COJA (Arganil) Hastear de Bandeiras nas praias fluviais do concelho

Momento do hastear das bandeiras na praia fluvial de Coja

Na segunda-feira, 3 de Julho e depois do hastear da Bandeira Azul e das Bandeiras de Qualidade de Ouro, de Praia Acessível e ColorADD na praia fluvial da Cascalheira, em Secarias, foram agora hasteadas as Bandeira “Praia Acessível, Praia Para Todos” e Bandeira ColorADD, nas praias fluviais de Benfeita, Pomares e Coja.

O momento simbólico do hastear das Bandeiras, foi realizado na praia fluvial de Coja, onde além do presidente da União de Freguesias de Coja e Barril de Alva, João Tavares, e mais membros do executivo, estiveram também presentes o presidente da Assembleia Municipal, António Cardoso, dr. Avelino Pedroso, em representação da Autoridade de Saúde do concelho, e uma representação do Bombeiros de Coja e Arganil, tendo o vereador da Câmara Municipal (com o pelouro ao Ambiente), Luís Almeida, dado a conhecer que “entretanto, a Bandeira Qualidade de Ouro será hasteada no Piódão”, para explicar depois que o galardão de Praia Acessível é atribuído “a praias inclusivas, que têm todas as condições para receber pessoas com mobilidade reduzida, desde logo, ao nível das instalações, como da acessibilidade ao plano de água” e que “a Bandeira ColorADD vem atestar uma preocupação” com “as características de visão daltónica” e, “com esta sinalética visual, damos ainda uma resposta mais inclusiva a todas estas praias”, não deixando de lamentar lamentar que “os incêndios da Serra da Estrela e também a escassez de água que vivemos em 2022 alterou, significativamente, as condições da água”, perdendo a praia fluvial de Coja a Bandeira Azul, mas “é nossa intenção ver se conseguimos reverter e, para o ano, termos a Bandeira”.

Contudo e ainda segundo Luís Almeida, “a qualidade da água, em Coja, continua a ser muito boa”, sem deixar de esclarecer que para a atribuição da Bandeira Azul “estamos a falar de critérios muito exigentes e, em Coja, houve um pico numa das análises e isso causou que viesse a perder a Bandeira”, acentuando mais uma vez que a praia fluvial de Coja “continua a ser uma praia com as mesmas condições, quer de acessibilidade ao plano de água, quer ao nível das infraestruturas, com nadadores salvadores”, recordando ainda que esta foi a primeira praia fluvial do concelho a dispor de uma cadeira anfíbia que permite “levar uma pessoa com mobilidade condicionada a usufruir da água”.

O vereador do Ambiente não deixou de dar a conhecer também que antes do início desta época balnear, foram feitos “vários investimentos” nas praias, em colaboração com as Juntas de Freguesia, “ao nível da renovação das condições que oferecemos aos nadadores salvadores, quer ao nível de sinalética, quer em termos do material dos primeiros socorros”, para além de “substituir o que tem de ser e melhorar onde é possível”, adiantando ainda que “na Cascalheira vamos fazer uma intervenção ao nível das infraestruturas de apoio, ao bar de apoio”.

Luís Almeida, depois de se referir aos melhoramentos efectuados no que concerne “às acessibilidades e parques de estacionamento”, nomeadamente na praia fluvial de Pomares, enquanto na Benfeita se apostou “num caminho de mobilidade condicionada”, terminou por salientar que “estamos sempre em constante melhoria contínua para que quem venha a Arganil se sinta em segurança”.

Essa não deixa de ser também uma das preocupações do presidente da União de Freguesias de Coja e Barril de Alva, João Tavares, dizendo que “continuamos a investir nas infraestruturas”, sem deixar de manifestar a sua insatisfação pelo facto da praia fluvial de Coja ter perdido a Bandeira Azul, só porque “no ano passado tivemos aqui um dia em que houve um ponto em que a qualidade da água passou para ‘bom’ e entendeu quem gere a Bandeira Azul não atribuir esse galardão. (…) É um bocadinho redutor, uma vez que tivemos todo o Verão com água excelente”.

E depois de sublinhar que “estamos a trabalhar para que isto seja revertido e Coja terá muita gente, este ano”, João Tavares não deixou de manifestar ainda a sua preocupação com as “oscilações” do caudal de água no rio Alva, dizendo que “no fim-de-semana, o rio baixou bastante e, hoje, levava um grande caudal e não choveu. Isso não é normal, há alguma coisa que não está a funcionar corretamente”, acrescentando que “ainda há pouco tempo não aconteceu um acidente muito grave porque, se calhar, não tinha de acontecer, porque a água subiu cerca de meio metro, com uma corrente brutal, em pouco tempo e havia crianças a tomar banho. Tem de haver alguém que se responsabilize” e “estas coisas têm de ser averiguadas, tem de haver um fenómeno que não é natural e temos de ter cuidado com isto para evitar que algum acidente possa vir a acontecer”.

O presidente da Assembleia Municipal não deixou de manifestar também a sua indignação com “estas alterações do caudal”, considerando que “o que tem de ser visto é que quem está a controlar a carga e a descarga das barragens, das mini-hídricas, tem de ter em atenção o caudal que tem de ter e avisar previamente quando isso é feito”, até porque “existe legislação para tal”, recordando que “quando era vereador, levantei o problema ao nível da Agência do Ambiente, e não só, e na altura o que propus foi, se voltar a acontecer faço uma queixa ao Ministério Público, no sentido de alguém ser responsável por tal”, deixando a interrogação “se subir o caudal do rio, quem é o responsável?”, deixando o alerta ao presidente da União de Freguesias e ao vereador da Câmara Municipal para que “sempre que tal acontecer, participem ao Ministério Público, a quem compete averiguar essa situação, porque quando acontece um desastre é sempre a Junta e a Câmara que é responsável porque não estiveram atentos”.

Atentos à qualidade da água estão as Autoridades de Saúde do concelho, tendo o dr. Avelino Pedroso deixado a garantia que além de ser feitas análises à água com alguma frequência, os banhistas depois de tomarem sempre as cautelas necessárias e respeitando as orientações dos nadadores salvadores, podem usar e abusar, de entre outras, das águas do nosso Alva.