No domingo, 10 de Julho, na Quinta da Várzea, nas Caldas de S. Paulo, do concelho de Oliveira do Hospital, foi inaugurado o “Be ALVA”, espaço de turismo rural “que valoriza a identidade da Beira através do território do Rio Alva” e que resulta da “recuperação de uma casa do moleiro, adjacente a dois moinhos de água, estruturas contíguas a um belíssimo e sui generis açude que, com o seu invulgar desenho ondulado, enobrece e dignifica as águas límpidas, aprazíveis e banháveis (especialmente em dias como o de hoje) o nosso querido rio Alva. São quatro unidades de alojamento, três T1 e um T0, dotadas de todo o conforto exigido e plenamente integradas neste belo quadro que é a Quinta da Várzea”.
E de facto é ver para crer, este novo projecto que resultou num empreendimento da responsabilidade da “Várzea Bio”, de que são promotores Madalena Oliveira, Carlos Pedro Mendes, João Carlos Mendes e José João Mendes e que surge “da complementaridade de vontades, saberes e valências destas pessoas que este projeto está de pé! O amor que têm pela terra e a inquietude própria dos concretizadores são condição fundamental para que o Be ALVA já seja uma realidade e para que se continue a engrandecer”.
“Este espaço é um exemplo da tenacidade destas gentes, para as quais tudo é mais longe, mais difícil mas por consequência também mais saboroso e valioso. A tranquilidade e quietude das quais estamos rodeados contrastam com a inquietude das almas que tornaram possível a concretização deste precioso espaço”, disse Carlos Pedro Mendes, depois de agradecer a presença do representante da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, Jorge Brandão, do representante da Turismo Centro (e da AHRESP), Jorge Loureiro, do presidente da Câmara Municipal, José Francisco Rolo, do presidente da União de Freguesias de Penalva de Alva e São Sebastião da Feira, Rui Coelho, do pároco da Unidade Pastoral de Oliveira do Hospital Sul, padre Rodolfo Albuquerque (que benzeu o novo espaço) e de todos os outros convidados e amigos, colaboradores da empresa, bem como a todas as empresas, fornecedores, empresa construtora e pessoas em nome individual e “que contribuíram para que o espaço que hoje estamos a inaugurar seja uma realidade”.
E citando Miguel Torga, que “em 27 de Setembro de 1942 e absorvendo o momento passado na ponte que liga as freguesias de Barril a Vila Cova, em Diário II, escrevia assim: “É bonito o Alva! Manso, claro, calado, sem a tragédia do Doiro, nem a grandeza do Tejo, é bem o rio da Beira que define a Beira. O Mondego envenenou-se em Coimbra dum lirismo de borla e capelo, que o comprometeu; o Zêzere deu-lhe para uma retórica de sermão do encontro, que lhe tira o sentido; o Ceira, com a façanha do Cabril, esgotou-se. De maneira que ficou a representar a sua terra, a Beira das ovelhas, dos pinhais e duma tenacidade sem palavras, este veio de água pura, que desce da Estrela, toca um milheiro, ou dois de rodas, lava os avós, os filhos e os netos da mesma família e acaba pudicamente quando tem a missão cumprida”, Carlos Mendes não deixou de considerar que, aquele dia e com a inauguração do novo espaço, servia também “para enaltecer e celebrar Caldas de São Paulo, o Vale do Alva, Oliveira do Hospital, a Beira e as suas gentes e é por isso também importante dizer a plena voz que também somos Portugal, que amamos a nossa terra e que tudo faremos para que este projecto seja um exemplo de desenvolvimento, de rasgo, de inovação mas simultaneamente de transmissão de tradição e valores associados às pessoas desta terra”.
E depois de referir que “estamos hoje aqui a inaugurar este turismo em espaço rural na certeza de que é um produto sólido, diferenciador e com caraterísticas singulares que o tornarão numa referência no concelho e na região”, Carlos Mendes, não deixou de recordar ainda que “este projeto não nasceu ontem! O que hoje vemos é fruto de um trabalho iniciado em 2016 e que progressivamente se foi munindo de valências e subprojetos, cada um deles importante e singular, mas integrado em algo maior e que o torna atractivo e estimulante”, como “o espaço de produção de leite que é muito mais do que um capril comum, onde os animais são tratados com respeito, dignidade, massagens e música, num local pensado de raiz e preparado para que o leite seja da maior qualidade”, ainda a produção da pera passa e também as cerca de 100 colmeias “já desenvolvidas com a inerente comunidade de abelhas a elas adjacentes bem como os 350 castanheiros já plantados permitem dotar o projecto de uma força e diversidade únicas na região”.
“O Be ALVA é natureza, calma, tranquilidade, quietude e serenidade. Mas será também um espaço que integre os múltiplos produtos que aqui nascem e se desenvolvem: do queijo de cabra, à pera passa, passando pelo mel, pela castanha e pelos moinhos que permitirão aliar o novo e o antigo numa ancestral modernidade”, é o propósito e para isso trabalham os promotores, acrescentando Carlos Mendes que “o que hoje vemos é apenas o princípio de uma bonita história à beira Alva plantada que queremos que seja vivida por todos para desta forma engradecer e dotar de marca própria a nossa linda terra”.
Foram também esse os votos deixados pelos presidente da Assembleia Municipal (e deputado da Nação), José Carlos Alexandrino, pelo presidente da Câmara Municipal, pelo representante do Turismo do Centro, pelo presidente da União de Freguesias, pelo representante da CCRDR, enaltecendo a importância que o projecto tem para a freguesia, para o concelho e para a região, “as belezas estavam cá, o que mudou foi inovar, arriscar, vocês são verdadeiros empreendedores que tornaram possível um projecto que deve servir de inspiração, que pode valorizar e transformar o interior”, exaltando por isso “o empenho e a dedicação dos seus promotores”, o seu exemplo e sua coragem pelo “projecto familiar e de paixão” e a quem deixaram os parabéns e votos de sucesso, porque “o que vocês aqui construíram é uma coisa fantástica, valoriza o interior e o concelho que devia ter mais homens e mulheres como vocês que são o orgulho de Oliveira do Hospital”.