BENFEITA (Arganil): “Santa Rita milagrosa das coisas impossíveis” contribui para o “milagre” da recuperação da sua capela

O pároco agradeceu a Carlos Dias pelas ofertas e a todos que contribuíram para as obras de recuperação da capela de Santa Rita

No passado dia 15, no Espaço Manuel da Costa da Editorial Moura Pinto, teve lugar o lançamento do livro “Santa Rita milagrosa das coisas impossíveis”, de autoria de Carlos da Capela, e cujo produto da sua venda reverte para as obras de recuperação em curso na capela desta santa, pela qual os benfeitenses têm particular devoção.

E com este gesto, Carlos da Capela, mas também o pintor Alberto Péssimo (o benfeitense Carlos Alberto Nunes Dias), mais uma vez mostrou e demonstrou o seu amor, a sua dedicação à terra que o viu nascer, desta vez com a oferta do pequeno grande livro e ainda de dois belos quadros de sua autoria, evocativos de Santa Rita e de D. Bosco (fundador da Congregação Salesiana, onde o pintor lecionou durante muitos anos da sua vida docente) e que vão enriquecer ainda mais o pequeno templo.

Em nome da comissão de Santa Rita, Carlos Cerejeira não deixou de manifestar a sua “gratidão ao nosso querido amigo Carlos Dias, por tudo o que tem feito, com paixão e arte, pela Benfeita e por toda a região, sem que as pessoas se apercebessem das horas de trabalho e dos gastos materiais por si suportados em absoluto anonimato”, sem deixar de referir ainda “os valiosos contributos do amigo arquitecto Jorge Gonçalves e de sua filha Filipa Gonçalves. São muitas e indeléveis as marcas dos seus valiosos trabalhos nesta terra e na região”.

Mas mais do que a gratidão, Carlos Cerejeira não deixou de salientar também a fé em Santa Rita; o respeito pela sua capela, “património fundado há cerca de 300 anos que os nossos antepassados tão bem souberam cuidar, sendo disso verdadeiro exemplo o saudoso padre Loureiro”; a cultura, “porque o lançamento de um livro, com conteúdo tão rico e específico como este, não pode ter outro nome”.

A filha do autor, Leonor Dias, apresentou a “minha visão do significado que este livro/monografia tem, pelo que em mim despoletou”, as suas memórias da aldeia, “as histórias que ouvi, (…) muitas dessas histórias são histórias que o livro ‘Santa Rita milagrosa das coisas impossíveis’ contém e que se podia aqui contar (mas tiraria a surpresa do livro), (…) escrito não como uma colectânea de textos e relatos, mas como uma conversa informal e pessoal entre o autor e o seu tio Alberto” e que “fez com que, apesar de muitos nomes aqui descritos não ter conhecido as suas caras, vivesse as suas memórias e as histórias”.

E foram alguns excertos dessas histórias, retratadas no livro, lidas por Leonor Dias, salientando ainda que “outra característica tão particular desta capela de Santa Rita é a Torre da Paz, A história referida também no livro, que me tem algum carinho especial, é a história que havia um britânico casado com uma benfeitense que a 7 de Maio comunica o fim da guerra a esta aldeia, ‘perdida’ nos socalcos da mata, antes mesmo de ser anunciada ao resto do país. Nesse mesmo dia e a partir de então, a 7 de Maio, são tocadas 1200 badaladas (tantas quantos os dias que a guerra durou) a assinalar o fim da guerra, festejo esse que é único em todo o mundo e que quase todos os anos é notícia na televisão, pela sua singularidade e significado”.

Leonor Dias disse também que “a aldeia aqui retratada, já bastante diferente da actual, ainda é a que vive nas memórias dos que as viveram e das que, como eu, apenas as ouviram e leram. E esta sim, é a verdadeira importância dos livros como estes – monografias que tem como intenção preservar a história e prolongar a vida das pessoas que há muito por aqui passaram, mas que connosco permanecem e que me possibilitaram reviver a memória das aventuras que aqui vivi”.

E como a Leonor Dias, o livro “Santa Rita milagrosa das coisas impossíveis” vai, com certeza, permitir também a todos que o lerem reviverem essas memórias e essas histórias, ao mesmo tempo que estão a contribuir para as obras de recuperação da capela de Santa Rita que “está linda e bela”, como disse o pároco, padre Lucas Pio, e “ainda temos estas obras de arte” também oferecidas por Carlos Dias, a quem deixou os seus agradecimentos, extensivos a Adélia Simões e à comissão que tanto se tem empenhado na sua recuperação, ao presidente da Junta de Freguesia, José Pinheiro, fazendo votos “que o livro seja um grande sucesso, é pequeno mas tem tudo”, agradecendo a todos pelo “carinho que têm pela capela de Santa Rita. O meu muito obrigado e parabéns”.

Inauguração a 21 de Maio

“Só chegámos aqui porque todos vós ajudastes”, disse Adélia Simões, “felizmente a obra está feita e paga, só falta pagar o resto do altar”, dando a conhecer que, no próximo dia 21 de Maio, vai ser a inauguração, com a celebração de uma missa seguida de um almoço de confraternização, para o qual “todos são convidados”.

O presidente da Junta de Freguesia, depois de agradecer também a Carlos da Capela “por tudo o que tem feto pela freguesia”, fez votos que “o livro seja vendido, porque a receita é para uma causa nobre”, a recuperação da capela de Santa Rita, na qual os benfeitenses têm grande orgulho, pela sua localização privilegiada, pela sua beleza, pela sua história.