Alguém teve a ideia (e bem) de ser chamada Rotunda “Capital do Rali”, nós aplaudimos, porque apesar de há muitos anos Arganil ser considerada a Capital do Rali, não há um marco que assinale esta honrosa designação que não pode deixar de honrar os arganilenses, a nossa vila, mesmo a região.
Arganil era conhecida em todo o Mundo pelo Rali de Portugal e, mesmo apesar de alguns esforços, numa soube tirar o devido partido da designação de Capital. Falou-se num Museu do Rali (que nunca chegou), até se chegou a falar de um autódromo (para final de etapa) em terrenos na freguesia de Secarias, falou-se, falou-se, mas nunca passou mais que isso, falar, falar e mesmo apesar do grande homem que, durante anos, foi o rosto principal do Rali, César Torres, ter dito numa entrevista ao nosso jornal que enquanto fosse presidente do Automóvel Clube de Portugal, o Rali nunca acabava em Arganil, mas este que era Medalha de Ouro do Concelho de Arganil acabou por falecer anos mais tarde e o que é facto, é que o Rali acabou por ir para outras paragens (não vamos entrar em pormenores sobre o assunto), até que depois de muitos esforços voltou, finalmente, à sua Capital e à região.
Quem se não lembra das noites longas de Arganil
Uma Capital natural. Quem se não lembra das noites longas de Arganil, quem se não lembra da nossa serra toda “iluminada”, quem se não lembra das longas filas de automóveis que depois da prova e durante horas saíam da serra, quem se não lembra das caras das pessoas a mostrarem uma noite ou noites mal dormidas, quem se não lembra dos cafés e restaurantes cheios de portugueses e estrangeiros (aos milhares) que vinham apoiar os seus ídolos como, e de entre outros, os campeões como a francesa Michèle Mouton e o espanhol Carlos Sainz, ou até do português Francisco Romãozinho, com o seu Citroen (boca de sapo). Sem esquecer o celavisense Carlos Bica e Pinto dos Santos com a mítica Renault 4 L.
São as emoções do Rali bem no coração da vila
E foi precisamente a ‘aparatosa’ manobra protagonizada por uma 4L equipada com as cores de Arganil e pilotada pelo eng, Pinto dos Santos que se encontra recriada na rotunda central de Arganil, passagem praticamente obrigatória para quem entra na vila e que recria o famoso salto do Rali e símbolo icónico do troço de Arganil, o salto que faz os carros ganharem asas na Capital do Rali. São as emoções do Rali bem no coração da vila e que anteciparam o grande dia da dupla passagem do Rali de Portugal pela Serra do Açor.
Em nossa opinião e na opinião já manifestada por muitas, muitas outras pessoas, essas emoções deverão ser para continuar, não apenas no dia da passagem do Rali mas todo o ano, com a bem conseguida recriação que tem merecido a atenção de quem passa, que tiraram e continuam a tirar fotos, muitas fotos, que enchem as redes sociais e que estão também a correr o Mundo. Será também esse, com certeza, o propósito e a opinião dos nossos autarcas, porque segundo nos disse o presidente da Câmara Municipal, Luís Paulo Costa, está a ser estudada para a rotunda a implantação de algo que identifique bem a nossa terra, onde não pode, não deve faltar o título “Capital do Rali”, há muitos anos conquistado por Arganil.