No passado dia 4 de Outubro, o Ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, falou e ouviu a imprensa de proximidade no Encontro Nacional que aconteceu em Oliveira de Azeméis, nas vésperas de decisões importantes para o setor, onde estiveram cerca de 90 representantes de jornais de várias regiões do país.
A expetativa sobre a anunciada estratégia nacional para os média contemplou a Comunicação Social local e regional, tradicional e digital, e a ANIR, Associação Nacional exclusivamente representativa da imprensa de proximidade, encontrou no Plano de Ação Para os Média anunciado no pelo Governo, motivos sustentados para concluir que o poder político inscreveu o setor nas prioridades do país para a Comunicação Social.
Assim, a ANIR destaca:
1 – O reforço para o dobro da comparticipação do Incentivo à Leitura.
Num país ainda muito próximo do hábito de ler jornais impressos, sobretudo em zonas menos urbanos, o reforço da comparticipação do custo de expedição vai permitir a redução do preço da assinatura e, assim, manter e crescer em leitores e consequentemente aumentar a audiência e a receita publicitária. Era uma das maiores reivindicações da imprensa de proximidade. Esta medida vai estancar seguramente a extinção da imprensa tradicional, que, segundo estudo da ERC já há jornais impressos a fazer a cobertura noticiosa frequente em 182 concelhos de Portugal (59%). Com esta medida está preocupante realidade pode reverter.
2 – A bonificação de 50 por cento por parte do Estafo para os cidadãos que queiram subscrever um órgão de Comunicação Social de teor generalista para novas assinaturas ou renovação de assinaturas responde às dificuldades sentidas pelos média de proximidade, sobretudo das zonas menos urbanas, onde cidadãos com rendimentos baixos ou que se aposentam e perdem caducidade financeira para pagar o preço de uma assinatura.
3 – A profissionalização da imprensa de proximidade e a fixação de jornalistas no interior é fundamental para a sua afirmação e sustentabilidade. A estratégia anunciada contempla o apoio à contratação de jornalistas e, muito importante, à contratação do primeiro jornalista.
4 – A publicação das deliberações das autarquias adiada há 10 anos e que a ANIR tem vindo em sucessivos Governos a bater-se pela sua aplicação, vai finalmente ser implementado, contribuindo para uma melhor informação de proximidade e também uma contribuição das autarquias na construção de um ambiente democrático local.
5 – A publicitação dos fundos comunitários na imprensa de proximidade, assumida recentemente perante os sócios da ANIR pelo Ministro da Coesão, Castro Almeida, como uma “obsessão” para a transparência da aplicação dos dinheiros europeus, é uma medida requerida há muito e que agora é devidamente inscrita nas prioridades do Governo.
6 – No digital, sendo um complemento importante dos média tradicionais, e naturalmente para os jornais exclusivamente digitais, o apoio às assinaturas digitais e a inclusão dos jornais digitais na publicitação das deliberações autárquicas e dos fundos comunitários é um passo importante para a definição do que deve ser considerado um jornal digital, conforme vem defendendo a ANIR.
São estas as medidas que a ANIR recolhe como podendo fazer a diferença nos projetos sérios na Comunicação Social de proximidade, que estoicamente se têm mantido em publicação, e que querem e merecem mais do que sobreviver. Meios que estão dispostos e capazes decrescer, profissionalizarem e servir sempre melhor as suas comunidades.
A Associação Nacional da Imprensa Regional considera assim que o Plano de Ação para a Comunicação Social, no que à imprensa regional e local diz respeito, é uma nova janela de oportunidade e justificada esperança que foi aberta e que a imprensa de proximidade vai seguramente aproveitar, combatendo o deserto de notícias, segundo estudo da ERC, já abrange 60 Municípios, com 182 concelhos (59%) que já não dispõe de jornal impresso.