Contando já com várias centenas de assinaturas, vários comerciantes das diversas áreas de atividade, assim como inúmeros cidadãos, reuniram-se para lançar uma petição que sensibilize os poderes locais para a necessidade da continuidade da estrutura do Centro de Saúde e o Serviço de Urgência Básico no espaço onde atualmente se encontram.

O surgimento deste movimento resultou das recentes declarações públicas, por parte de um vereador da Câmara Municipal, neste caso da oposição, dando conta de que tinha sido já lançado concurso público destinado à elaboração do projeto destinado ao novo Centro de Saúde, como aliás A COMARCA deu nota.

Esse anúncio, por parte do vereador Miguel Pinheiro, veio suscitar uma enorme apreensão local, nomeadamente junto das pessoas que fazem a sua vida no centro da vila e com enormes investimentos realizados e que, com essa eventual deslocalização, deitam por terra a aposta realizada no casco histórico.

Contactado o Presidente da Câmara Municipal, para ser obtida uma reação às polémicas afirmações do vereador do Partido Socialista, Miguel Pinheiro, não foram, até ao momento, registadas quaisquer declarações do responsável máximo pela autarquia arganilense, o que tem suscitado várias especulações sobre o real estado de maturação da ideia de deslocalização da estrutura de saúde.

De acordo com alguns dos responsáveis por este movimento informal de cidadãos, essa deslocalização “acabará com a desejada revitalização do centro da vila, e faz-nos questionar sobre qual a razão para que se peça ao pequeno proprietário para recuperar os imoveis degradados e, logo de seguida, se coloque em risco esse investimento, ou mesmo se permita com esta hipótese o agravamento da desertificação na sede do concelho”.

Para outros subscritores da petição “questiona-se qual o futuro dos Bombeiros Voluntários de Arganil e que lógica tem a ideia de construção de um novo quartel dos bombeiros fora do atual espaço, revelando uma combinação de eventos que apenas servirão para destruir o que ainda vai restando no centro da vila”.

Associado a isso, alguns dos elementos responsáveis pela petição que corre, salientam que “ uma deslocalização de serviços não perspetiva nada de bom, inclusive a continuidade da SUB poderá estar em causa, e isso terá impacto diretos, não apenas no acesso a cuidados de saúde, mas de igual modo à sustentabilidade e viabilidade de outras entidades”.

Contactada a Misericórdia de Arganil, proprietária do espaço onde atualmente estão localizadas as estruturas, a mesma escusa-se a alongar nos comentários, reforçando o Vice-provedor, que “a posição da Instituição foi clara na sua disponibilidade para um acordo, nos termos já anunciados à comunicação social, e com respeito pelo mandato da Assembleia Geral”, salientando ainda, que “a Misericórdia investiu, nos últimos dois anos, mais de 3 milhões de euros na reabilitação de um edifício no centro da vila e sem qualquer apoio público até ao momento, o que deverá fazer as pessoas refletir”.