ARGANIL: “Ponte da Barreira tu és Sol e és Luar!”

No dia 6, foi com a inauguração da nova ponte da Barreira e uma homenagem prestada às Lavadeiras da Barreira e particularmente à “Tia Rita Novais”, que começou a 39.ª FICABEIRA – Feira Industrial, Comercial e Agrícola da Beira Serra e Feira do Mont’Alto 2022.

Um “momento para recapitular a história, para saber onde estamos e para onde queremos ir”, como disse o presidente da Câmara Municipal, Luís Paulo Costa, e por isso “quisemos aproveitar esta inauguração da nova ponte da Barreira para prestar uma justa homenagem às mulheres, ao papel determinante que tiveram e têm na nossa sociedade e em Arganil, (…) em particular, queremos prestar uma justa homenagem às lavadeiras que aqui se deslocavam para lavar as suas roupas e as dos outros e que, com isso, conseguiam alguns meios para ajudar à subsistência das suas famílias”.

Uma homenagem que “fica marcada no ferro, em forma de poema, da autoria de Edite Novais”, porque “o ferro fará perdurar no tempo a homenagem a todas as lavadeiras, (…) a uma das mais conhecidas, que foi avó da autora deste poema, a Tia Rita Novais”, dado que “ela e todas aquelas que por aqui trabalharam são referência e alicerces da sociedade arganilense”.

“Ponte da Barreira tu és Sol e és Luar!” – Tens a memória no lugar/Pedras lavadas de brancura/Águas cristalinas a passar/Mãos envelhecidas de ternura/Nuvens brancas de sabão a corar/Tens lençóis de linhas perfumadas/Lembranças ainda por contar/Segredos de alma guardados/Serás o símbolo que não esquece/Pureza da alma já cansada/História de um passado, que enaltece/Vidas de mulheres, aqui passado/Tens a beleza que ficou/No coração que já não sente/Palavras que agora te dou/Em nome de outra gente/Ponte da Barreira, renascida/Não te deixes abandonar/Não te deixes abandonar/Tu que foste alma e vida/Ponte da Barreira tu és e és Luar!”, é este o poema de Edite Novais, marcado no ferro e a recordar também um pouco de história da ponte da Barreira, “em 1929 houve uma reivindicação de alargamento da ponte que então aqui existia”, como referiu o presidente da Câmara Municipal, Luís Paulo Costa, salientando ainda “a importância deste troço, quando não existia a avenida central de Arganil, “era por aqui que se fazia a generalidade do trânsito para o alto concelho”.

Mais tarde, “em 1953, aconteceu aqui uma grande tragédia na região, em que chuvadas muito intensas provocaram graves enxurradas e a ponte que aqui existia até essa altura foi destruída”, recordou Luís Paulo Costa, e desde então, a travessia da ponte foi apenas assegurada “com a colocação de umas traves de madeira sobre umas vigas de ferro e assim ficou uma obra provisória durante 20 anos. Só em 1973 é que viria a ser inaugurada uma nova ponte que foi construída sobre os escombros que tinham ficado do desastre de 1953, situação que fez com que não tenha sido uma intervenção com uma vida útil tão prolongada como aquela que seria desejável”, até que “em 2019, no âmbito de uma vistoria que fizemos a todas as pontes e pontões que temos no concelho, foram identificadas algumas patologias na obra que aqui estava e, na sequência dessa identificação, tratámos de contratar o projeto e, mais tarde, executar esta nova ponte”.