ARGANIL: Município reduz factura energética para não desaparecer o investimento

Na última reunião de Câmara e respondendo à questão do vereador da oposição, Paulo Teles Marques, se “já há alguma previsão relativamente ao orçamento para 2023” e se “a maior preocupação continuará a ser dada ao investimento ou se, pelo contrário, estão a contar abdicar de parte do investimento para fazer face aos apoios às famílias e às pessoas”, o presidente da Câmara Municipal, Luís Paulo Costa, disse que se o consumo energético ”dos diversos serviços do Município de Arganil não baixar, “a margem orçamental para alavancar o investimento – que, regra geral, acontece por via de financiamentos – quase que desaparece na totalidade”.

Para isso e segundo o presidente da Câmara, o Município se encontra a desenvolver “algumas iniciativas no sentido de reduzir a factura energética”, dando ainda a conhecer que, “este ano, não tivemos uma segunda fase de contratos-programa com as Juntas e Uniões de Freguesias, nos termos habituais, muito por via desta circunstância” e que “o corte das transferências do Orçamento de Estado está a ter também um impacto significativo”.

Para reduzir a factura energética, “estamos a trabalhar no que tem a ver com a constituição das comunidades de energia renovável” que, dessa forma, “pode efectivamente pelo menos baixar a tarifa de referência”, disse ainda Luís Paulo Costa, informando que “ao mesmo tempo, em tudo aquilo que nos era permitido do ponto de vista legal, transitámos tudo para o mercado regulado, mas mesmo assim estamos a falar de tarifas que são duas vezes e meia a mais daquilo que pagávamos até Fevereiro, em termos de tarifa média de eletcricidade”.

“Esta situação está a ter impacto naquilo que tem a ver com o investimento”, considerou Luís Paulo Costa, acrescentando que “no final do ano passado, já era muito evidente aquilo que ia acontecer nalguns sectores, mesmo antes de adivinharmos que ia acontecer uma guerra da Rússia contra a Ucrânia”, recordando ainda que “durante o ano de 2021, não houve nenhum produto incorporado em nenhuma empreitada que não tenha aumentado 30 por cento de preço. Naquilo que tinha a ver com os materiais, produtos utilizados e custo de mão-de-obra, já significativamente aumentado, dava para perceber que a margem estava a estreitar” e que depois da guerra “a questão que veio a seguir, já no início do ano, com um comportamento do mercado energético, quer dos combustíveis, quer da eletricidade, veio agravar tudo isto”.