DE 6 A 10 DE SETEMBRO EM ARGANIL: “A Feira do Mont’Alto está cá”

É já na quarta-feira, dia 6, e prolonga-se até domingo, dia 10, que começa a 40.ª edição da FICABEIRA – Feira Industrial, Comercial e Agrícola da Beira Serra e a tradicional Feira do Mont’Alto 2023.

“A Feira do Mont’Alto está cá”, como disse ao nosso jornal o presidente da Câmara Municipal, Luís Paulo Costa, e “está cá” não só no cumprimento da sua data, mas também porque não deixa de estar presente na mente e no coração de todos os arganilenses, onde quer que se encontrem, no país ou espalhados pelo Mundo. E o ponto de encontro e de convívio, a sua grande festa, a festa maior da nossa terra.

Uma Feira secular, “um património imaterial que nós não queremos perder”, como referiu o presidente da Câmara Municipal, “mas temos de ter a percepção que o Mundo mudou e não vale a pena termos ilusões de que alguém está à espera da Feira de Setembro para vir comprar as mantas, as roupas, os pipos, os alambiques, aquilo que a pessoas necessitavam em termos de lavoura para o Inverno, isso do ponto de vista do desenvolvimento da sociedade felizmente que já não é necessário, (…) o que é necessário e faz mais sentido, é procurarmos um acerto de caminho que leve a que a Feira do Mont’Alto seja reafirmada com aquilo que são as características de uma feira comercial, dos feirantes e das pessoas para que ali possam fazer as suas compras”.

E “colocando isto sob o ponto de vista histórico”, Luís Paulo Costa não deixou de referir que “quando se fazia a Feira do Mont’Alto com aquela relevância, com aquele dinamismo que tinha muitas vezes, era para assegurar produtos disponíveis para as pessoas, para a população e que não estavam disponíveis em mais nenhum momento do ano. Essa realidade teve um primeiro processo de alteração com a feira semanal e, a partir do momento em que os mesmos artigos estão disponíveis, tudo isso trouxe logo uma alteração de organização social. E isto é a evolução da história e ainda bem que houve essa evolução”, sem deixar de reconhecer a necessidade da “reafirmação da feira semanal, dando-lhe também aqui esta roupagem de estar funcional e integrada no programa da Feira deste ano”.

Aliada à Feira do Mont’Alto e desde há 42 anos, a FICABEIRA – Feira Industrial, Comercial e Agrícola da Beira Serra, este ano na sua 40.ª edição e “um evento marcante que já também faz parte da tradição e que foi embrionário, inédito, dentro daquilo que se conhece em toda a região e, portanto, há este carácter e que também queremos marcar”, disse o presidente da Câmara, acrescentando que nesta edição “o que é diferenciar pelo menos da história dos últimos 20 anos, é que este ano teremos o recinto vedado, haverá pagamento de entrada com a particularidade de toda a receita arrecadada pela bilheteira reverter a favor da APPACDM para ajudar a comparticipar a obra da sua Unidade de Arganil, que é o Lar Residencial Casa dos Afectos”.

E depois de recordar que “as primeiras edições eram pagas e agora voltam a ser pagas, estamos a falar de preços meramente simbólicos, acessíveis a toda gente”, Luís Paulo Costa justificou dizendo que “estamos a dirigi-la exclusivamente para uma causa, (…) uma causa muito nobre de garantir residência para pessoas com as suas dificuldades e que, pelo ciclo normal da vida, começa a ser impossível estarem ao  cuidado dos seus progenitores com alguma idade também, já com alguma dependência, já tivemos casos em que por via do falecimento dos progenitores os utentes tiveram de ser deslocalizados para outras zonas do país e, se esse processo, o desenraizamento, é difícil para os cidadãos ditos normais, para pessoas com estas características ainda o é mais e, assim sendo, naturalmente que faz todo o sentido que tenham condições para viver na sua terra. E é disso que estamos a falar”.

Mas o presidente da Câmara não deixou de falar também no programa da Feira, “a Câmara Municipal continuou a apostar num programa para todos os gostos, com artistas de renome, é um esforço que fazemos sempre de tentar ter uma oferta que seja transversal e que, sabendo-se que as pessoas não gostam todas da mesma coisa, e ainda bem, tentamos que essa oferta além de transversal, seja acessível a todos, que seja um programa interessante e equilibrado. E eu acho que conseguimos cumprir esse objectivo”.

Era tal a importância da Feira do Mont’Alto que, talvez por isso, não sabemos, Arganil terá escolhido o então chamado “dia do meio”, 7 de Setembro, como seu Feriado Municipal em que, de entre outras manifestações, são reconhecidas pelo Município pessoas e entidades que pelos seus feitos, honram, elevam e defendem os interesses do concelho. E não deixa de contar também como convidados membros do Governo, “mas se não vierem, nós somos suficientemente importantes, os arganilenses são suficientes importantes para fazer a festa sozinhos”, disse Luís Paulo Costa.

Obras da avenida a causar constrangimentos durante a Feira

“Há sempre constrangimentos, isso faz parte da nossa vida”, considerou o presidente da Câmara, referindo-se particularmente às obras da avenida, em curso, e que naturalmente irão causar também alguns constrangimentos durante a Feira do Mont’Alto. E apesar da “avenida estar a funcionar, com limitações, (…) as obras sofreram atrasos imprevistos, situações inesperadas, porque aquilo que percebemos esta obra e tal como disse no primeiro momento, causa constrangimentos. Isso é totalmente assumido, não há nada a esconder, estamos a falar de uma obra que foi sendo adaptada a situações que foram sendo encontradas e que do ponto de vista do projecto era impossível detectar. Debaixo da terra é sempre mais difícil identificar algumas situações completamente inusitadas e que tem de ser corrigidas, acabando assim por ter prorrogações nos prazos a cumprir. Não há volta a dar”.

“Mas estamos de consciência tranquila porque estamos a fazer aquilo que deve ser feto”, considerou Luís Paulo Costa, não só no que se refere a esta obra, mas a outras reconhecendo que “no concelho continuamos com algumas situações que precisam de ser resolvidas, (…) há sempre necessidades a que, dentro das possibilidades, continuaremos a dar resposta. Estabelecemos uma estratégia muito clara para o futuro do concelho naquilo que tem a ver com o desenvolvimento económico, naquilo que tem a ver com a fixação de pessoas, com a atracção de investimento uma área muto crítica e que estamos a trabalhar muito para ser bem sucedidos. Fizemos um investimento muito forte na ampliação da Zona Industrial da Relvinha, felizmente temos tido alguma procura, alguns processos que estão em apreciação e que temos a convicção que vão correr bem e, para isso, precisamos também de cumprir o outro objectivo nomeadamente naquilo que tem a ver com a habitação e esse processo, com maior ou menor dificuldade, está a andar”.

O presidente da Câmara disse-nos ainda que “há uma pretensão e um compromisso que temos e que gostaríamos de cumprir, a requalificação do edifício do Teatro Alves Coelho, um equipamento emblemático do nosso território que, como desejamos, poderá voltar a ter a atravtividade regional que já teve no passado. Temos tudo pronto para poder avançar e na primeira linha dessa lista está o nosso compromisso, estamos a bater-nos incessantemente nas negociações do novo Quadro Comunitário para que a obra tenha financiamento”.

Mas também “há outros projectos pelos quais continuamos a lutar, como a Lomba do Canho do Canho, (…) com o Turismo de Portugal estamos a trabalhar para uma solução para a Quinta do Mosteiro (…)  e esperamos que o Governo cumpra o seu compromisso de financiar a Escola Secundária de Arganil que está a precisar de uma grande intervenção”, referiu também Luís Paulo Costa, dando a conhecer ainda que “está bem encaminhado o processo que tem a ver com as novas instalações do Instituto de Emprego e Formação Profissional nas antigas instalações do LIDL”.

Contudo e para tudo isto, o presidente da Câmara não deixou de referir que “a  generalidade dos Municípios portugueses estão a passar por uma situação financeira idêntica à das famílias, muito débil e muito delicada, estamos a confrontar-nos com um aumento exponencial de tudo que é custo, electricidade, combustíveis, nas intervenções que fazemos como sejam as refeições escolares, a iluminação pública, nos custos essenciais para darmos resposta aquilo que são as necessidades das pessoas, ao mesmo tempo que nos temos vindo a confrontar com uma redução  de transferências por parte do Orçamento do Estado  E isto está a colocar-nos numa situação muito afunilada, os Município hoje conseguem fazer algum investimento por via  de financiamento comunitário, se não fossem  esses financiamentos a capacidade que vamos tendo de captar e aprovar projectos e candidaturas, a nossa capacidade de intervenção estaria praticamente reduzida a nada”.

Por isso e perante esta situação, Luís Paulo Costa não deixou de referir que “o Primeiro Ministro chamou o Plano de Recuperação e Resiliência de basuca que, em linguagem militar faz muito barulho e tem feito muito, mas tem ficado apenas pelo barulho. A verdade é que se criou uma ideia com o PPR que iria existir dinheiro para tudo e mais alguma coisa, mas está a chegar-se à colusão que não é bem assim. Tem-se vindo a criar expectativas que, claramente, esses recursos não vão ter capacidade para dar as respostas que se esperavam. (…) Estou muito apreensivo. (…) Temos candidaturas submetias há mais de um ano e até hoje não receberam nenhuma resposta” e assim sendo, “continuamos a ver um grande desequilíbrio entre o interior que contraria aos princípios da coesão apregoados pelo Governo”.

Mas agora é tempo de festa, da grande festa de Arganil, e o presidente da Câmara Municipal deixou como mensagem, “a Feira do Mont’Alto e a FICABEIRA são um ponto de encontro da comunidade arganilense e por isso conto com todos. Todos os arganilenses, todos os amigos de Arganil para usufruirem desta festa”.