Se possuímos na comunidade arganilense a Filarmónica e alguns conjuntos musicais, desde há 10 anos que temos um espaço onde se aprende a teclar em piano, designado por Atelier do Piano, que o jovem Miguel Neves tem sido teimoso em manter, apesar de algumas dificuldades surgidas pelo caminho e por isso é que na Audição de alunos do 3.º ano e do 4.º ano de escolaridade, registada na tarde do passado domingo, afirmou que «Juntos geramos força, não aquela que impõe, mas aquela que constrói um caminho consistente que gera resultados aplicáveis aos vários pilares da nossa vida prática».
Perante numerosa assistência, decorreu a primeira audição, dedicada ao 3.º ano de escolaridade, na qual participaram e com as interpretações que vão entre parêntesis:
Manuel Oliveira («Pela Floresta» – Jonh Thompson); Benedita Soares («Os Sinos» – Jonh Thompson), Nuno Maria («Yankee Doodle» – Jonh Thompson), Ariana Resende («Perú» – Jonh Thompson), Salvador Oliveira («Rag-time – Jonh Thompson), Miguel Guerreiro («Marchando Acima e Abaixo» – Jonh Thompson), Francisca Marques («Sinos com Sustenido» – Jonh Thompson); Daniela Afonso («Singeleza» – Eurico Cebolo); Salvador Antunes («Caras Divertidas» – Jonh Thompson); Raquel Ferreira («Uma para Quatro» – Eurico Cebolo); Manuel Marques («O Tocador de Trombone» – Jonh Thompson); Rita Portugal («Old MacDonald» – Jonh Thompson); Henrique Coimbra («Estudo 20» – Louis Kohler); Alice Cavalcanti («Canção do Outono» – Dorothy Bradley). Momentos a 4 mãos: Maria Clara e Guilherme Gaspar («Pequeno Passeio» – Daniel Hellbach); e Diana Lopes e Samuel Fulgêncio («Gatinha, Gatinha» – Jonh Thompson).
Alunos a partir do 4.º ano de escolaridade: Guilherme Gaspar («Mazurka n.º 2 Op. 33 –F. Chopin); Diana Lopes («Esconde-Esconde» – Jonh Thompson); Samuel Fulgêncio («Musette RéM»– J.S. Bach); Duarte Frias («Valsa Aquarela Op.258» – Josef Strauss); Isabel Maria («Cadence Chords – Jonh Thompson); José Pedro («Menuet Solm» – J.S. Bach); Rodrigo Almeida («Sonatina SolM» – L. van Beethoven); Maria Clara («Objetivo» – Autor desconhecido); Eva Alves («Estudo 10» – Dorothy Bradley); Maria Reis («O Rato Cantor» – Jonh Thompson); Allyson Cavalcanti («Vem ó Laurinda – Eurico Cebolo); Carla Cunha («Tambourin» – Jean Ph. Rameau); Ricardo Afonso («Adágio from don Quixote – Ludwig Minkus); Dinis Almeida («Noturno n.º 2 Op. 9» – F. Chopin); Raquel Lopes («Amazing Short» – Yann Tiersen); Duarte Neves («Summertime» – George Gershwin); e Raquel / Duarte / Dinis / Ricardo – Grupo de improvisação com «Medley de Passagem pela Música POP».
Após o términus destes dois magníficos enquadramentos musicais, a vice-presidente da Câmara Municipal de Arganil, Paula Inês Dinis, acompanhada pelo presidente da Assembleia Municipal, António Cardoso, disse ter o privilégio de acompanhar o percurso de 10 anos do Atelier do Piano, elogiando o trabalho desenvolvido por Miguel Neves, «uma escola em crescendo e que a Câmara continuará a apoiar como até agora».
«Creio que vão continuar a ouvir falar bem do trabalho desenvolvido no Atelier do Piano»
Após o espetáculo quisemos ouvir Miguel Neves, para perceber qual a sua posição em relação ao seu projeto, dizendo que «abriu portas o Atelier do Piano em Setembro de 2012, desenvolvendo um projeto pessoal, com pequenas instalações mas bem equipadas, já melhoradas com investimento e adaptações feitas em relação à versão inicial, com sede na Rua Visconde Sanches de Frias, em Arganil».
A COMARCA DE ARGANIL (CA) – Desde então é da opinião que esta iniciativa tem sido um sucesso?
MIGUEL NEVES (MN) – Como qualquer projeto, teve os seus altos e baixos nestes 9 anos de história, mas sempre manteve um ideal e um sentido de compromisso para com as pessoas que o completam (os seus clientes) de, ano após ano, ciclo após ciclo de anos-letivos transmitir uma postura de trabalho, disciplina, prazer e reflexão pelos resultados alcançados individualmente por cada aluno na sua fase de aprendizagem.
(CA) – Quantas crianças já passaram pelo teclado do seu piano e quantas tem atualmente?
(MN) – Nestes anos já passaram pelo Atelier do Piano cerca de 130 alunos, em aulas práticas e teóricas. Os últimos anos trouxeram grandes desafios para todos e estamos neste momento a procuram estabilizar com um número de que permita mantém o projeto vivo, dinâmico, sempre com o foco na qualidade do que podemos proporcionar a quem nos procura para aprender, ou para outros serviços que prestamos, ou apenas para disfrutar de bons momentos musicais ouvindo piano nas nossas audições públicas.
(CA) – Alguns deles têm seguido esta arte musical?
(MN) – Até ao momento ainda nenhum aluno meu seguiu os estudos musicais para se tornar músico profissional, ou professor de música, ou ligado à área. Temos sim estabelecido e observado que alunos mais disciplinados, organizados, respeitadores do processo do estudo do piano enquanto instrumento, estão ligados a colocações académicas ditas “mais exigentes”. Conseguimos também estabelecer uma relação entre melhores resultados nos estudos musicais ou do piano com melhores resultados escolares.
(CA) – Sentindo-se realizado para dar continuidade a esta iniciativa musical, como analisa o futuro do Atelier do Piano?
(MN) – O caminho faz-se caminhando e, assim como no processo de aprendizagem, também no processo de crescimento, evolução, consolidação de etapas, também o futuro do projeto em si é analisado por etapas para que sejam dados passos úteis e certos, adaptados ao meio, ao contexto e aos objetivos a atingir. Como estamos em fase de grandes mudanças, olho para o futuro com a noção de que para este projeto nos continuar a dar grandes alegrias, emoções e os seus resultados práticos reais, será necessário continuar a trabalhar em rede, consolidando parcerias e buscando novas e inovadoras formas de trabalhar. Creio que vão continuar a ouvir falar bem do trabalho desenvolvido no Atelier do Piano.
Miguel Neves, dizendo que «vamos arranjar mais tempo para as nossas vidas», no final não deixou de agradecer aos seus parceiros da iniciativa, sobretudo à A COMARCA DE ARGANIL.
