
Foi com muita emoção e muito sentimento de tristeza que o Município de Oliveira do Hospital recordou o fatídico incêndio de 15 de Outubro de 2017, no passado sábado, com deposição de flores e 13 velas (igual ao número de vítimas verificadas), no sopé da imagem de Nossa Senhora de Fátima, defronte à Igreja Matriz, gestos que foram praticados pelo executivo camarário, bem como pelo presidente da Assembleia Municipal José Carlos Alexandrino, pois sendo no seu mandato que tal tragédia aconteceu, desenvolveu forte actividade para minorar esses efeitos que por vezes a Natureza nos «oferece», ajudando os seus concidadãos a ultrapassar os efeitos da tragédia, sobretudo as famílias das 13 vítimas mortais, pois o concelho foi atingido pelo incêndio em 97% da sua área.
Foram estas as vítimas mortais que foram homenageadas: António Costa, Andrew Smiler, Bernarda Matias, Cristiana Brito, Isilda Garcia, João Costa, Maria Celeste Alves, Maria da Graça Costa, Maria Fernanda Augusto, Maria Rosa Marques, Paulo Costa, Pedro Neves e Ramiro Faria.
Mas antes o executivo camarário deslocou-se aos cemitérios de Avô, Ervedal da Beira, Nogueira do Cravo, S. Gião, S. Paio de Gramaços, Oliveira do Hospital (cemitério novo), Travanca de Lagos e Vila Pouca da Beira, onde se encontram sepultadas as vítimas atrás citadas, onde foram depositadas coroas de flores e pelas 18 horas, os sinos das igrejas tocaram 13 badaladas em homenagem às vítimas e foi celebrada uma missa na igreja matriz de Oliveira do Hospital, pelo padre António Loureiro, que citou o nome das vítimas, eucaristia enriquecida pelo Coral Sant’Ana.
«São cinco anos que mudaram Oliveira do Hospital…»
As palavras proferidas por José Francisco Rolo, que também sofreu com a tragédia, pois na altura era vice-presidente da Câmara, revelam que «as marcas ainda cá estão», afirmando que «Não é só ser mais um ano, são cinco anos que passaram sobre o momento que mudou Oliveira do Hospital e as nossas vidas», sendo este um momento em que se pretendeu «homenagear as vítimas mortais, os familiares e os que ficaram com sequelas, sobretudo na saúde mental». Passados cinco anos, como vincou o edil oliveirense, «recuperaram-se casas, a indústria e o setor agropecuário”, numa altura em que o Município se encontra no virar de nova página, que é «o processo empenhado de recuperar o património florestal» e apesar de toda a recuperação à vista de quem passa pelo concelho, referiu que «o 15 de Outubro de 2017, nalgumas pessoas, ficou marcado na carne, noutras na cabeça e na forma como se relacionam e comportam», dizendo José Francisco Rolo que «existe ainda uma ansiedade, pois as pessoas notam-se mais cuidadosas», atendendo àquilo que aconteceu há cinco anos, fazendo notar que «actualmente temos mais pedidos para a efectivação de fogueiras, e aceitamos todos com mais normalidade com a não emissão de licenças para o lançamento de fogo-de-artifício», tanto mais que «hoje temos mais cuidado, mais medo do fogo e somos mais preventivos» e por isso «hoje estamos todos mais despertos para aquilo que nos aconteceu»
«Conseguimos reerguermos das cinzas…
José Francisco Rolo, a finalizar as suas palavras, registou que «hoje é dia de homenagear as famílias e as vítimas mortais e particularmente homenagear um concelho, empresários e comunidade em geral, que conseguiram reerguer-se das cinzas, e passados cinco anos, reorganizamos as nossas vidas, olhando para o futuro com esperança, tanto mais que o 15 de Outubro de 2017 faz parte da história de Oliveira do Hospital, havendo um antes e um depois desse dia».