
No passado dia 27 de Março, na sua sede, em Góis, reuniu em assembleia geral o Centro Social Rocha Barros para, de entre outros assuntos, analisar e votar o relatório de actividades e contas do ano de 2022.
E se as actividades foram mais do que muitas dirigidas e no que se refere ao bem-estar dos seus utentes (idosos e crianças), já no que diz respeito às contas apresentaram “um resultado negativo; (…) no entanto, face aos valores amortizados apresentamos um resultado positivo, que muito nos agrada, pois foi um ano de muitos sacrifícios económicos”, como é referido no relatório, mas mesmo assim a direcção não deixou de manifestar a sua preocupação “com a sustentabilidade do Centro Social Rocha Barros, tendo em conta que o exercício dos últimos anos foi atípico, muito instável económico-financeiramente”.
Por isso, “a direcção dedicou especial atenção à contenção de gastos”, sem contudo deixar de salvaguardar a “manutenção ou melhoria da qualidade dos serviços prestados aos utentes. Tivémos de nos reinventar”, encerrando “este exercício económico com a consciência de dever cumprido, tendo gerido a instituição de modo a prestar um serviço à comunidade de qualidade e sem distinções”.
Deixado o apelo “no sentido de olharem para esta instituição e perceberam a necessidade de a apoiarem”
Mas para que a instituição possa continuar a cumprir cabalmente a sua missão, o presidente da direcção, dr. Fernando Barata, não deixou de apelar às instituições que tutelam o sector, às autarquias “no sentido de olharem para esta instituição e perceberam a necessidade de a apoiarem, porque os tempos que aí vem são mesmo assustadores também para Góis”, deixando ainda os agradecimentos “aos colaboradores pelo seu zelo, competência e dedicação, sem eles não tínhamos o prestígio que temos”, aos responsáveis da tutela, Centro Distrital de Solidariedade e Segurança Social de Coimbra “por todo o apoio e colaboração que nos tem concedido”, ao Instituto de Emprego e Formação Profissional de Arganil “pelo apoio com os beneficiários que foram conferidos a esta instituição”, ao Município de Góis “pela permanente colaboração no que concerne a transportes e à cedência do Pavilhão Gimnodesportivo para a prática de actividade física das nossas crianças”.
O presidente da direcção não deixou de salientar também que “para além das actividades e serviços que presta aos seus clientes que frequentam as várias respostas sociais”, o Centro Social Rocha Barros “desenvolve ainda outros trabalhos como parceiro activo nos vários projectos implementados no concelho, nomeadamente, PMID – Programa Municipal para a Inclusão e Desenvolvimento, CLAS – Conselho Local de Acção Social, NLI – Núcleo Local de Inserção, CPCJ – Comissão e Protecção de Crianças e jovens de Góis e CME – Conselho Municipal de Educação”.
Nas várias valências, destaque para a ERPI – Estrutura Residencial para Pessoas Idosas, “com 47 residentes é, entre outras, uma resposta social cada vez mais procurada pela população”, sem esquecer o Serviço de Apoio Domiciliário, o Centro de Dia e a Creche com “21 crianças a frequentar no ano lectivo de 2021/2022”, o Centro de Activdades de Tempos Livres e ainda “dando respostas aos problemas habitacionais” no Bairro Cristina Rodrigues, “património da instituição constituído por quatro blocos de habitações geminadas e que são atribuídas a famílias carenciadas”.
Mas apesar de tudo isto e “com um dever social de solidariedade e de justiça, que têm como fim ajudar os que mais precisam para que estes estejam devidamente acompanhados e integrados na sociedade”, o Centro Social Rocha Barros é uma das muitas Instituições Particulares de Solidariedade Social que “se ‘confrontam’ com imensas dificuldades e têm um ‘défice progressivo assustador’, uma vez que as comparticipações são insuficientes”, como foi reconhecido e recentemente também divulgado pelo presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade Social.
Por isso e perante esta realidade, cada se vez se torna mais difícil para aqueles que, voluntariamente, trabalham no dia-a-dia e dedicadamente se entregam e disponibilizam para gerir instituições que, no cumprimento da sua obrigação, acabam por se substituir ao Estado, sem que o Estado cumpra como devia a sua obrigação para com estas instituições. E por isso e mais uma vez, não deixa de ser pertinente o apelo deixado pelo dr. Fernando Barata, “olhem para esta instituição e percebam a necessidade de a apoiarem”, porque só assim poderá cumprir os seus objectivos e a nobre missão no apoio aos que mais necessitam, às famílias, mas até no que se refere à manutenção e até criação de novos postos de trabalho que acabam por fazer também a diferença naquilo que tem a ver com a necessária e desejada fixação das pessoas no concelho de Góis.