Depois de anunciado como candidato à Câmara Municipal de Arganil apoiado pelo Partido Socialista, conforme decisão do Secretariado da Federação Distrital, Rui Silva fez saber que suspendeu o mandato na Misericórdia de Arganil, onde desempenhava, voluntária e graciosamente, funções como vogal na Mesa Administrativa.

Apesar de considerar que não via nessas funções quaisquer incompatibilidades com a assunção do lugar de candidato às próximas Eleições Autárquicas, desde logo porque está há vários anos nessa função e já no passado manteve o respectivo mandato em outros actos eleitorais, considerou ser seu (…) «dever proteger a Misericórdia de um debate politico que abordará várias temáticas que perpassaram pela Instituição nos últimos tempos», sublinhou.

No entanto, considerou que a experiência adquirida na secular Instituição lhe possibilitou aprofundar um (…) «maior conhecimento sobre as dificuldades que estas Instituições atravessam».

Na missiva entregue ao Provedor da Instituição referiu que (…) «integrar os corpos sociais e viver o que aqui se vive e o quanto se vive, muitas vezes com tantas dificuldades e adversidades, faz-nos fortalecer a nossa união e remete-nos para um trabalho permanente e constante, em prol dos mais vulneráveis», terminando referindo que (…) «venho pedir a suspensão do mandato de mesário, não porque exista alguma incompatibilidade mas sim por dever moral».

Em declarações à A Comarca de Arganil, Rui Silva salienta que (…) «quero ajudar todas as Instituições e todos os cidadãos arganilenses como sempre o fiz».

Contactado o Provedor da Misericórdia de Arganil, António Carvalhais da Costa, sobre a suspensão do mandato pelo agora candidato à autarquia de Arganil, referiu que (…) «foi um enorme prazer trabalhar com o Eng.º Rui Silva, não apenas pela dedicação, mas acima de tudo pela sensibilidade que demonstrou ao longos dos anos, o que traduziu a perspicácia sempre demonstrada pelo então Prof. Coimbra que o convidou para a sua equipa e que por lá continuou e transitou para a equipa que agora lidero».

Contudo sublinhou (…) «do Eng.º Rui Silva guardarei a sua independência intelectual, pois nunca quis influenciar, ou condicionar, o trajecto da Instituição por razões ou perspectivas políticas. Aliás, destaco que sendo de uma área política distinta da que eu perfilho, sempre soube colocar-se do lado da defesa da Instituição.

Nas Mesas da Misericórdia, nas suas reuniões e no seu planeamento, é a Instituição e os interesses desta que se sobrepõem e imperam sobre quaisquer outros, e quem não respeitar isto não tem lugar na Santa Casa. A independência é hoje coisa rara e na Misericórdia protegemo-la a todo o custo, por isso só tenho que agradecer essa forma de estar do Eng.º Rui Silva, razão pela qual o pedido de suspensão foi de imediato aceite, a bem da independência da Misericórdia, mas também do agora candidato».

Quanto à substituição, de acordo com o mesmo responsável, ela já está assegurada nos termos estatutários, subindo o primeiro suplente.