Na terça-feira, realizou-se a celebração da Via Sacra pelas ruas da vila, que acabou por inaugurar também a galeria (aberta) com as 14 estações baseadas nas cenas da Paixão de Cristo e que foram pintadas pelos artistas Aires dos Santos, Alice Piloto, António Dias, Lena Jorge, Luís Duro, Nelson Santos e Ricardo Rodrigues.
“Coja ficou mais rica com esta Via Sacra”, considerou o pároco, padre Lucas Pio, não deixando de manifestar a sua “alegria imensa poder participar deste momento especial”, de dar os parabéns aos artistas e de agradecer à União de Freguesias e ao seu presidente “por esta iniciativa que, muitas vezes, se vai perdendo no tempo, mas nós como somos católicos, a grande maioria, temos a obrigação de a honrar”.
“Um pouco mais longa do que o habitual mas que, com certeza as pessoas vão ficar encantadas por este momento especial aqui, em Coja, que agradecemos imensamente”, como disse o padre Lucas Pio, a Via Sacra é uma exposição artística a céu aberto com os quadros das 14 estações pelas ruas da vila e que vai estar patente de 2 a 24 de Abril (mais uma semana depois da Páscoa) para, e como disse o artista Aires dos Santos, “permitir às pessoas fazerem esta visita e também conhecerem um pouco a vila, cantos e recantos e encontram obras de arte que, no fundo, representam a Via Sacra num momento alto que é a Páscoa”.
Embora natural de Canas de Senhorim, concelho de Nelas, Aires dos Santos acabou por ser apaixonar por Coja, “tenho uma grande relação com Coja, considero-me quase uma pessoa daqui” e, ao receber o convite do presidente da União de Freguesias para fazer estas pinturas aceitou de imediato o desafio, acrescentando que “foi um desafio estendido a um grupo de artistas, no total somos sete, cada um pintando dois quadros e mostrando a sua sensibilidade e uma imagem diferente sobre as estações da Via Sacra que permitiram esta galeria a céu aberto e que apelam à mobilidade das pessoas a fazerem esta visita, que lhes permite também conhecer um pouco a vila, cantos e recantos e encontrarem obras de arte que, no fundo, representam um momento alto que é a Páscoa”.
“Coja é uma terra que valoriza muito a Páscoa”, como disse o presidente da União de Freguesias de Coja e Barril de Alva, João Tavares, e por isso esta iniciativa “Arte Urbana nas Portas do Açor”, uma ideia que “nós tivemos de arte urbana em fazer aqui a Via Sacra pela vila. E a adesão das pessoas foi excelente, o pintor Aires dos Santos que não sendo da nossa terra gosta muito de Coja e ajudou-nos a fazer estas pinturas”, dando a conhecer ainda que “quem nos visita” pode dirigir-se aos estabelecimentos comerciais onde encontram um pequeno desdobrável com a indicação das estações e das ruas onde estão expostos os quadros, “portanto é fácil chegar cá, passar na vila e além dos quadros, visitar os seus mais emblemáticos cantos e recantos”.
“Temos sempre com objectivo animar, promover o turismo”, disse João Tavares, acrescentando ainda que “ao surgir a ideia daquela que foi designada ‘Arte urbana nas portas do Açor’, ou seja colocar quadros pintados nas antigas portas da vila, acabou surgir uma outra ideia que foi pintar os quadros das 14 estações da Via Sacra, uma vez que Coja tem uma grande tradição nas celebrações da Semana Santa. Para isso convidámos o Aires dos Santos que, com outros artistas, acabaram por aceitar o desafio, pintaram os quadros expostos pelas ruas não para substituir o habitual percurso Via Sacra, mas entendemos fazer um novo percurso para permitir às pessoas que nos visitam ficarem a conhecer melhor a nossa terra, dinamizar o comércio local e trazer ainda mais pessoas”.
E ideia da Via Sacra, “que achou excepcional”, segundo o presidente da Uniõ de Freguesia, foi desde logo acolhida pelo pároco, padre Lucas Pio, acrescentando que depois os quadros irão ser retirados “mas para o ano vamos voltar a repetir, com outra roupagem e se calhar fazer mesmo uma representação da Via Sacra”, sempre com o objectivo primeiro de atrair cada vez mais pessoas à Princesa do Alva, porque além desta iniciativa da arte urbana, “estamos neste momento a elaborar também o programa das festas de Verão, já reunimos com as associações para perceber quem é que vai fazer o quê, para depois intervalar as nossas festas, a animação, as iniciativas como a FAVA a realizar em 5, 6 e 7 de Agosto, tudo isto num processo de regressar à normalidade possível e que tanto desejamos”.
Além da animação e das festas, o presidente da União de Freguesias não deixou de se referir a outras actividades e melhoramentos necessários como e de entre outros, “temos em mãos a beneficiação da Foz da Ribeira, já há verba”, não deixando ainda de levantar um pouco o véu sobre uma outra grande obra a realizar no centro da vila, “está tudo em projecto, vamos aguardar”, sem esquecer de reconhecer e enaltecer que, para tudo isto, não deixa de haver uma estreita colaboração entre a autarquia a que preside e a Câmara Municipal embora e como reconheceu, “estamos a viver tempos difíceis, queremos fazer algumas coisas e não podemos porque também não temos dinheiro”.
Contudo, a grande aposta é que Coja se continue a constituir, cada vez mais, como um grande pólo de atracção turística do concelho. Para isto e como referiu João Tavares, não deixa de contribuir ainda a aposta que tem havido por parte de privados em investimentos no alojamento local, para que assim possa oferecer e haver condições para bem receber as pessoas, salientando que “aquilo que notamos também é uma grande procura de casas por pessoas que querem vir para aqui viver. Muita gente mesmo”, recordando que “como me dizia há tempos uma senhora quando lhe perguntei porque é que queria vir para aqui viver, a sua resposta foi que, além do sossego, Coja tem escolas, tem posto médico, tem serviços, tem todas as condições para se viver”.
Por isso e para atenuar um pouco a falta da indústria de referência que Coja já teve, a grande aposta no turismo é um dos grandes objectivos da União de Freguesias que, depois do grande investimento feito no último mandato em infraestruturas, “temos que nos virar para esta questão de turismo, continuar a trazer pessoas para Coja”, disse o presidente da União de Freguesias, sem deixar de reconhecer ainda que “um problema que temos é não conseguir fazer eventos durante todo o ano, mas temos tentado para que, nas épocas mais baixas, haja a possibilidade de continuar a trazer visitantes, mas mesmo assim não deixamos de constatar que durante todo o ano há sempre pessoas na Praça que não conhecemos”.
Com a criação de um portal de turismo pela União de Freguesia, “hoje é possível através deste site chegar a Coja e, com um telemóvel, saber a história da igreja, por exemplo, conhecer a história e encaminhar as pessoas pelas ruas da vila”, disse João Tavares, manifestando ainda a sua grande satisfação pelo facto de que, “quem nos visita, dizem que temos uma terra muito bonita. E é esse trabalho que temos de fazer, torná-la cada vez mais bonita”.