Na passada sexta-feira, faleceu na sua residência, em Coimbra, o Prof. Doutor Polybio Serra e Silva, que contava 94 anos, era casado com Maria Aurora Abreu Castelo Branco de Melo Branquinho de Serra e Silva e Catedrático Jubilado da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.

Nascido em Penacova a 20 de Maio de 1928, Polybio Serra e Silva veio para Coimbra com apenas 5 anos. Enquanto estudante, foi vice-presidente da Associação Académica de Coimbra (AAC), presidente da Tuna Académica da Universidade de Coimbra (TAUC), presidente da Comissão Central da Queima das Fitas e membro de um grupo de fados e guitarradas, destacando-se ainda a sua participação, a 4 de Abril de 1954, na acção que ficou conhecida como a “Tomada da Bastilha II”, que esteve prestes a ser reprimida com violência pela polícia, mas que viria a resultar a construção da nova sede da Associação Académica de Coimbra (incluindo o Teatro Académico de Gil Vicente). Em 1957, licenciou-se, com 18 valores, em Medicina na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra onde se doutorou em 1973. Em 1980 fez a agregação e em 1990 ascendeu a Catedrático. Em 1976 foi nomeado director dos Serviços de Medicina II dos Hospitais da Universidade da Coimbra, ocupando este lugar e o de Professor Catedrático até à sua jubilação, em 20 de Maio de 1998.

O Prof. Polybio Serra e Silva colaborou ainda em diversos programas de Rádio e TV, abordando os mais variados temas de Medicina. Foi autor ou co-autor de mais de duzentos trabalhos científicos publicados em revistas nacionais e internacionais. Publicou, em prosa e em poesia, alguns livros sobre profilaxia vascular dirigidos, nomeadamente, às crianças e aos velhos. Foi fundador e investigador-coordenador do Núcleo de Estudos da Aterosclerose e Hipertensão, presidente do Conselho Científico da Fundação Portuguesa de Cardiologia e Sócio Honorário da Sociedade Portuguesa de Hipertensão.

Em 2013, o Prof. Doutor Polybio Serra e Silva foi galardoado, pelo Ministério da Saúde, com a Medalha de Serviços Distintos, Grau Ouro. Em 2014, recebeu a Medalha de Mérito da Ordem dos Médicos. Em 2017, recebeu o Prémio “Nunes Correa Verdades de Faria”, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Em 2018, foi homenageado pelos profissionais da Associação Dentária Portuguesa. Em 2019, foi laureado pela Fundação Portuguesa de Cardiologia e distinguido pela Word Heart Federation como “Herói do Coração”.

Para além da sua meritória actividade ligada à vida académica (..), teve também uma vida exemplar enquanto cidadão.

Para além da sua meritória actividade ligada à vida académica, Polybio Serra e Silva teve também uma vida exemplar enquanto cidadão e que fizeram dele uma personalidade de renome na cidade de Coimbra e no país. Foi presidente do Lions Clube de Coimbra, era Confrade de Honra da Confraria do Bucho de Arganil, Confrade dos Enófilos da Bairrada e Compadre “Prestígio” da Academia do Bacalhau de Coimbra.

Polybio Serra e Silva tinha ainda, uma ligação afectiva a Arganil, nomeadamente por via da Mata das Misericórdias onde tem expostos vários poemas da sua autoria.

Na nota de pesar que emitiu, a Associação dos Antigos Estudantes de Coimbra, de que era dirigente e sócio-fundador, lamentou o falecimento daquele que classificou como “um dos mais prestigiados e entusiastas antigos estudantes de Coimbra, cujo exemplo foi uma inspiração e continuará a ser uma referência para todos nós”.

Os restos mortais daquele que é considerado um dos mais prestigiados académicos de Coimbra, foram velados na Capela da Universidade de Coimbra, realizando-se o funeral, após a missa de corpo presente, para o Crematório Municipal de Taveiro.

A COMARCA, que se fez representar nas cerimónias fúnebres pelo professor José Dias Coimbra, endereça à família os mais sentidos pêsames.