
Agora quase a chegar ao fim e depois de três mandatos como vice-presidente, “este é o meu primeiro mandato como presidente da Câmara Municipal”, disse José Francisco Rolo ao nosso jornal, considerando que “o balanço que faço foi de um mandato de muito trabalho e de muitas realizações no concelho e com investimentos de variada natureza, mas também de uma grande capacidade de obtenção de fundos, neste caso financiamentos nacionais, através de contratos de programa com o Governo e também a captação de fundos comunitários”, acrescentando que “a título de exemplo, nos últimos três anos, captamos 12,1 milhões de euros, dos quais 76% (9,1 milhões de euros nos últimos dois anos) e nos últimos quatro anos, em termos de investimento realizado, estamos a falar de 31,6 milhões de euros, dos quais 7,2 milhões de euros no último ano e que teve muito a ver, naturalmente, com a concretização de todos os projetos previstos no Portugal 2020 e no Centro 2020, conseguimos executar todos os projectos, ao ponto de termos sido premiados pelo desempenho com mais de 700 mil euros de resultados”.
Perante estes números, que falam por si, José Francisco Rolo não deixou de salientar também e com muito entusiasmo que, em termos de transferências para as freguesias, foram “+ 38% no reforço das verbas transferidas no último ano pelo Município e + 54% previstos para 2025, (…) temos mais de um milhão de euros afectos a protocolos para as Juntas de Freguesia” para permitir “dotar as Juntas de Freguesia de meios financeiros, valorizar o trabalho das freguesias enquanto órgãos do poder local de proximidade, estarem mais próximos dos cidadãos e terem capacidade financeira para resolverem problemas. Cumprir com o princípio da subsidiariedade”, numa palavra “temos muita honra de ter feito esta progressão de dignificar a função das freguesias e das Uniões de Freguesia”.
“Esta também é uma marca muito clara deste executivo na relação com as Juntas de Freguesia, complementada com a coordenação de um gabinete de apoio às freguesias, que coloca os recursos do Município à sua disposição”, disse ainda o presidente da Câmara Municipal, que não deixou de reconhecer e enaltecer também o trabalho desenvolvido pelos seus autarcas, “aqui não há questões de cores, há questões de dignificar o trabalho dos executivos das Juntas e das Uniões de Freguesia, dignificar a freguesia em primeiro lugar e repetimos uma palavra, uma frase a que damos muito valor, as pessoas são a nossa prioridade”.
Uma prioridade que não deixa de passar, desde logo, pela educação, “investimos muito na educação e hoje temos um novo Campus Educativo, uma obra acima de 7 milhões de euros, destinada ao pré-escolar e ao primeiro ciclo, para servir 420 crianças. É o mais moderno equipamento educativo da região” que, como referiu José Francisco Rolo, desde há anos, tem também em Oliveira do Hospital o ensino politécnico ministrado pela ESTGOH – Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Oliveira do Hospital, “posto avançado do Instituto Politécnico de Coimbra na região, é uma escola que cresce, cresce no número de alunos, cresce nos cursos e numa grande implantação. Tem cursos que têm empregabilidade 100% e era importante a Câmara ser aliada do Instituto Politécnico de Coimbra, aliada da ESTGOH e onde temos vindo a fazer sucessivos investimentos, em parceria, na melhoria das actuais instalações, que são propriedade do Município. Nos últimos quatro anos, a despesa foi de 13.3 milhões de euros, dos quia 4,7 milhões em 2024”.
Mas além dos investimentos feitos, “estamos a fazer em parceria com o Instituto Politécnico, um grande investimento na Residência para Estudantes, estamos a falar de um projecto acima dos 3 milhões de euros com financiamento do PRR, no antigo Hotel para colher os muitos estudantes que procuram Oliveira do Hospital para fazer e tirar os seus cursos”, adiantou o presidente da Câmara Municipal, salientando ainda que numa “outra dimensão que também importa assinalar, hoje o Agrupamento de Escolas está dotado e tem em execução um Centro Tecnológico especializado na área do ensino profissional na escola pública, enquanto a EPTOLIVA – Escola Profissional de Tábua, Oliveira do Hospital e Arganil, ainda assim designada, tem também um Centro Tecnológico especializado e isto, obviamente, veio elevar o patamar de qualidade do ensino, quer do ensino profissional, quer do ensino regular, com o objectivo de preparar as pessoas, investir na qualificação das pessoas, investir nas suas competências, valorizar a escola como espaço de aprendizagem, como espaço de integração e que é um aspecto distintivo de Oliveira do Hospital”.
A COMARCA (AC) – Integração que passa por acolher pessoas de outras nacionalidades?
JOSÉ FRANCISCO ROLO (JFR) – Posso dizer-lhe que hoje, o Agrupamento de Escolas de Oliveira do Hospital acolhe 29 nacionalidades diferentes. Isto demonstra a atractividade que Oliveira do Hospital tem vindo a ganhar em termos de novos residentes e uma escola que é dirigida para toda a comunidade e é uma escola de qualidade. Preparar as pessoas, preparar as pessoas para o mercado de trabalho através do ensino profissional, com estes investimentos, com estes novos desafios que são os Centros Tecnológicos especializados e a preparar a economia local acabam por ser a garantia de futuro. Ou seja, Oliveira do Hospital tem para oferecer desde o nível do pré-escolar até ao nível de ensino superior, nível de mestrado um ensino público de excelência.
AC – Garantia de futuro que não deixa de passar necessariamente pelos jovens e pela sua fixação?
JFR – Naturalmente que a nossa expectativa é fixar população e, como tenho dito, o desafio de qualquer autarca é criar condições para a fixação dos seus jovens e da população activa. Um Município que tem ensino público de excelência e reconhecido como tal, os cursos aqui ministrados têm níveis de empregabilidade local fantásticos, tem aqui uma oportunidade de fixação de população activa, particularmente de população activa jovem.
AC – Fixação que passa também pela criação de emprego?
JFR – Temos concretizada a nova Zona Industrial da Oliveira do Hospital, com 27 novos lotes, um investimento de 2 milhões de euros e, a breve trecho, vamos começar a fazer a atribuição de lotes e hoje podemos dizer que temos mais pedidos de lotes do que propriamente lotes disponíveis. Vamos apostar na maturidade dos projectos e dos investimentos a implementar na Zona Industrial, ou seja, todos aqueles projectos que já tiverem arquitetura, especialidades, já tiverem estudos de viabilidade económica ou financeira, projetos que já tenham ganhos de maturidade e desenvolvimento técnico, terão aqui uma vantagem competitiva no processo de atribuição por hasta pública, como obrigam os fundos comunitários. É assim aqui e em todas as zonas industriais de nova geração, financiadas por fundos comunitários.
AC – Como no passado, Oliveira do Hospital ainda hoje é um concelho industrial?
JFR – Oliveira do Hospital, desde os anos 50 do século XX tem uma tradição empresarial muito ligada à indústria de confecções que vai resistindo num tempo em que o sector do têxtil, do calçado e da moda, tem sido muito afectado não só em Portugal, mas também por toda a Europa. Hoje estão em curso projectos para a captação de novas empresas, o concurso municipal de ideias de negócio Empreender Mais em Oliveira do Hospital, apoios às empresas, aos projectos inovadores um grande desafio também de Oliveira do Hospital integrar esta rede de inovação na área no domínio empresarial, porque afinal a ambição e o trabalho de uma autarca é atrair investimento, criar condições para os empresários concretizarem os seus investimentos, ampliarem as suas empresas, criarem novas empresas, e também outro aspecto, puxar por estas novas ideias de negócios. E obviamente, queremos fixar massa crítica, queremos fixar jovens e queremos dar competitividade às empresas para que possam fixar esses jovens no domínio da indústria, no domínio dos serviços, particularmente no domínio dos serviços especializados. Nós temos em Oliveira do Hospital 40 empresas PME Líder e mais de 20 empresas PME Excelência e, todos os anos, temos empresas Gazela, ou seja, empresas de crescimento rápido e acelerado. Isso demonstra, digamos, a capacidade empresarial, o potencial e a capacidade empresarial instalada em Oliveira do Hospital. O Município tem que dialogar e, felizmente, a porta da Câmara Municipal está aberta e a do presidente escancarada para novos investimentos. Ainda recentemente recebemos aqui um grupo de empresários que comprou uma pequena área de localização empresarial abandonada, estava desativada, para uma nova ideia de negócio. A SONAE está a investir 50 milhões de euros para remodelar completamente a fábrica em Oliveira do Hospital.
AC – Mas para ajudar a tudo isto, não deixa de ser necessária também uma boa via de comunicação como o IC6?
JFR – Não faz qualquer sentido que aquela obra, aquela rodovia esteja parada no meio de um pinhal. E, de facto, é um problema que tem que ser ultrapassado, esta estrada é fundamental. Tem havido aqui um trabalho conjunto com os presidentes da Câmara de Seia e de Tábua junto dos sucessivos Ministros das Obras Públicas no sentido de ser desbloqueada esta situação. Neste momento estamos em vias de concluir depois de um trabalho feito ao longo deste mandato e, recentemente, foi-nos comunicado que, a breve trecho, será marcada uma reunião para a apresentação da versão final do projeto de execução da ligação do Poço do Gato com passagem, com nó, na Zona Industrial de Oliveira do Hospital. E a última reunião que tivemos com Ministro das Obras Públicas foi precisamente para pedir que, após a conclusão do projeto de execução, seja lançado, o concurso público internacional para a execução da obra. Trata-se de cumprir com uma dívida, de cumprir a justiça. É fazer justiça a esta região. É cumprir com uma promessa de décadas. O IC6 devia ter sido concluído nos anos 90, quando foi iniciado. Já ninguém paga a esta região e à competitividade e coesão do país o que se perdeu nestes últimos 30 anos.
AC – E como está a saúde em Oliveira do Hospital?
JFR – Na área da saúde temos neste momento em curso as obras do Centro de Saúde, um remodelado e ampliado Centro de Saúde com mais condições para acolher profissionais de saúde e melhor servir a população. São mais de 3 milhões de euros investidos financiados pelo PRR e neste momento também e como é dever de um autarca, tudo fazer para criar condições para atrair mais médicos e, para isso, temos o processo negocial de reivindicação junto das estruturas do Ministério da Saúde, em particular a Unidade Local de Saúde de Coimbra, para a necessidade de colocação de mais médicos em Oliveira do Hospital. E ainda na área da saúde, temos também a assinalar o investimento feito na criação das novas instalações em parceria com a ULS de Coimbra e com a Fundação Aurélio Amaro Dinis para a equipa comunitária de saúde mental, que hoje é um importante activo nas respostas de saúde especializadas para a população.
AC – E no apoio às famílias?
JFR – Inserido nas políticas direccionadas ao apoio às famílias, o programa de incentivo à natalidade tem sido um sucesso e, relativamente às famílias vulneráveis, são acompanhadas no âmbito do reforço de competências que temos no domínio da acção social, também de equipas das instituições de solidariedade social que o Município vai apoiar com 900 mil euros em projectos e que viram fortemente afectados os seus investimentos pela escalada inflaccionista e pelo aumento de preços das empreitadas, isto para além dos apoios pontuais que vamos dando. Isto é gerar coesão social.
AC – E em termos de habitação?
JFR – Temos neste momento em apreciação e submetido uma candidatura para a criação de nove fogos no âmbito do parque público da habitação a custos acessíveis e aguardamos decisão. Investimos 1 milhão de euros no âmbito do alojamento urgente e temporário e neste momento temos capacidade já instalada, 21 quartos para uma capacidade de acolhimento de 38 pessoas no concelho. Também estamos a investir na reabilitação de edifícios municipais, estamos a falar de antigas escolas e os bairros sociais e na linha do Primeiro Direito também candidatámos 10 projetos em apreciação no IRU.
AC – E qual é o papel do associativismo na promoção do concelho?
JFR – O Município apoia em todas as frentes as associações de caráter humanitário, desportivo, cultural, recreativo, as associações juvenis, inclusivamente até em temos do Orçamento Participativo Jovem, para além do apoio direto em iniciativas, eventos e investimentos. É importante estimular o associativismo juvenil e por isso há aqui, de facto, um crescimento do apoio ao associativismo, eu diria isto de forma muito clara, Oliveira do Hospital é essencialmente um concelho que tem também uma das grandes riquezas no seu associativismo, porque isto é dar vida ao território, é manter as vivas e criativas as nossas vilas, as nossas aldeias e a população envolvida no desenvolvimento e na agitação do concelho. Essa também é uma marca distintiva, um associativismo forte, vivo e dinâmico e que importa impulsionar para manter esse ritmo.
AC – A oposição tem colaborado ou obstaculiza a acção do executivo?
JFR – Eu não me vou pronunciar sobre o papel da oposição. A oposição faz e cumpre o seu papel.
Reconhecendo que se muito foi feito, muito ainda há para fazer, o presidente da Câmara avança para o segundo mandato com o objectivo “de fazer, fazer, fazer” e, para isso, estão em curso vários projectos a que se referiu, como a reabilitação de escolas, “intervenções para continuar o processo de regeneração, desenvolvimento das freguesias”, criação de um corredor verde urbano para ligar o centro histórico ao futuro Centro de Saúde”, projeto para a modernização das piscinas municipais, mais o projeto para a remodelação e modernização do pavilhão desportivo municipal, “estamos a fazer um importante investimento, mais de um milhão de euros, no estádio municipal, “vamos continuar a intervir na valorização e na modernização da cidade, investir nas ciclovias, investir em espaços verdes” e “temos um desafio pela frente, que é a entrada da cidade de Oliveira do Hospital”.
Para tudo isto e como referiu ainda José Francisco Rolo, “o Município de Oliveira do Hospital tem uma capacidade de endividamento que nos permite ir à banca e ir buscar recursos financeiros para fazer investimentos estruturantes, sem esquecer os investimentos e a solidariedade com as freguesias, porque e como eu disse, o nosso objectivo é fazer, fazer, fazer. E faz-se em equipa, em equipa motivada, em equipa com ideias que agarra os projetos e que os leva para a frente. Há a grande equipa que é a equipa dos funcionários do Município, seja nos serviços externos que fazem um trabalho imparável, um trabalho de excelência, de dedicação total, um trabalho de referência, mas também as equipas técnicas da Câmara Municipal seja na captação de fundos, seja na Divisão de Infraestruturas e Obras Municipais, portanto no acompanhamento das obras e no lançamento dos procedimentos, seja a contratação pública, seja a contabilidade, seja a parte de planeamento e da aprovação de projectos, numa palavra toda esta equipa dos serviços técnicos da Câmara e o conjunto dos funcionários é que também ajudam os executivos a fazer acontecer. Temos de ter a noção que o volume de investimento nestes últimos 4 anos é algo de assinalável e que demonstra a capacidade realizadora da Câmara Municipal e deste executivo.
Integrando a CIM – Região de Coimbra, o Turismo Centro de Portugal, próximo da Serra do Açor e “estamos aqui junto à Serra da Estrela, na Região de Demarcada do Queijo Serra da Estrela, fazemos a maior feira do Queijo Serra da Estrela de Portugal e beneficiamos da Região de Demarcada do Dão”, Oliveira do Hospital é também um concelho com potencialidades turísticas ímpares e com “um património único e distintivo que são o conjunto arquitetónico das ruínas romanas da Bobadela”, que valoriza os seus recursos endógenos, o património, a paisagem “e até poderemos vir a ter um novo hotel”, desvenda o presidente da Câmara Municipal, “portanto, eu diria que para o futuro do Oliveira do Hospital estamos aqui com confiança e esperança porque o investimento vai continuar e, aquilo que eu tenho dito vai-se repetir, vamos continuar a fazer, fazer, fazer, porque o Município tem capacidade financeira, tem capacidade de atracção de fundos, tem projectos em carteira, tem financiamentos garantidos e apesar de esta Câmara Municipal ter ainda muito para fazer, da nossa parte há vontade de fazer muito mais e muito melhor pelo concelho e pelos cidadãos que vivem em Oliveira do Hospital e por todos aqueles que nos procuram para viver e também para investir. São todos bem-vindos”.