ASSOCIAÇÃO HUMANITÁRIA DE BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS ARGUS: “As dificuldades são o nosso maior incentivo para desempenhar com sucesso a nossa missão”

No passado dia 29 de Dezembro, no salão nobre do quartel-sede, realizou-se a assembleia geral da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários Argus de Arganil para, de entre outros assuntos, discutir e aprovar (por unanimidade) o plano de actividades e orçamento para 2023.

No passado dia 29 de Dezembro, no salão nobre do quartel-sede, realizou-se a assembleia geral da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários Argus de Arganil para, de entre outros assuntos, discutir e aprovar (por unanimidade) o plano de actividades e orçamento para 2023.

E como está escrito nos documentos e foi salientado pelo presidente da direcção, Pedro Pereira Alves, “com os condicionalismos provindos da guerra (…) os tempos que se aproximam não são nada fáceis como, de resto, provam as consequências bem nefastas, que todos sentimos no ano que está prestes a terminar, com a maior inflação registada nos últimos 20/30 anos, especialmente em produtos básicos e essenciais para a nossa sobrevivência e em combustíveis e fontes energéticas”.

Mas “dificuldades sempre existiram e nós vamos ter capacidade de as ultrapassar”, disse o presidente da assembleia geral, António Carvalhais da Costa, enquanto o presidente da direcção considerou que “as dificuldades são o nosso maior incentivo para desempenhar com sucesso a nossa missão”, para se referir depois “ao modelo jurídico cada vez mais confuso que não se adaptam à realidade actual e que pensamos para o futuro ”no que à Protecção Civil e aos Corpos de Bombeiros diz respeito, chega-se à situação triste de em vez de evoluirmos em encontrarmos um modelo mais adaptado, não conseguimos ter capacidade e engenho de o fazer, as normas não devem estar atrás da realidade mas à frente. Os sonhos e os caminhos que temos não se apresentam fáceis de alcançar para que, aqueles que aqui trabalham diariamente, possam ter as condições mínimas e possíveis para o desempenho da sua missão”.

Pedro Pereira Alves disse ainda que “esta Associação como muitas outras, vivem das receitas provenientes do transporte dos nossos doentes e a verdade é que somos os menos apoiados e reconhecidos. Parece que existe amnésia por parte do Estado e a conclusão que tiramos é que quem governa desconhece o país”, pelo que “vamos continuar a nossa batalha com vista à actualização dos preços praticados nos transportes de doentes não urgentes, doentes equiparados e doentes urgentes, (…) para demonstramos em particular a grave injustiça existente na nossa área de acção e regional e de todos os Bombeiros em geral”.

E depois de recordar e homenagear todos aqueles que serviram os Soldados da Paz arganilenses, nomeadamente o saudoso comandante João Castanheira Nunes, e o dr. António Pereira Alves (ali presente) e que, ao longo de mais de 40 anos, serviu a Associação, o presidente da direcção, deu depois a conhecer que os Bombeiros esperam vir a ser contemplados “com a entrega do veiculo pesado para combate a incêndios que já lhe foi atribuído e com o apoio à aquisição de outros veículos de apoio e de combate a incêndios, (…) temos também esperança, que finalmente, seja concretizado e que é a ampliação e melhor funcionalidade das nossas instalações”, não deixando de referir ainda que “desde há algum tempo que temos vindo a chamar a atenção do Ministério da Administração Interna, para a concretização de dois anseios absolutamente necessários, a uma maior e melhor recolha dos nossos veículos de combate a incêndio e de socorro, através da construção de um parque subterrâneo na parte frontal e 1ateral ao novo edifício da Associação”, onde vai ser instalado o Centro Municipal da Protecção ao Civil, “que deverá ser inaugurado, muito brevemente, pelo Município de Arganil” e onde se prevê ainda” o reforço da estrutura de forma a permitir a implantação de um edifício, com aproximadamente 900 m2 de área coberta”.

Ainda neste âmbito da ampliação das instalações e dos apoios a receber, “prevê-se a aquisição do pavilhão pertencente à Caixa de Crédito Agrícola “e que a Associação tem vindo a utilizar, graciosamente, como armazém e recolha de veículos”, como referiu Pedro Pereira Alves, mas “estes investimentos, só podem desenvolver-se ou no âmbito de uma candidatura a fundos da Comunidade Europeia no Programa 20/30 ou no âmbito do PRR em curso, ou através de contratos-programa a celebrar com o Governo”, dando a conhecer que “a adesão à nossa pretensão foi bem acolhia, havendo necessidade de realizar algumas reuniões prévias com os serviços competentes, de forma a confirmar qual a via mais adequada e benéfica para a instituição e para o pr6prio Estado”.

E depois de dizer manifestar também a preocupação no que se refere às “condições que envolvem todos aqueles que aqui prestam serviço sejam as mais adequadas” para “o exercício condigno da profissão” e de considerar ainda que “as práticas instaladas no ano em curso, vieram demonstrar que a direcção e o comando devem seguir o mesmo trilho”, o presidente da direcção salientou que “no próximo ano dados os desafios que se colocam à Associação, esse esforço e cooperação conjunta tem que ser ainda mais próximos e eficazes e vai exigir-se a colaboração de todos os bombeiros e não bombeiros sem farda, de forma a estarmos todos unidos e focados nos mesmos objectivos”, acentuando que “outro aspecto a que esta direcção tem prestado atenção é no sentido de uma maior abertura a comunidade e instituições por forma a que a Associação cumpra a sua missão humanitária” e que deverá “ser um ponto de honra no próximo ano e nos seguintes, com o novo comando e com esta direcção, com a coesão e unidade que tem demonstrado”.

O comandante Fernando Gonçalves deu depois a conhecer o plano de actividades do comando, “orientado para a manutenção do rumo já traçado, dando continuidade aos vários projectos deste Corpo de Bombeiros”, nomeadamente a renovação de equipamentos e manutenção de instalações e viaturas, a formação, mesmo apesar “dos constrangimentos financeiros do corrente ano e a incerteza para o próximo que nos obrigam a ser ponderados nas atitudes a tomar, sem nunca por de lado a ambição que nos move, mantendo sempre a exigência de melhores condições de laboração, quer em termos de capacidade e de formação, quer quanto ao equipamento necessário”, para assim “continuarmos a dotar os bombeiros dos melhores meios para uma melhor intervenção na prestação do apoio e socorro à população do concelho de Arganil, bem como a outras intervenções intrínsecas à actividade da Protecção Civil nacional”.

Para isso, “a direcção e comando vão continuar a apoiar todas as actividades de carácter operacional e não operacional desenvolvidas no âmbito do Corpo de Bombeiros; pretendemos também manter uma atitude proactiva no estudo de eventuais candidaturas a fundos comunitários ou outros, para financiamento na manutenção e ou na aquisição de veículos, equipamentos de protecção individual; estabelecer parcerias com o Município, Juntas de Freguesias e empresas é um dos objetivos para 2023; participar em programas e projetos com o objetivo de valorizar o Corpo de Bombeiros, bem como os seus operacionais; organizar várias actividades com o objetivo de fomentar o voluntariado; reativar os eventos de carácter cultural e desportivo aberto a toda a sociedade”.

“Aceitar opiniões e seguirmos a mesma caminhada. (…) Esta casa se estiver unida é muito forte”, considerou o presidente da direcção, terminando o presidente da assembleia geral por agradecer aos bombeiros “o trabalho que está a ser feito com o tempo roubado à família e ao descanso”, associou-se ao voto de louvor (proposto pelo comandante e aprovado por unanimidade e aclamação) aos comandantes Nuno Costa e Nuno Teixeira, ”é justíssima essa proposta, foi reposta a verdade com este voto de louvor”, deixando ainda o seu obrigado aos sócios e ao presidente da direcção “pelo trabalho desenvolvido por esta Associação”.