A antiga sede da Sociedade Filarmónica Barrilense, passou a ser, desde o passado dia 24 de Julho, a Casa-Museu dos Barrilenses, pois ali estão perpetuadas memórias de uma comunidade rica em figuras e acontecimentos por elas proporcionadas ao longo da sua existência, bastando recuar no tempo para dizer que o edifício foi oferecido por Joaquim Mendes Correia de Oliveira, construído em 1911 e reconstruído em 1964 e 2020, sendo de relevar o papel que o barrilense Carlos Alberto Ramos desenvolveu para embelezar o espaço com todos os acontecimentos ocorridos na freguesia ao longo dos anos, bem como as personalidades que fizeram do Barril de Alva uma grande comunidade, bastante conhecida para lá das suas fronteiras, sobretudo em Lisboa e Almada, sem esquecer o papel que teve nesta e noutras obras, que foi a União e Progresso do Barril de Alva.
Esta colectividade, representada pelo seu presidente António Figueiredo, mais conhecido por Tonecas e outros membros que de Almada se deslocaram propositadamente para o efeito, foi-nos informado que nestas obras a União investiu 18 mil euros, não falando de outros melhoramentos que estiverem sob a sua responsabilidade, durante os últimos três anos, como bancos colocados no Largo do Coreto, bem como candeeiros de iluminação pública, num investimento total de cerca de 30 mil euros, não falando do apoio dado às associações locais.
Recordando figuras ilustres
Carlos Nobre, presidente da direcção da Filarmónica, não deixou de recordar grandes figuras que muito amaram o seu Barril, como foi o caso de António Inácio A. Correia de Oliveira (AIACO), que através da sua frase, «Os Barrilenses são assim…», ficou vincada nas colunas de «A Comarca de Arganil», através dos seus escritos, e foi precisamente através dos arquivos deste jornal que «foi possível reunir a maior parte de toda a informação que se disponibiliza aos nossos visitantes», como referiu Carlos Nobre, que também não esqueceu outro grande vulto barrilense, que foi Alberto Martins de Carvalho, que citando uma passagem de um seu escrito seu, em 1943, relevando a fibra dos barrilenenses, afirmou que «Eu podia dizer bastante, com verdade e justiça, sobre as qualidades dos meus patrícios: o seu amor ao trabalho, o fiozinho sentimental que os une a todos, mesmo aos que andam perdidos por esses reinos de Cristo, a sua vontade de caminhar e progredir, vontade obscura mas tenaz, vontade de bons plebeus e camponeses, pessoas cujas mãos não servem apenas para justificar as algibeiras». E ao agradecer a todos que se envolveram nesta jornada histórica e de memória barrilense, Carlos Nobre destacou o papel que teve na sua organização e decoração que foi Carlos Alberto Pereira Ramos, e por isso lhe fez entrega de uma lembrança como reconhecimento do que desenvolveu, não esquecendo também Avelino Bernardo pela sua preciosa ajuda nos acabamentos do museu.
António Figueiredo, emocionado, disse estar concluído um sonho há muito desejado, um espaço «onde a história barrilense está descrita através de escritos e de figuras gradas do Barril», relevando o papel que tem tido, ao longo dos anos, a União e Progresso do Barril de Alva, e mais recentemente com o apoio total para que a Casa-Museu fosse realidade, como atrás foi referido. E como presidente da União, o Tonecas deixou um apelo a todos os barrilenses para que colaborem, a fim de que «o Barril de Alva seja cada vez mais unido e acolhedor».
Em breves palavras, mas bem sentidas, o presidente da União de Freguesias, João Tavares, reconhece que «esta é uma terra de gente que trabalha» e por isso «é um orgulho ser seu presidente», não deixando de agradecer à União e Progresso o que tem desenvolvido a favor da comunidade que representa, angariando fundos, sobretudo na zona de Almada «e os traz para desenvolver o Barril de Alva».
São palavras do presidente da Câmara Municipal de Arganil, Luís Paulo Costa, acrescentando que «as intenções e ideias são necessárias», relevando o papel da União e Progresso, pelo que despendeu nestes últimos três anos, bem como as parcerias que «acabam por ser eficazes». Reconhecendo o bom gosto de Carlos Ramos na amplitude histórica local ali patenteada, acaba por ser uma festa dos arganilenses que ali estava a viver-se, mas era, sobretudo, uma festa dos barrilenses.
Quem desejar visitar este espaço, pode fazê-lo sundo regras a definir, com a presença de um guia, através de marcação prévia junto do secretário da Junta de Freguesia, João Luís Gouveia, na sede da Associação Filarmónica Barrilense, ou no Mini-Mercado Vira-Milho.