No passado dia 9 de Junho e no âmbito da 6.ª edição do Festival Literário Internacional do Interior – Palavras de Fogo, foi inaugurada na Biblioteca Alberto Martins de Carvalho, em Coja, a exposição “Eduardo Lourenço e os outros: no mundo como devir”, cedida pelo Centro de Estudos Ibéricos.
“Queiramo-lo ou não, todos nos escrevemos naquilo que, com razão ou sem ela, os outros recebem como obra nossa. Alguma coisa de mim deve estar no que, ao longo de quase meio século e sempre como por acaso, fui escrevendo”, são palavras escritas num dos livros de Eduardo Lourenço e que podem ler-se à entrada da exposição, “constituída por 12 cartazes, que se forma cronológica nos apresenta os momentos mais marcantes da vida de Eduardo Lourenço, um dos mais apaixonantes intelectuais da contemporaneidade”, como disse a coordenadora da Biblioteca, Miriella de Vocht.
Uma exposição que, ainda segundo Miriella de Vocht, “foi concebida para celebrar os 94 anos de Eduardo Lourenço e encontra-se este na em itinerância para assinalar o centenário do nascimento desta figura de destaque no panorama cultural e social do país”.
A vice-presidente da Câmara de Arganil, Paula Dinis, acompanhada pela tesoureira da União de Freguesias de Coja e Barril de Alva, Isabel Guarda, referindo-se ao Festival Literário, depois de dar a conhecer que tem “o seu momento inaugural, no dia 15 de Junho, em Ansião” e que, inserido no certame, irá decorrer nos concelhos de Alvaiázere, Ansião, Arganil, Coimbra, Condeixa-a-Nova, Góis, Lousã, Miranda do Corvo, Pedrógão Grande e Tábua, “há um conjunto de iniciativas que desenvolvemos no nosso concelho, uma delas é esta exposição sobre a figura de Eduardo Lourenço e teremos outras iniciativas, nomeadamente, nos dias 16 e 17, na Biblioteca Municipal Miguel Torga, em Arganil”.
“A ideia de trazermos esta exposição até Coja foi no sentido de descentralizar as iniciativas que se desenvolvem, no âmbito deste Festival”, disse Paula Dinis, recordando ainda que “no ano passado, tivemos aqui um painel com Luís Osório, no âmbito deste Festival também”, referindo que esta exposição “é, no fundo, uma homenagem a Eduardo Lourenço, que faleceu em 2020”, tratando-se de “uma exposição biobliográfica do seu trabalho, como escritor, filósofo, historiador, um homem de espírito grande, de mentes largas e abertas, de grandes horizontes”,
A coordenadora das Bibliotecas Públicas do concelho, deu a conhecer também que “no dia 16, pelas 21 horas, teremos um painel com a presença dos escritores José Vaz e Sara Maino (que culminará com um momento musical com o Atelier do Piano) e, no dia 17, à tarde, pelas 15h30, uma palestra e a apresentação do livro sobre Natália Correia, ‘O dever de deslumbrar’, por Filipa Martins”, deixando o convite a todos os interessados “a comparecer nestas iniciativas”, referindo ainda que “faltam aqui três anos para que seja uma exposição sobre a sua vida na íntegra” e que “a exposição foi enriquecida com livros e jornais do nosso espólio, em que Eduardo Lourenço é escritor ou então é o tema” e que “temos aqui também alguns jornais em que Eduardo Lourenço deu entrevistas que nos permitem conhecer o Homem de uma forma mais próxima”.
Eduardo Lourenço “é uma figura ímpar, que merece ser descoberta e conhecida por todas as pessoas”, sublinhou Miriella de Vocht, acrescentando que “esta não é a primeira vez que é homenageado”, já que “quando fez 80 anos, foi editada uma fotobiografia muito bonita e detalhada, chamada Tempos de Eduardo Lourenço” que, como “expoente máximo do ensaísmo literário e cultural contemporâneo, foi unanimemente reconhecido no meio universitário (…) e no meio cultural e social, (…) para além de condecorações (e homenagens) do Estado português, francês e espanhol”, pelo que e como considerou, “é uma figura ímpar, que merece ser descoberta e conhecida por todas as pessoas”.
A exposição “Eduardo Lourenço e os outros: no mundo como devir”, vai estar patente aos ao próximo dia 30 de Junho.