ARGANIL: Tomada de posse dos novos órgãos sociais da Santa Casa da Misericórdia

O novo Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Arganil, António Carvalhais da Costa

Na passada quinta-feira, 12 de Janeiro, no salão nobre da instituição, realizou-se a sessão solene da tomada de posse dos novos órgãos sociais (em caixa) eleitos para o quadriénio 2023/2026, da Santa Casa da Misericórdia de Arganil.

“Que esta Santa Casa continue a ser uma grande instituição”, foram os votos deixados pelo Bispo de Coimbra, D. Virgílio Antunes, que com o presidente da Câmara Municipal, Luís Paulo Costa, o presidente do Secretariado Regional de Coimbra da União das Misericórdias Portuguesas, António Sérgio Martins, provedores e membros de Misericórdias do distrito, “as Misericórdias são solidárias, juntam-se para defender a mesma causa”, irmãos, participaram no acto, “o último as minhas funções”, como referiu o presidente da assembleia geral cessante, Professor Doutor Raul Martins, sem deixar de salientar ainda que “foi um privilégio trabalhar com todos os irmãos, cuja dedicação foi fundamental para enfrentarmos, com sucesso, os desafios que se nos colocaram, quer para honrarmos a história da Misericórdia de Arganil, quer para vencermos as contingências da pandemia que nos surpreendeu a todos e condicionou fortemente as actividades da instituição, praticamente em 3 dos 4 anos deste mandato que hoje finda”.

Dirigindo-se ao provedor cessante, professor José Dias Coimbra, “e que me irá suceder”, Raul Martins disse que “foi uma honra ter servido ao seu lado e ter acompanhado de perto a concretização de alguns sonhos, incluindo a Academia Condessa das Canas ou a reabilitação do Hospital de Beneficência Condessa das Canas, recentemente inaugurado”, referindo ainda “estou certo que o Teatro Alves Coelho, com o genuíno empenho da Câmara Municipal, irá também readquirir a dignidade e alma que já teve no passado. O seu legado, senhor professor José Dias Coimbra, suportado na generosidade de muitos, irá prevalecer”, terminando com votos das maiores felicidades “às pessoas que hoje iniciam funções”, em particular ao professor António Carvalhais da Costa, “que assumirá a missão de provedor da Misericórdia. (…) Estou certo que Arganil, todas as suas instituições sejam públicas ou privadas, poderão continuar a contar com a Misericórdia de Arganil”.

O presidente do Secretariado Regional, António Sérgio Martins, depois de se referir também à acção do professor José Dias Coimbra à frente da Santa Casa da Misericórdia de Arganil e de considerar que “ao longo da sua vida deu tudo o que tinha, sem esperar nada em troca a esta sua terra afectiva e à Misericórdia de Arganil”, salientou que “as Misericórdias do distrito de Coimbra devem-lhe muito e estão-lhe muito gratas por tudo o que fez. Para nós, vai ser sempre o provedor que tanto enobreceu este movimento das Misericórdias no país”, terminando por felicitar António Carvalhais da Costa que, com “a sua equipa forte e coesa, vai acrescentar valor a esta Misericórdia”.

As “primeiras palavras” do novo provedor foram também para o provedor cessante, professor José Dias Coimbra “que, durante 40 anos, desempenhou funções de liderança nesta instituição, mormente como provedor (…) e como provedor que foi, terei de lhe dizer que não haverá outro igual, não apenas pelo tempo de serviço que dedicou a esta causa, mas acima de tudo pela forma como marcou, e marcará, a vida desta Misericórdia, a qual acompanhou durante 63 anos, pois aos anos de liderança somam-se anos de irmão e, estou certo, agora somar-se-ão, que espero que sejam muitos, como presidente da mesa da assembleia geral”, considerando que “o seu marco nesta Santa Casa não ficou a dever-se à longevidade no cargo que será irrepetível, face às alterações legislativas ocorridas, mas antes à obra que deixa e às vicissitudes, pessoais e profissionais porque passou, para deixar esse legado que nos cabe, a todos nós, preservar e melhorar, se possível”.

Referindo-se depois “ao papel do Estado na promoção da sustentabilidade do Sector Social, no qual se incluem as Misericórdias, é essencial por tudo o que estas representam no modelo de protecção social vigente em Portugal e que está alicerçado na cooperação com a sociedade civil”, António Carvalhais da Costa considerou que, “ao nível da parceria com o Estado, o aumento dos acordos decorrentes dos compromissos de cooperação têm sido, nos últimos anos, acima do que era habitual”, mas todavia e “face ao incomportável aumento dos custos fixos de funcionamento das respostas sociais, o fosso entre o nível de comparticipação do Estado e o custo médio real do utente tem vindo a aumentar”, pelo que “estamos cada vez mais distantes da meta de 50% a suportar pelo parceiro Estado nas respostas sociais”.

Mas também e no que se refere aos Cuidados Continuados Integrados, “estão em pior situação no que concerne à colaboração da Segurança Social, porque as actualizações estão longe das necessidades e o sentido da palavra parceria não tem o mesmo significado nas estruturas de saúde que, felizmente, ainda tem para a Segurança Social”, referiu o novo provedor, pelo que e no âmbito nacional, “urge um amplo debate sobre do futuro da nossa União das Misericórdias Portuguesas, visto que precisam hoje de um novo rumo e de uma nova afirmação junto do poder político”, deixando um apelo ao presidente do Secretariado Regional para que “continue na senda da defesa das nossas instituições, da sua identidade e, acima de tudo, da sua história que não se compadece com ilusões efémeras de poder”.

Dirigindo-se particularmente a Luís Paulo Costa, António Carvalhais da Costa disse que “olhamos para a Câmara de Arganil e para o seu presidente como uma entidade parceira e aliada, para defender projetos de impacto local de natureza social, que possibilitem valorizar a comunidade que ambos servimos”, agradeceu depois ao Bispo de Coimbra, D. Virgílio Antunes, por ter acedido ao convite para estar presente e dando a conhecer que, na sua primeira reunião da mesa administrativa, irá propor a atribuição de um apoio à Fábrica da Igreja de Arganil “para que leve a cabo várias obras e para que, na Capela dos Mello, situada na igreja matriz e onde descansa a nossa maior benemérita Condessa das Canas, possa ser colocada uma placa a sinalizar a sua presença”, terminando por referir que conta com o apoio dos irmãos, colaboradores, utentes, beneméritos e funcionários, com palavras de “apreço e estima para a equipa que me acompanha” e deixando o seu “muito obrigado a todos pela vossa presença neste momento de enorme importância para mim, mas acima de tudo para a vida da Santa Casa da Misericórdia de Arganil”.

O presidente da Câmara Municipal, Luís Paulo Costa, depois de desejar ao novo provedor “muita força, persistência e sucesso para a funções que hoje assume”, convicto de que “irá dar o seu melhor aos utentes desta instituição”, pediu uma salva de palmas para o professor José Dias Coimbra, a quem agradeceu “por todos os anos que se dedicou a esta Misericórdia”, considerando que “tem sido um elemento essencial neste conjunto de respostas asseguradas pela Santa Casa da Misericórdia de Arganil”.

“Só posso dizer obrigado e pedir desculpa pelas asneiras que fiz ou por alguma ofensa que tenha feito ao longo de todos estes anos”, disse o professor José Dias Coimbra, sem deixar de considerar, contudo, que “foram anos de muita felicidade” e que o Bispo de Coimbra não deixou de exaltar também e de agradecer e dar graças a Deus pela obra deixada pelo provedor e, como referiu também durante a missa que se seguiu a que presidiu e celebrada na igreja da Misericórdia (e abrilhantada pelo grupo da Escola de Música “Pauta em Movimento”), pediu também “a Deus que abençoe todas as instituições e em particular a Santa Casa da Misericórdia de Arganil”, salientando que só “com misericórdia, com caridade, é que se é capaz de olhar para todas as realidades”, sublinhando “que a vocação pessoal de quem serve as instituições é ir ao encontro dos outros, dos que mais precisam, transformar as vidas das pessoas com quem nos cruzamos”, deixando votos que “a Misericórdia de Arganil possa continuar essa missão”.

Órgãos sociais eleitos para o quadriénio 2023/2026

Mesa administrativa – António Carvalhais da Costa, provedor; António Souto de Carvalho, Armando Lourenço Jorge Figueiredo, Carlos Manuel dos Santos Fernandes Teixeira, Maria Lisete Alves da Costa Jorge, Nuno Miguel Gonçalves Gomes, Romão Gonçalves Mateus, Rui Miguel Silva e Zilda da Conceição Henriques, efectivos; e José António Pimenta Coimbra Alves, Vera Lúcia Medeiros Simões, Rui Manuel Oliveira Rodrigues, José Carlos Simões Jorge e Alberto Jorge de Amaral, suplentes.

Mesa da assembleia geral – José Dias Coimbra, presidente; Cristina Maria Almeida Jorge Figueiredo, vice-presidente; e Mário João Candosa Vitória, secretário.

Conselho fiscal/Definitório – Raul Agostinho Simões Martins, presidente; Natália Cristina Neves Lopes, vice-presidente; Fernando Neves Afonso, secretário; e Manuel Costa Pereira, Mariano Canales Garcia e Pedro Miguel Carrilho Rocha, suplentes.