
No passado dia 19, na sua sede, reuniu em assembleia geral a Casa do Povo de Cerdeira e Moura da Serra – Instituição Particular de Solidariedade Social, para e de entre outros assuntos, dar a conhecer o relatório e contas de 2022 da direcção e o parecer do conselho fiscal e que, postos à votação, o significativo número de associados presentes aprovou, por unanimidade.
E como foi reconhecido e mesmo apesar das muitas dificuldades particularmente causadas pelos tempos conturbados que se vivem, “a Casa está a ser bem gerida, não só pela direcção mas também pelas colaboradoras”, tendo a presidente da direcção, Carla Almeida, acentuado que “foi um ano difícil, tudo aumentou e os subsídios que recebemos do Estado nem de perto nem de longe conseguem colmatar esses aumentos”.
Por isso, o contabilista da instituição, deixou a recomendação para que “haja consignação do ISR” em favor da instituição, “é importante dar a conhecer isso às pessoas”, como “importante não deixa de ser também o ajustamento das comparticipações das famílias”, porque apesar de ser “uma instituição que não tem responsabilidades bancárias”, com “um passivo completamente controlável” e com “um resultado favorável”, mesmo assim não deixam de ser “necessárias fazer algumas obras, (…) o alargamento do economato é urgente e as obras estão a decorrer”, como urgente é resolver o problema de infiltração de água no espaço do Lar.
Mas nas despesas, a maior fatia vai para os gastos com o pessoal e que foram ainda acrescidos com o pequeno aumento que a direcção entendeu, por bem, dar “demos o que era possível dar”, como disse Carla Almeida, sem contudo deixar de reconhecer que, pelo seu trabalho, pela dedicação, “mereciam mais, (…) mas não há como”, tendo sido também reconhecido (e enaltecido) pela assembleia que, o pequeno aumento que foi dado às colaboradoras, mais do que uma despesa foi um investimento, porque assim “as pessoas estão mais motivadas e as coisas correm melhor”.
“A remuneração das colaboradoras devia ser maior, mas estes pequeníssimos aumentos causam logo perturbação e não fosse o enorme cuidado da direcção na gestão era impossível manter as contas equilibradas, (…) porque quando o Estado não se chega à frente, quando o que as pessoas pagam não se se chegar à frente, isso obriga necessariamente a um grande esforço e aquilo que temos de pensar, todos, é ajudar a instituição no cumprimento dos seus objectivos e que é ajudar aqueles que mais precisam. E para que o futuro seja mais optimista”, como disse o presidente do conselho fiscal, Horácio Lisboa.
“Este apelo do dr. Horácio é de uma pessoa amiga”, considerou o presidente da assembleia geral, Jorge Marques de Almeida, acrescentando que “temos de ouvir as realidades, estamos a viver momentos perigosos e de uma grande imprevisibilidade, é necessária alguma precaução” reconhecendo, contudo, que “a direcção tem tido capacidade, tem liderança e a visão de futuro para a instituição. É a esperança que os sócios têm, confiam nesta direcção que vai conseguir ultrapassar estes tempos de dificuldades”.
Tempos em que não se podem deixar de destacar o sempre presente e inestimável apoio da União de Freguesias de Cerdeira e Moura da Serra à instituição, como reconheceu a presidente da direcção, que agradeceu, como agradeceu a todos os que também colaboram e apoiam e que, como referiu depois o associado (e suplente da direcção), Bruno Pinto, acabam por tornar mais fácil “o trabalho continuado que tem levado a cabo na nossa Casa do Povo e, por arrasto, as colaboradoras que diariamente tem os devidos cuidados por forma a prosperarmos e protegermos todos os que confiam nesta instituição”, deixando os “parabéns à direcção e ao conselho fiscal” pela gestão que tem sido feita “nos últimos tempos, sem gastos supérfluos, com grande paixão, mas é principalmente com algum critério”, porque além das cerca de seis dezenas de pessoas, tem a seu cargo quase três dezenas de colaboradoras e porque, sendo “ponto de honra da Casa do Povo prestar o melhor serviço possível junto dos seus clientes e familiares”, só assim pode “estar disponível, na medida das suas competências e possibilidades, para acorrer a qualquer chamamento, como aliás tem sido prática, quer das instituições parceiras, quer da comunidade em geral”.
E depois de outros assuntos relacionados com a gestão, Bruno Pinto referiu-se ainda à quotização e à obrigação de cada sócio de pagar as suas quotas, “cabe a cada um de nós, associados, saldar a nossa quota junto da instituição” (um assunto a merecer alguma discussão), deixando também votos de pesar pelos utentes e associados que faleceram ultimamente, nomeadamente “o nosso amigo ‘ti’ Antero do Valado” e o sargento António Santos, “que durante anos pertenceu aos corpos sociais desta Casa”, terminando com o apelo “esta Casa precisa de ser apoiada, (…) presta um serviço ímpar aos que de nós precisam e à nossa comunidade e, como se costuma dizer, hoje por eles, amanhã por nós”.
Almoço solidário
No final da assembleia geral, realizou-se um almoço solidário, que teve a participação de mais de 80 pessoas, que além do encontro e do convívio, teve como objectivo a angariação de fundos para ajudar das muitas despesas da Casa do Povo de Cerdeira e Moura da Serra.
A direcção agradeceu a presença de todas estas pessoas, sem deixar de reconhecer também que a sua presença não deixa de ser também mais um (grande) incentivo para todos aqueles que, no dia-a-dia, dedicadamente trabalham e se empenham para proporcionar as melhores condições e o bem-estar que merecem todos os utentes da instituição.