ARGANIL: I Seminário “Sim à igualdade, Não à violência!”

Na passada sexta-feira, 2 de Junho, no auditório da Cerâmica Arganilense e no âmbito do Dia Internacional das Crianças Inocentes Vítimas de Violência Doméstica (que se assinala a 4 de Junho), a ADIBER – Associação de Desenvolvimento Integrado da Beira Serra, na qualidade de entidade coordenadora do Gabinete Interdisciplinar de Apoio às Vítimas de Violência Doméstica (GIAV) da Beira Serra, realizou o I Seminário “Sim à igualdade, Não à violência!”.

Na sessão de abertura e conforme recordou o presidente da ADIBER, Miguel Ventura, o GIAV, que “está em actividade desde Novembro de 2021”, tem tido “uma actividade intensa, no sentido de divulgar e incentivar todos os agentes locais para esta temática, para a prevenção da violência doméstica”, referindo que “é com muito orgulho que podemos dizer que já estamos inseridos na Rede Nacional de Apoio às Vítimas de Violência Doméstica, num protocolo assinado, em Dezembro, em Oliveira do Hospital, no âmbito do qual todos os parceiros do nosso território, Arganil, Góis, Oliveira do Hospital e Tábua, integram esta mesma rede”.

E depois de apresentar “os números alcançados” pela equipa técnica do GIAV, constituída pela assistente social Sónia Monteiro e pela psicóloga Daniela Almeida, o presidente da ADIBER informou que “registámos, até ao momento, 35 atendimentos a vítimas de violência doméstica e 11 processos, foram realizadas 21 acções de sensibilização junto de escolas, empresas e forças de segurança, temos um programa mensal na Rádio Clube de Arganil, no sentido de divulgar esta temática e foram realizadas cerca de duas dezenas de reuniões para consolidação de parcerias e partilha de informação dos objetivos do projecto”, estimando que “já tenha tido um alcance superior a 8000 pessoas, directa e indiretamente. Isto é significativo, no sentido de tornarmos este território mais inclusivo, que esteja mais desperto para estas questões de violência doméstica”, que “temos que assumir cada vez mais que se trata de um crime público e que compete a cada um de nós, enquanto cidadãos, fazer o nosso papel, no sentido de prevenir e chamar a atenção para casos que estejam a passar na nossa comunidade”, deixando votos para que “possamos sair daqui todos mais conhecedores destas temáticas e mais enriquecidos com as aprendizagens que vamos beneficiar ao longo deste dia”.

“Esta é a matéria mais difícil de trabalhar, porque a violência pratica-se de várias formas”, considerou o vice-presidente da Câmara Municipal de Tábua, António Oliveira, agradecendo à ADIBER que “em boa hora nos apresentou um projecto e estamos a fazer um caminho, mas ainda há muito a percorrer” sobre o apoio às vítimas de violência, deixando o apelo para que “não deixe acabar este programa, porque “há casos que são um terror”.

“Não há solução sem trabalho concertado e articulado, em rede, para dar resposta ao grande sofrimento que este problema traz para a vida das pessoas”, referiu a vereadora da Câmara Municipal de Arganil, Elisabete Oliveira, agradecendo a todos os técnicos pelo esforço e dizendo que “é muito bom voltarmos a estar juntos, em momentos de formação e encontro”, no qual e em representação do Munício de Oliveira do Hospital, esteve também presente a vereadora da Câmara, Graça Silva.

Depois da sessão de abertura do Seminário, seguiu-se o painel da manhã, moderado por Olga Nunes (socióloga), cabendo a Rute Agulhas, com especialidade em Psicologia Clínica e da Saúde, falar sobre o tema “Audição a crianças e intervenção com jogos didáticos”, enquanto Manuel Albano, vice-presidente da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, abordou a questão das “Estruturas de Apoio a Vítimas de Violência Doméstica, Casas Emergência e Casas Abrigo” e Cláudia Silva, psicóloga num Centro de Formação Profissional, apresentou “Respostas de Apoio Psicológico a Crianças e Jovens Vítimas de Violência Doméstica”, enquanto no painel da tarde, moderado por Marco Pinto, a psicóloga e elemento da Equipa Técnica Regional do Centro da Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Protecção das Crianças e Jovens, Sandra Lopes, debruçou-se sobre o tema “Violência Doméstica em Crianças – identificar, avaliar e intervir”, enquanto Rui do Carmo, Procurador da República Jubilado e coordenador da equipa de Análise Retrospetiva de Homicídio em Violência Doméstica, falou sobre “Diligências Judiciais – Abuso Sexual e Maus Tratos”. Esta iniciativa contou com um momento musical, a cargo de duas alunas do Pólo de Arganil do Conservatório de Música de Coimbra, bem como um momento teatral, apresentado por Aurora Martins.