Fundada em 25 de Janeiro de 1963, a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Coja ficou mais bem apetrechada, em termos de mobilidade auto, porque a instituição, em dia da realização de assembleia geral, no dia 21 de Novembro, em que a sua direcção apresentou o Plano de Actividades e Orçamento para 2022, também fez estacionar defronte ao quartel uma nova ambulância, que custou à Associação 55 mil euros. Com esta aquisição o corpo activo passou a usufruir de 18 ambulâncias de socorro e transporte de doentes não urgentes.
A assembleia, presidida pelo seu titular Jorge Manuel Matos da Silva, que foi ladeado pelo secretário-relator do conselho fiscal Fernando Tavares Melo dos Reis, substituindo o vice-presidente da mesa, João Luís Quaresma Nunes, que por motivo de doença não pôde estar doente, e pelo secretário, Amândio Alberto Trindade das Neves, depois de saudar os sócios presentes deu a palavra ao presidente da direcção, que antes do mais apresentou uma proposta no sentido de ser concedido um minuto de silêncio em homenagem aos associados e directores falecidos durante o presente ano, realçando a perda recente de um dirigente, que foi Joaquim Augusto de Carvalho Neves.
De Arganil a Coimbra «errada interpretação…»
Paulo Jorge Antunes Silva, nas suas palavras sobre os documentos apresentados, não deixou, mais uma vez, de lamentar que, devido a gastos extraordinários, como é o caso da pandemia COVID-19, não tenha sido actualizado o valor por quilómetro dos serviços prestados pelo Corpo de Bombeiros desde o ano de 2012, quer sejam em serviço de emergência ou em transporte inter-hospitalar, «com origem no Serviço de Urgência Básica de Arganil e destino aos Hospitais da Universidade de Coimbra, continuarem a serem-nos vedados por uma errada interpretação da legislação em vigor efectuada pelo Director do AcesPIN».
Como este plano e orçamento serão os últimos elaborados pela direcção em exercício, contudo, é necessário «que mantenhamos a intenção de renovar e adequar os recursos humanos às efectivas necessidades, trabalho iniciado mas não terminado, depois de, em 2019, termos corrigido algumas distorções salariais que existiam entre os colaboradores/funcionários da Associação», pelo que, do seu ponto de vista, «continua a carecer de ajustamentos».
Paulo Silva releva que, em relação aos meios materiais, operacionais e instalações, a direcção que venha a ser eleita «deverá continuar a apostar na aquisição/renovação dos equipamentos e meios ao dispor dos nossos operacionais, assim como na melhoria das instalações afectas às actividades previstas no escopro do nosso Estatuto». Salientou que desde 2018 foram investidos cerca de 500 mil euros na aquisição de viaturas operacionais, equipamentos e materiais destinados aos nossos operacionais, assim como em obras de melhoria e beneficiação do Quartel-Sede, o que «para a nossa realidade e dimensão não deixa de ser um facto extraordinário», acrescentando que «os investimentos foram todos realizados sem recurso a financiamento externo».
Tendo em mente sempre a aproximação da Associação e do seu Corpo Activo, sobretudo com a população do alto concelho, «são princípios que deverão nortear sempre e em memória dos sócios fundadores e bombeiros falecidos no cumprimento das suas nobres missões, uma gestão rigorosa e profissional dos recursos ao dispor desta grande e enorme Associação» e por isso terá que se continuar com o equilíbrio financeiro da instituição, reduzindo custos e potenciando as receitas, utilizando e optimizando todos os recursos, pois «só assim podemos colocar à disposição da Associação no seu todo, os meios necessários a uma cabal e competente intervenção na prestação do apoio e socorro à população da nossa área de intervenção».
A formação de uma nova EIP é uma necessidade…
Para além das actividades com objectivo de angariação de receitas e outras, bem como actividades decorrentes na vida da Associação, salientando-se a manutenção da Escolinha de Bombeiros, a integração de camadas mais jovens no Corpo de Bombeiros, a participação de elementos activos em formações de aperfeiçoamento técnico, acções de simulacros junto da comunidade, em termos de Zona de Acção, a Associação aspira a uma nova EIP (Equipa de Intervenção Permanente) a tempo inteiro, aguardando aprovação de candidatura submetida junto do Município de Arganil para a sua constituição, tanto mais tendo uma área de intervenção considerável, aproximada de 166 km2, que abrange os territórios de Coja/Barril de Alva, Vila Cova de Alva/Anceriz, Piódão, Cerdeira/Moura da Serra, Benfeita e Pomares, com uma população residente de aproximadamente 5.000 habitantes. Não falando que a montante das margens do Rio Alva existem várias áreas florestais, não falando de uma área florestal muito significativa, tanto pública como privada. Para além de ter uma zona industrial em desenvolvimento, em termos de redes viárias, esta zona de intervenção é atravessada pelas Estradas Nacionais 342 e 344, que dão acesso ao IC6, «o que, por si só, é bem demonstrativo do fluxo de trânsito que diariamente atravessa a nossa zona de acção».
Obras no quartel-sede
O Plano de Actividades dá também realce às instalações do quartel-sede, com a introdução de obras de recuperação e remodelação de alguns espaços, alguns dos quais não foram concretizadas com essas obras, devido à pandemia e também porque as candidaturas previstas no Programa PT2020 e mais recentemente no PRR (Plano de Recuperação Resiliência) «ainda não contemplaram as Associações Humanitárias de Bombeiros, assim como não foi concedido qualquer apoio da Câmara Municipal de Arganil para a concretização desses objectivos, pelo que não é possível a realização dessas obras/investimentos».
Contudo, em 2022, no quartel-sede continuará a dinamizar-se e rentabilizar-se o espaço existente, «de forma a criar uma maior valência e aproveitamento de todas as sinergias existentes no mesmo», oferecendo assim «uma maior utilidade para todos os operacionais, sócios, amigos e visitantes».
Em termos de benfeitorias prevê-se a iniciação da construção das camaratas masculinas, bem como a reconversão e reabilitação das actuais camaratas femininas. Está também em perspectiva a ampliação do parque auto localizado a nascente e sul, incluindo a construção de um muro de suporte a sul, por forma a criarem-se condições para abrigar as viaturas de combate a incêndios, assim como a cobertura parcial do parque auto existente, localizado a poente e confinante com a via pública.
É uma empreitada que está sujeita à aprovação de candidatura a fundos comunitários. Há a intenção também de remodelar ou substituir os pavimentos dos actuais parques de viaturas, «contando para isso com opaoio financeiro imprescindível da Câmara Municipal de Arganil». Para estas obras está programada a quantia de 329.000 euros.
Quartel de Pomares, Museu e Centro Operacional a instalar no Aeródromo de Coja
Sobre o quartel da 5.ª secção de Pomares, há a previsão para o início do próximo ano a conclusão do processo de reconversão para nome da Associação do edifício em causa, tendo para o efeito o aval da Junta de Freguesia, pretendendo-se depois a iniciação dos trabalhos de remodelação e recuperação do edifício, o qual apresenta um estado considerável de degradação por falta de utilização contínua. Estas obras estão orçadas em 95.000 euros.
Outra ambição da Associação é a aquisição ou reconversão de um edifício ou espaço existente destinado à instalação do futuro museu, em homenagem a todos os bombeiros, em especial aos bombeiros que perderam a vida no combate a incêndios na nossa região, bem como em memória dos fundadores da instituição e aos que deram a vida em prol do seu semelhante, assim como para expor o espólio pertença da Associação a toda a população residente e aos turistas que visitam esta região.
Relativamente à instalação do Centro Operacional e Logístico de Instrução e Treino dos Bombeiros Voluntários de Coja, designada por COLIT-BVCOJA, pretende-se tornar operacional uma infraestrutura que se encontra inoperacional, e que posteriormente será incluída no Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais, para aeronaves (aviões ligeiros e helicópteros de combate a incêndios) e pista de aterragem para aeronaves do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), quando em serviço de helitransporte de feridos graves. O custo desta pretensão é de 40.500 euros.
Juntando às despesas atrás mencionadas, equipamentos de protecção individual e operacional (29.000 euros) e viaturas operacionais (253.000 euros), o total é de 746.500 euros.
Quanto aos totais previstos para 2022, em termos de receita e despesa, somam 1.397.400 euros.
Depois de lido o parecer do Conselho Fiscal, pela sua presidente, Sandra Isabel Tavares Fernandes, o qual realça o bom trabalho efectuado pela Direcção, que tem elevado o nome da sua Associação e todos os que trabalham para ela em defesa do seu semelhante, foi o presidente da mesa, antes de terminar a sessão, a confessar que os Bombeiros de Coja têm a seu encargo a maior densidade florestal, e por isso «devemos ter em atenção a preservação do maior valor do concelho, que é a Mata da Margaraça e Fraga da Pena» e por isso «precisamos de mais apoio e consideração a quem mantém viva e preserva estes e outros bens».