No passado dia 7, no salão nobre dos Paços do Concelho e na presença da Secretária de Estado de Turismo, Comércio e Serviços, Rita Marques, realizou-se a cerimónia de lançamento dos concursos das estações da Lousã e de Serpins, que depois de 10 anos de inatividade, irão agora ser aproveitadas para exploração turística.
E foi através do Programa Revive Natureza, gerido pela Turismo Fundos que foram abertas candidaturas para exploração das duas desactivadas estruturas ferroviárias para serem transformadas em espaços de exploração turística a par do serviço de embarque do Metrobus do Sistema de Mobilidade do Mondego.
“Entendemos que este caminho como valorização do património, reforço e identidade do concelho e do seu posicionamento turístico contribui para honrar a nossa história e promover o desenvolvimento do concelho”, considerou o presidente da Câmara Municipal, Luís Antunes, depois de dar a conhecer que a cedência destes espaços foi concertada com a Metro Mondego, que definiu as áreas necessárias para a sua operação junto àquelas duas estações no âmbito do Sistema de Mobilidade do Mondego, sem deixar de salientar ainda a possibilidade de se dar “um novo uso a estes dois espaços com história” e que são as estações ferroviárias da Lousã e de Serpins.
Os concursos agora lançados estão contextualizados na concessão da gestão de bens imobiliários por parte da Infraestruturas de Portugal (IP) à IP Património que, por sua vez e como foi explicado, “assumiu um acordo para a subconcessão de uso privativo de bens do domínio público ferroviário não afectos à exploração ferroviária com o Fundo Revive Natureza” e têm por objectivo “a requalificação, recuperação e valorização dos imóveis públicos devolutos para fins turísticos, com vista a beneficiar as comunidade locais, a atrair novos visitantes e a fixar novos residentes”.
Candidaturas abertas até 5 de Janeiro de 2023
São estas as metas perseguidas pelo Fundo Revive Natureza (gerido pela Turismo Fundos e participado pelo Estado, pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas e pelo Turismo de Portugal, com candidaturas abertas até 5 de Janeiro de 2023 (disponibilizadas online em www.revivenatureza.pt), assegurando os concursos o direito de exploração por 25 anos aos vencedores que serão encontrados por critérios que valorizam, em 50%, projectos de empresas locais ou de concelhos vizinhos, sigam finalidades do Revive Natureza e que contribuam para a sustentabilidade do território.
Estas são as componentes de critérios de avaliação que foram acentuadas pelo presidente da Turismo Fundos, Pedro Moreira, adiantando ainda que o valor de rendas oferecido também será relevante e que as obras nas estações, com pouco mais de 300 metros quadrados cada, não poderão ir além de 24 meses.
No concurso, a estação da Lousã surge com o preço base de 10.719 uros e a estação de Serpins com 4.709 euros, tendo o presidente da Infraestruturas de Portugal, Carlos Fernandes, dado a conhecer também que existem 2600 quilómetros de ferrovia no país, estando desactivados mil quilómetros e destes cerca de 70% já estão subconcessionados, nomeadamente através da sua transformação em ciclovias.
A Secretária de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, depois de se referir ao importante papel das duas estações do ramal da Lousã, considerou que esse desempenho vi continuar “como pontos de chegada, de partida e indutores de desenvolvimento”, tendo por isso destacado o empenho da Câmara Municipal e o trabalho feito quer pela Turismo de Portugal, quer pelas Infraestruturas de Portugal no Revive Natureza, que procura “regenerar os territórios e requalificar o património”.
Requalificadas também cinco casas florestais
Para que possam também integrar o Programa Revive Natureza, a Direcção Geral do Tesouro e a Turismo Fundos assinaram um protocolo para que possam ser requalificadas cinco casas de guardas florestais identificadas e sinalizados pela Câmara Municipal.
O protocolo, segundo explicou a administradora executiva da Turismo Fundos, Rita Lavado, permite passar as cinco casas florestais para as mãos da Turismo Fundos, que gere o Revive Natureza, criado para requalificar património edificado do Estado com propósitos turísticos.
As casas florestais que vão ser requalificadas são a das Hortas, do Porco Espinho e do Estoirão, na freguesia de Lousã e Vilarinho; ; e do Braçal e da Mata do Sobral,, na freguesia de Serpins, mas “algumas das casas estão em área gerida com baldios, sendo necessária uma negociação com a suas entidades gestoras”, como disse o presidente da Câmara Municipal, sem contudo deixar de realçar a importância da sua integração no Revive Natureza e a sua transformação para fins turísticos “que poderá ajudar a valorizar o turismo na Serra da Lousã”.