Na passada terça-feira, no salão nobre dos Paços do Concelho, o Município de Arganil, a Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra e o Agrupamento de Escolas de Arganil, assinaram o protocolo de colaboração para a continuidade e funcionamento do Pólo da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra, em Arganil.
E “com a celebração deste protocolo pretende-se dar continuidade à promoção da descentralização do ensino especializado de música a alunos de Arganil e de concelhos limítrofes nos próximos cinco anos” depois de, em 2018, terem iniciado nesta vila as aulas do Pólo da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra, pelo que “há agora a valência do 1.º ciclo”, como referiu a directora do Agrupamento de Escolas, Anabela Soares, acrescentando que com “a renovação do ensino artístico” neste concelho, “o futuro trará novos desafios e tenho a certeza que a Câmara Municipal e o Conservatório de Música irão ao encontro da melhor solução”, dando ainda a conhecer que o Pólo, que com um maior número de alunos inscritos, neste momento cerca de 100, funciona nas instalações da EB 2 e 3 de Arganil, é frequentado essencialmente por alunos oriundos do 5.º ao 9.º anos da EB 2 e 3 de Arganil e da EB 2 e 3 Professor Mendes Ferrão, de Coja.
O director da Conservatório de Música de Coimbra, António Devesa, começou por referir que “já temos a iniciação, que vai proporcionar que haja uma melhoria das condições artísticas dos próprios alunos”, permitindo-lhes assim que possam “desenvolver melhor a sua actividade, ou seja, ao passarem para estádios superiores da sua aprendizagem artística vão poder chegar a um 5.º grau com melhor qualidade artística” e, considerando que “Arganil está numa zona muito importante de extensão deste Conservatório”, disse que “o ensino artístico poderá chegar muito mais longe e poderá evoluir”, pelo que “estou certo que o senhor presidente olha para o ensino artístico como um investimento para esta zona. O alargamento, o crescimento, do Conservatório pode significar uma oportunidade também económica no desenvolvimento económico e cultural da própria zona”.E colocando mesmo a hipótese de “podermos avançar para um espetro secundário”, apesar de isso “significar mais investimentos”, António Devesa acrescentou ainda “esses investimentos que podem significar uma força do ensino artístico nesta zona”, porque sendo esta região “tão extensa e longe de Coimbra, esta será uma oportunidade de ser motora do ensino artístico e desse espectro cultural”, terminando por manifestar a sua satisfação pelos os últimos cinco anos de funcionamento do Pólo em Arganil, “foi uma aposta ganha e espero que os próximos possam ser, não só uma continuidade, mas um reforço de um alargamento de investimento” no ensino artístico.
O presidente da Câmara Municipal, Luís Paulo Costa, reconhecendo que o processo tem sido “bem-sucedido porque envolveu os três parceiros”, recordou que “Artur Dinis, à data presidente da Associação Filarmónica de Arganil, foi o motor e o catalisador deste processo” e evidenciando “a relevância deste tipo de ensino para a nossa comunidade escolar”, referiu que “temos hoje, em Arganil, uma modalidade de ensino dirigida para este escalão mais jovem que é de acesso quase automático”, ao contrário do que acontece em Coimbra, onde há “filas de espera de meninos e encarregados de educação a baterem à porta, à espera de vez”.
Luís Paulo Costa enaltecendo ainda que, para além da importância que este Pólo tem no que concerne ao “crescimento individual de cada cidadão”, considerou que o Conservatório contribui para melhorar o trabalho desenvolvido pelas instituições concelhias e que “as nossas Filarmónicas, as nossas Tunas, tiveram uma melhoria abissal ao nível da sua qualidade de execução, nos últimos 20 anos”, terminando por recordar que, antes do Pólo existir em Arganil, os músicos deslocavam-se para Coimbra e por deixar a certeza que “estamos cá para continuar a trabalhar e fico muito satisfeito por estarmos a celebrar este protocolo”, no âmbito do qual ao Município “incube a responsabilidade de manter o esforço de investimento ao nível dos instrumentos, daquilo que é necessário para o ensino, nomeadamente materiais didáticos, e a questão do transporte dos alunos”.
Por sua vez, o Conservatório de Música tem à sua responsabilidade “a componente lectiva”, enquanto o Agrupamento de Escolas garante “o espaço para o funcionamento da actividade lectiva”, bem como “o que tem a ver também com a afectação do pessoal não docente, para a manutenção do espaço” e, ainda segundo António Devesa, actualmente “a aposta, no que respeita à aprendizagem, tem sido nos instrumentos de sopro”, já que “as Filarmónicas necessitam de uma melhor qualidade”, no entanto, “se houver o desejo de alargar para cordas, por exemplo, precisamos de investimento”, mas agora e depois de cinco anos a crescer, o mais importante é continuação por mais cinco anos da continuidade e funcionamento do Pólo da Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra, em Arganil.