmou Luís Paulo Costa.

O projecto vai ser apresentado esta tarde, no decorrer do seminário “PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS FLORESTAIS E RESILIÊNCIA DOS TERRITÓRIOS DO INTERIOR”, que entretanto se está a realizar na Antiga Cerâmica Arganilense.