E nesse dia, foram muitos os “Filhos da Escola” e famílias e que tiveram a honra de ser “comandados” pelos representantes da Marinha Portuguesa, almirante Jesus Silva e pelo comandante Rodrigues Pereira, “um homem sempre presente”, como disse José Gomes, que “embarcaram” rumo a uma “viagem” de encontro e de convívio, comemorativa do aniversário do Núcleo.
Uma “viagem” que começou na sede do Núcleo, na Associação de Combatentes do Concelho de Arganil e terminou com o almoço no Salão do Mont’Alto. Pelo meio e apesar da borrasca, o breve ”desembarque” para o momento mais alto do encontro, com a deposição de flores, pelo almirante Jesus Silva, no Memorial dos Combatentes, e momento de silêncio em homenagem aos falecidos.
Rumo ao Santuário e já no Salão do Mont’Alto, as boas-vindas “agradeço a todos que vieram e também a todos os que vieram de longe. Obrigado por terem vindo”, disse José Gomes, ao leme do Núcleo de Marinheiros de Arganil, destacando ainda que “temos pela primeira vez a disponibilidade do almirante Jesus Silva para estar connosco”, para recordar depois e particularmente alguns “que nos acompanharam e que já não estão entre nós, o homem que fundou o Núcleo, Fernando Vasconcelos (Marinheiro), João César, António Vaz, Mário Gomes, Fernando Loureiro.
Honrados “os que já partiram”
E honrando “todos os que já partiram”, José Gomes pediu em sua memória um minuto de silêncio, ouvindo-se o sentido toque, para depois o poeta arganilense, João Bilha, proferir também sentidas palavras alusivas ao momento, “o sentido do percurso de oriente para ocidente que encontramos nos poemas de Pessoa correspondem também a um movimento simbólico da terra para o mar, de facto Portugal dominava os mares, mas não podia ficar por aí. O ocidente era o futuro do passado. As velhas descobertas anunciavam as novas, como escreveu o próprio Pessoa. Conquistamos já o mar, resta que conquistemos o céu. Vós estais aqui, o vosso nome e a vossa voz”.
Representadas Associações e Núcleos de Marinheiros do país
“Fernando Pessoa, na sua Mensagem, ensinou-me o vosso caminho, merecem toda a honra”, disse ainda João Bilha, saudando com amizade os marinheiros presentes neste aniversário do Núcleo de Marinheiros de Arganil, onde estiveram também representações de Associações e Núcleos de Marinheiros de Estremoz, Aveiro, Almeirim, Cantanhede, Vila do Conde, Barcelos, Pampilhosa da Serra, Mangualde e ainda Paraquedistas de Aveiro.
“A Pátria honrai que a Pátria vos contempla”, é o lema da Marinha de Guerra Portuguesa e é também por isso e nesse espírito que, em cada ano e ao longo dos anos, o Núcleo de Marinheiros de Arganil, nas actividades que realiza e em que participa, no seu aniversário, voltou a reunir os “Filho da Escola” que, vindos de longe e de perto, foram particularmente saudados com muita amizade por José Gomes, agradecendo mais uma vez pela presença, como agradeceu ao almirante Jesus Silva e comandante Rodrigues Pereira, ao reitor de Arganil, padre Lucas Pio, aos presidentes da direcção e da assembleia geral, respectivamente António Vasconcelos e Abel Fernandes, da Associação de Combatentes do Concelho de Arganil (onde está sediada a sede do Núcleo).
E com todos a “navegar” em águas calmas, “tocou” para o rancho, tempo não só para degustar a magnífica (e bem servida) refeição, mas também para as histórias e memórias recordadas por cada um dos presentes dos tempos vividos, embarcados ou em terra, ao serviço da Pátria, sem deixar de ser também bem sentida a mística (que não se perdeu) daqueles que ontem serviram a Marinha de Guerra. Foram momentos de fraternal convívio, mas ainda de troca de lembranças, do corte do bolo de aniversário e de cantar os parabéns ao Núcleo pelos seus 46 nos.
Mas porque “há pessoal que tem de zarpar”, como disse José Gomes, era chegada a hora das despedidas dos tripulantes que constituíram a guarnição deste navio, que encheu para comemorar o aniversário do Núcleo de Marinheiros de Arganil, ficando em todos o propósito de um até breve em outros encontros ou até para o ano, em terras de Arganil.