Entre os dias 16 e 19 de Junho, decorreu a 5.ª edição do FLII – Festival Literário Internacional do Interior – Palavras de Fogo, sob a égide do lema “A arte e a cultura como reanimadores de uma região e de um povo” e em homenagem às vítimas dos fogos florestais.
E nesta 5ª edição do FLII, o programa foi subordinado ao tema “Sibilas, rebeldes e génios”, com actividades que decorreram nos concelhos de Arganil, Alvaiázere, Ansião, Condeixa-a-Nova, Lousã, Miranda do Corvo e Pedrógão Grande e em que foram homenageados também os escritores Agustina Bessa Luís, Matilde Rosa Araújo, José Saramago e ainda o músico Adriano Correia de Oliveira.
Lançado pela Arte-Via Cooperativa, sediada na Lousã e coordenada por Ana Filomena Amaral, o Festival tem como patrono o Presidente da República, e como parceiros associados a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), a Delegação Regional da Cultura do Centro, a Universidade de Coimbra, a Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB), a Rede de Bibliotecas Escolares (RBE), constituindo-se como “um evento intermunicipal ao decorrer em sete concelhos da região afectados pelos fogos, com o objectivo de levar os livros e os escritores aos sítios mais inusitados e imprevisíveis, como fábricas, campos, praias, igrejas, mercados, romarias, locais onde as pessoas trabalham e convivem.
Ou seja, os livros vão ao encontro dos públicos porque também eles têm saudades”, como deu a conhecer Ana Filomena Amaral.
“E porque este é um Festival de causas, pretendemos abordar questões candentes para o devir do mundo, desde logo a emergência ambiental”, disse ainda a coordenadora da Arte-Via, e que congrega autarquias / instituições dos Municípios onde decorre, sendo essenciais na sua organização as Bibliotecas Municipais e as Redes de Bibliotecas Escolares. E foi na Biblioteca Municipal Miguel Torga, em Arganil, e na Biblioteca Alberto Martins de Carvalho, em Coja, que decorreu a programação do FLII, no concelho de Arganil.
No dia 17 (sexta-feira), na Biblioteca Municipal Miguel Torga e na Biblioteca Alberto Martins de Carvalho, “(…) poemas são palavras que nos lembram que somos vivos, que temos olhos, ouvidos, paladar, duas mãos que poisam em troncos rugosos, na seda da própria pele”, por Matilde Rosa Araújo, “in O menino dos pés frios” – conto do laranjal e ainda ateliers de escrita criativa. com Maria Alzira Brum
Dia 18 (sábado), na Biblioteca Alberto Martins de Carvalho, realizou-se o painel “Há esperanças que é loucura ter. Pois eu digo-te que se não fossem essas já eu teria desistido da vida” (José Saramago), com Luís Osório, Alexandre Gossn, Maria Alzira Brum e que foi moderado por Ricardo Fonseca Mota.
Momento de cultura, partilhado por muitas pessoas que enchiam a Biblioteca, não deixando ainda de ser reconhecida a importância de um Festival Literário para o interior, “era uma necessidade, (…) era importante”, como disse Ricardo Mota, referindo ainda que “gosto de sentir que vivo no Portugal profundo, (…) a minha principal extravagância é viver no interior” e, com estas afirmações, acabou por dar o mote ao tema do painel, “Há esperanças que é loucura ter. Pois eu digo-te que se não fossem essas já eu teria desistido da vida”.