ARGANIL: Recuperação da galeria do ribeiro de Amandos começa no dia 6 de Junho

No passado dia 4, no salão nobre dos Paços do Município, realizou-se o acto público de assinatura da consignação da empreitada de “Recuperação Estrutural da Galeria da Ribeira de Amandos – Zona Pública” e que, formalmente, marca o início da intervenção que começará no próximo dia 6 de Junho, como confirmou o representante da empresa construtora, Construções Castanheira & Joaquim, Lda., Nuno Castanheira.

O Município de Arganil é dono da obra, cujo investimento é de 1 399 886,59 euros, financiado em 660 914,58 euros (React-EU FEDER) e em 330 162,42 euros (Centro 2020 FEDER), sendo 408 809,59 euros da responsabilidade do Município, “sem o React seria impensável fazer esta intervenção”, como considerou o presidente da Câmara Municipal, Luís Paulo Costa, sem deixar de reconhecer e agradecer também o importante papel do vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, (APA), José Pimenta Machado, para que a obra fosse possível, “tenho a certeza de que só estamos aqui hoje, devido à acção do engenheiro Pimenta Machado que, no momento oportuno, quando percebeu que havia uma oportunidade de resolvermos um problema na nossa vila, imediatamente sinalizou essa mesma oportunidade e ajudou a encontrar a solução”.

E ao fazer uma resenha histórica do que levou à construção da galeria hidráulica do outrora chamado ribeiro de Amandos, situado por baixo da Avenida José Augusto de Carvalho e se estende à Avenida das Forças Armadas, no centro da vila, Luís Paulo Costa recordou que essa construção remonta aos anos 40 do século passado, quando o ribeiro (de Amandos) estava nas traseiras da vila e, citando A COMARCA, que na sua edição de 31 de Agosto de 1948, relatava que “o ribeiro de Amandos, no seu percurso nesta vila é, e tem sido, o vasadouro de quantas inutilidades” e “é que também nele vão desaguar todas as imundícies dos canos das águas pluviais” e, “só isso bastava para justificar esta obra tão importante”, que foi a sua cobertura, com a qual e na edição de 16 de Março de 1951, o nosso jornal rejubilava, “e tem razões para isso. É que muito pugnou pela consecução deste importantíssimo melhoramento. Nunca com o fim de prejudicar quem quer que fosse, pois não é, nem nunca foi, essa a orientação deste jornal”.

E se ontem a origem das muitas dificuldades para que a obra fosse possível estiveram na oposição dos proprietários à venda dos terrenos “a isso adequados ou exigindo por eles quantias exorbitantes e inibitórias”, hoje e como considerou o presidente da Câmara, são os transtornos que vai causar às pessoas, aos comerciantes da vila” quando começarem as obras de recuperação da galeria do ribeiro de Amandos, mas “tudo vamos fazer para minimizar o impacto. (…) Temos já alguma ideia relativa ao decurso da empreitada e vamos tentar que as coisas aconteçam por troços e que não esteja todo este comprimento impossibilitado de utilização. (…) Esperamos a compreensão de todos, que não deixarão de perceber a necessidade desta obra. (…) Sem este transtorno não poderíamos fazer esta intervenção que é absolutamente indispensável”.

Absolutamente indispensável porque, como disse o vice-presidente da APA, “a galeria hidráulica tinha patologias graves do ponto de vista estrutural e havia alguma responsabilidade histórica da nossa parte, nos anos 50 os serviços que na altura tínhamos responsabilidade na gestão da água e da rede fluvial, fizeram esta intervenção e tínhamos que encontrar resposta para ela. E nós fizemos esse trabalho”, esclarecendo que o “projecto foi feito e encontramos fonte de financiamento a cem por cento, 730 mil euros”.

E depois de referir que tendo em conta as alterações climáticas, “com água a mais ou a menos, vamos ter cheias e ausência de precipitação que provocará secas”, José Pimenta Machado esclareceu ainda que, nesse sentido, “este projecto foi adaptado a essa realidade, sendo mais resiliente, aumentámos a capacidade de vazão, de transporte de água em situações de cheia”.

Sob a Avenida José Augusto de Carvalho “às vezes até esquecíamos que havia uma galeria”, como disse Luís Paulo Costa, mas os anos passaram, diariamente passavam por ali muitas centenas de veículos e, detectadas que foram as “patologias graves do ponto de vista estrutural”, com armaduras à vista, irregularidades no perfil da lage, de entre outras, imediatamente e desde há algum tempo, para evitar qualquer tragédia, a Avenida foi encerrada ao trânsito pesado. Agora vai sofrer os transtornos a que obrigam as obras, mas porque e como disse o vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, “temos o calendário apertado, a obra (de recuperação da galeria hidráulica) tem de estar concluída até final de 2023. Contamos com o empenho do empreiteiro. Na APA as coisas têm mesmo que acontecer”.