“ESTRADA DE COESÃO”: 12 milhões de euros de investimento na “porta de entrada” de Pampilhosa da Serra

Momento da assinatura do auto de consignação da “Empreitada de Requalificação da Estrada Nacional 344” entre o presidente do conselho de administração executivo da Infraestruturas de Portugal e o administrador da JJR & Filhos, SA

No passado dia 5 Julho, realizou-se no salão nobre dos Paços do Concelho, a cerimónia de assinatura do auto de consignação da “Empreitada de Requalificação da Estrada Nacional 344”, que contou com a presença do Secretário de Estado das Infraestruturas, Frederico Francisco, do presidente do conselho de administração executivo da Infraestruturas de Portugal, Miguel Cruz, e ainda da presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, Isabel Damasceno.

Quatro anos depois do acordo entre o Município e a Infraestruturas de Portugal, finalmente a obra foi consignada. Foi um caminho logo, com o primeiro concurso a ficar deserto, “um projecto particularmente complexo”, como referiu o presidente da Infraestruturas de Portugal, mas que agora vai avançar, na sua primeira fase, em 7,5 quilómetros e com um investimento de cerca de 12 milhões de euros, a tão ambicionada e necessária requalificação da Estrada Nacional 344.

“Estamos a fazer o que foi assumido e a trazer a este território um mínimo de justiça”, referiu o Secretário de Estado das Infraestruturas, porque considerada a “porta de entrada” de Pampilhosa da Serra, a Estrada Nacional 344 vai permitir uma ligação mais rápida ao IC 8, à A13, à A1 e a Coimbra, “mais do que um caminho é um elo de aproximação. Um símbolo de renovação e futuro próspero. É verdadeiramente uma estrada de coesão”, como considerou o presidente da Câmara Municipal, Jorge Custódio.

E recordando a “história” da Estrada Nacional 344 que começou no pós-incêndios de 2017, Jorge Custódio, não deixou de recordar também as palavras do Primeiro Ministro ao assumir, ao tempo, que as acessibilidades são fundamentais para atrair investimento e fixar as pessoas no Pinhal Interior, porque e como salientou, “se queremos que o interior se desenvolva, tem de ter estradas”, expressando por isso a António Costa e pelo cumprimento da sua promessa, “a gratidão dos pampilhosenses”.

O presidente da Câmara Municipal não deixou de referir também que, “se como dizem alguns, Portugal tem estradas a mais”, mas entende “que estão mal distribuídas e a Pampilhosa da Serra é um exemplo bem claro dessa realidade” e, por esse facto, o empenho neste processo da requalificação da 344 que começou em Abril de 2018, com a assinatura de um acordo de gestão entre o Município e a Infraestruturas de Portugal, “um processo muito diferente, que envolve uma simbiose de energias de vários lados”, com a autarquia a assumir o projecto em articulação com os técnicos da Infraestruturas de Portugal.

Está adiantado o “trabalho de casa” relativamente à segunda fase da obra de requalificação da Estrada Nacional 344

“É importante perceber o que cada um pode fazer”, considerou Jorge Custódio, manifestando a disponibilidade do Município em continuar, “como fez até agora, a fazer a sua parte”, dando por isso a conhecer que já está adiantando o “trabalho de casa” relativamente à segunda fase da obra de requalificação da Estrada Nacional 344, igualmente no quadro de um protocolo com a Infraestruturas de Portugal, “já temos o estudo prévio da 2.ª fase para validar com os seus técnicos”, deixando a garantia da “disponibilidade Câmara Municipal para fazer outros acordo e protocolos, nomeadamente no que se refere à Estrada Nacional 112 entre a Pampilhosa da Serra e Castelo Branco “que está muito degradada”.

“Se todos nós fizermos um bocadinho, todos fazemos mais e melhor”, disse o presidente da Câmara Municipal, terminando por referir que a data da inauguração da obra agora consignada (com um prazo de execução de 420 dias), “será um dia da maior alegria para a Pampilhosa da Serra e para a região”.

Obra financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência

Num troço sinuoso de 7,5 quilómetros que se estende entre as freguesias de Portela do Fojo, Machio e Pampilhosa da Serra, a requalificação da Estrada Nacional 344, consignada às Construções JJR & Filhos, SA, vai envolver corte de curvas, aterros, intervenção em taludes e melhoria da plataforma, como foi explicado pelo presidente da Infraestruturas de Portugal, Miguel Cruz, “é um desafio”, salientando por isso a necessidade imperiosa do cumprimento dos prazos (420 dias), “um prazo desafiante”, tendo em conta as exigências do Plano de Recuperação e Resiliência, que financia a obra.

“É um projecto particularmente complexo”, disse Miguel Cruz, “é mais de um milhão de euros por quilómetro”, mas que na sua execução vai conferir “as condições em termos de velocidade de circulação e de segurança” aos muitos utilizadores da Estrada Nacional 344.

E depois da assinatura do auto de consignação da “Empreitada de Requalificação da Estrada Nacional 344” entre o presidente do conselho de administração executivo da Infraestruturas de Portugal e o administrador da JJR & Filhos, SA, José Carlos Rodrigues, o Secretário de Estado das Infraestruturas considerou que “é o momento da obra, (..) as pessoas acreditam quando veem as máquinas no terreno. Estamos aqui para levar as máquinas para o terreno”, referindo depois que “estes territórios, longe do caminho de ferro, longe das auto-estradas precisam de atenção” e sem deixar de reconhecer também o grande número de estradas existentes no país, “estamos no top 3 da Europa ao nível do melhor”, mas mesmo assim e apesar disso “continuamos a ter realidades como esta, na Pampilhosa da Serra”, com uma “distribuição desigual, particularmente com “a rede sobredimensionada que rodeia Lisboa e Porto”.

“O objectivo e a nossa obrigação é ir corrigindo este desequilíbrio”, disse Frederico Francisco, reconhecendo que “no passado nos focámos muito na mobilidade, no presente e no futuro temos de nos focar muito nas acessibilidades e nos territórios onde estas acessibilidades faltem” e, referindo-se à segunda fase da requalificação da Estrada Nacional 334, terminou por manifestar confiança no processo e por dizer que “a capacidade de financiamento há-de e surgir” porque, e como considerou, “esta obra é fundamental para a coesão, pode ser uma pequena obra mas, face às necessidades, é uma grande obra”.