ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS 2021 | ARGANIL: Entrevista a Paulo Teles Marques, candidato do PS à Câmara Municipal

Sustentando a candidatura em dois eixos: investimento na qualificação das pessoas e na coesão social e económica, Paulo Teles Marques quer lutar pelo “reforço da relevância do concelho a regional e criar condições de felicidade para quem cá mora, investe e visita”.
Directo, o candidato Socialista revela querer actuar “no sentido da promoção do concelho de Arganil nas suas diversas circunstâncias”, sublinhando que para isso “é fundamental uma nova liderança. Sem vícios e sem amarras. Diferente no estilo e na ação”.

A COMARCA DE ARGANIL (CA): O que o levou a aceitar a candidatura à Câmara Municipal.
PAULO TELES MARQUES (PTM):
Em primeiro, quero saudar A Comarca de Arganil pela sua história centenária e pelo importante papel que desempenha, não só na informação da vida social da Região mas como respeitado veículo de promoção do nome de Arganil. Agradecer a oportunidade de dar voz à Candidatura do Partido Socialista para o concelho de Arganil.
Em relação à questão que me coloca, a minha disponibilidade para uma participação política activa é uma realidade antiga e tenho-a praticado empenhadamente em diversas circunstâncias, como é público. Arganil é a terra onde trabalho e vivo há décadas, sinto os seus problemas e conheço bem as suas potencialidades.
Conheço as pessoas e elas conhecem-me a mim. Acompanho as suas alegrias e angústias, que também são minhas.
A resposta afirmativa ao convite que me foi feito pelo Partido Socialista para liderar esta candidatura foi obviamente ponderada em conjunto com a minha família. Aceitei porque me sinto preparado e empenhado, mas também porque me acompanha um conjunto diversificado de pessoas em quem eu confio. Compreendo a relevância dada a quem lidera, mas esta candidatura só é concebível enquanto realidade plural, inclusiva e abrangente. Daí a naturalidade do nosso mote: em Arganil, Todos contam!

CA: Como vê o concelho de Arganil no seu todo?
PTM:
A minha leitura do estado actual do concelho de Arganil compreende a análise de todos os fatores internos e externos que o influenciam. Há questões que se sobrepõem à realidade específica de Arganil e que devem ser assumidas no contexto regional e nacional tais como a ressaca da pandemia, os fenómenos climáticos extremos e a vulnerabilidade aos riscos naturais (sejam incêndios ou tempestades), o envelhecimento populacional ou a quebra demográfica.
Outras questões, porém, são mesmo específicas de Arganil e o retrato que faço é de um concelho cheio de potencialidades, com um território multifacetado e com instituições vibrantes, que precisa urgentemente de uma estratégia integrada que o promova e que consiga atrair e fixar população, investimento e aumentar a qualidade de vida.

CA: Sendo eleito, o que irá mudar?
PTM:
Merecendo a confiança dos Arganilenses, como espero, pretendo precisamente atuar no sentido da promoção do concelho de Arganil nas suas diversas circunstâncias. Lutar pelo reforço da sua relevância regional e criar condições de felicidade para quem cá mora, investe e visita.
Para isso é fundamental uma nova liderança. Sem vícios e sem amarras. Diferente no estilo e na ação. Temos actualmente uma gestão demasiado centralizada na figura do presidente, autocrática, sem estratégia e sem rasgo. Não negamos o investimento público executado no último mandato e registamos o fortíssimo investimento por via da Administração Central, ou seja, pela mão do Governo do Partido Socialista.
Se ganharmos, estou certo de que faremos diferente. Desde logo concluiremos obras que teimam em se prolongar no tempo e que deveriam estar há muito prontas.
Vejam-se o caso da requalificação urbana da Vila de Arganil, da recuperação do Largo do Piodão ou até da piscina de São Martinho da Cortiça, exemplos paradigmáticos de incapacidade tanto de cumprir prazos como de fazer bem.
E nós queremos fazer bem. A proposta do Partido Socialista inclui um conjunto alargado de ações concretas e de intervenções nos mais diversos setores que nos vão obrigar a trabalhar estratégica e operativamente, de forma rápida e assertiva. Por exemplo, queremos construir um pavilhão multiusos em Arganil e uma piscina fluvial no Sub-Paço.
Mas também queremos investir nas praias fluviais, na floresta e no desporto-aventura.
Queremos ajudar as famílias e atrair empresas.
Queremos investir no futuro do concelho, apoiando os estudantes universitários e as suas famílias. As nossas propostas são pragmáticas e exequíveis.
Não prometemos quimeras falhadas, como o Museu Internacional do Rally nem mãos-cheias-de-nada como o deserto Centro Empresarial e Tecnológico de Arganil.

CA: Uma das questões que nos últimos anos têm levantado mais polémica, prende-se com a reabilitação do Cineteatro Alves Coelho. O que pretende fazer?
PTM:
Como já foi referido na ocasião da apresentação da candidatura e até em coerência com as posições anteriores do Partido Socialista, consideramos a recuperação do Cine-Teatro Alves Coelho como uma absoluta prioridade. Já não há palavras para justificar a forma vergonhosa como o edifício está há décadas, definhando no coração da Vila de Arganil.
Sejamos claros: Para o PSD o Cine-teatro Alves Coelho nunca foi uma prioridade. Connosco será, sem dúvida nenhuma, recuperado e lá celebraremos os 50 anos do 25 de abril.

CA: Em relação à Feira do Mont’Alto e Ficabeira?
PTM:
Espero que na realidade pós-pandemia possamos garantir que a Ficabeira e a Feira do Mont’Alto, retome a relevância identitária que representam para os Arganilenses e para a Região.
É uma tradição que reconhecemos e que apoiamos. Com o PS à frente da Câmara Municipal de Arganil, a única coisa que pode acontecer à Ficabeira e à feira do Mont’Alto é crescer.

CA: E em relação à Quinta do Mosteiro, agora que se sabe que o IEFP, vai mudar-se para as antigas instalações do LIDL?
PTM:
Conheço muito bem a Quinta do Mosteiro e sei bem do seu enorme potencial. É um local extraordinário e o seu aproveitamento é um desafio bastante estimulante. Tenho ideias do que pode ser o seu futuro, mas tudo a seu tempo. O foco deve ser, contudo, na salvaguarda do património, no uso público e na aposta do seu potencial turístico, cultural e produtivo.
De uma coisa estou certo: saberemos o que fazer no momento que essa questão se colocar. Não acontecerá o mesmo que se passa hoje com a recuperação da Quinta do Dr. Urbano na Benfeita, que ninguém sabe quando acaba e nem que futuro terá o imóvel e a sua bela propriedade.

CA: Esta é uma das frases-chace da candidatura “Em Arganil todos contam”: “Quero ser feliz em Arganil”…
PTM:
A intenção de dotar o concelho com um documento estratégico que chamamos de “Quero ser feliz em Arganil” é assumir que a qualidade de vida de quem cá está, de quem queremos que para cá venha morar e de quem nos visita, vai depender não só de uma obra ou de um investimento, mas sim da conjugação de diversos aspectos.
Vejamos: vale a pena termos novos espaços para instalar empresas se não for acompanhada de oferta habitacional para fixar gente em Arganil?
Conseguimos atrair empresas de grandes dimensões e com muita necessidade de mão-de-obra se não conseguirmos garantir o preenchimento das vagas que proporciona?
É possível seduzir empresas de base tecnológica sem garantir boas e estáveis condições de telecomunicações? Será possível contrariar o envelhecimento e o decréscimo populacional sem boas respostas no pré-escolar e na educação de crianças e jovens?
Não será evidente que ao investimento privado no turismo e na requalificação do edificado deve anteceder um investimento público na requalificação do espaço público (não só em Arganil, mas em todo o concelho) e nos principais pontos de atração turística concelhio?
É possível apresentar o concelho de Arganil estimulante ao investimento e à fixação sem uma política séria de ordenamento florestal e salvaguarda ao risco?
É possível, por fim, ter uma sociedade viva, activa, informada e interessada sem apoiar a atividades das instituições sociais, desportivas e principalmente culturais?
Acho que não.
Queremos uma comunidade arganilense feliz, pulsante e exigente. Que não se contente com alcatrão e festa.

CA: Em relação às freguesias…
PTM:
Queremos a abertura diária de todas as juntas de freguesia, e em paralelo, apoiar as colectividades a criar postos de trabalho e garantir o devido acompanhamento e auxílio às populações. Ou seja, garantir o acompanhamento diário da população mais idosa ou mais vulnerável.

CA: Nas últimas Autárquicas, o PS conquistou as freguesias de Folques, Sarzedo, Secarias e Vila Cova de Alva/Anseriz.
Nas Eleições do próximo dia 26, não apresenta candidatos a Benfeita, Cerdeira/Moura da Serra, Folques e Secarias. Até que ponto a situação pode influenciar a “matemática autárquica”?
PTM:
São todas situações distintas e cada uma tem o seu próprio enquadramento. Umas decorrem de dinâmicas locais e outras ocorrem de opções puramente pessoais que dizem respeito apenas a quem as toma. Em qualquer caso, estamos bastante serenos e satisfeitos com as nossas opções.
A aritmética eleitoral está muito longe de ser uma ciência exata e a maturidade democrática dos cidadãos encarregar-se-á nestas eleições, como em todas as outras anteriores, de conduzir as suas escolhas específicas para a Câmara Municipal, Assembleia Municipal e para cada uma das Juntas de Freguesia.

CA: Qual a grande mensagem que quer transmitir aos arganilenses?
PTM
: Quero transmitir uma mensagem de Confiança.
Confiança numa gestão rigorosa, ponderada e transparente. E Confiança também numa proposta de desenvolvimento equilibrada, participada e abrangente de todo o concelho. Contem connosco, nós contamos com todos. Em Arganil, com o PS, TODOS CONTAM!