Numa nota difundida através das redes sociais, o Executivo camarário deu a saber que Barata Portugal, engenheiro civil, gestor da PAVICER e primeiro presidente da Câmara Municipal eleito democraticamente, faleceu na manhã desta segunda-feira.
«Foi com profundo pesar que a Câmara Municipal de Tábua tomou conhecimento do falecimento, esta manhã (10 de Julho) do senhor Eng.º António Manuel Barata Portugal», pode ler-se.
O engenheiro Portugal, como era comummente conhecido, teve, em 1976 – ano em que foi eleito democraticamente nas primeiras eleições autárquicas, um papel fulcral para a constituição de diversas colectividades/associações – muitas delas ainda em funcionamento – no concelho de Tábua, chegando a pertencer aos Órgãos Sociais de algumas.
O “desbravador” da vila de Tábua
Mas Barata Portugal, graças à sua visão futurista, será sempre recordado como responsável pela “abertura” da vila de Tábua.
Ousou, logo nos primeiros de mandato, desafiar os “caciques”, rasgando a vila de Tábua num projecto expansionista habitacional e industrial.
Contra tudo e contra todos, o engenheiro civil, desconhecido para a maioria dos tabuenses, ousou mandar rasgar (muitos) quintais, dotando a vila de Tábua com ruas e avenidas largas. Ainda hoje, grande parte do crescimento e da urbanização é gizada sob os seus planos expansionistas.
António Manuel Barata Portugal – natural de Coimbra – veio para o concelho de Tábua para gerir, na Catraia de Mouronho, a PAVICER (Pavimentos Cerâmicos, Lda), e enquanto autarca, foi sempre eleito pelo PPD/PSD, partido pelo qual também foi eleito deputado da Assembleia da República.
Findo o seu primeiro mandato autárquico, entre 1976 -1982, sucede-lhe José Martins (também do PSD) regressando ao cargo de presidente da Câmara Municipal de Tábua em 1986, mandato que manteve até 1989. Sucedeu-lhe Ivo Portela.
Magoado com a política local após deixar a presidência da Câmara Municipal de Tábua, Barata Portugal apoiou o PS-Tábua, nas eleições em que os socialistas apresentaram o médico Rui Graça (já falecido) como candidato, tendo como opositor Ivo Portela, quando este “trocou” o PS pelo PSD, partido pelo qual acabou por ser eleito.
Esta segunda-feira, 10 de Julho, soube-se da morte de um Homem que – para além das suas qualidades académicas (engenheiro civil) e políticas (presidente de Câmara e Deputado na Assembleia da República eleito pelo PPD-Coimbra) – era um marido (esposo de Clara Mercier) e um pai (de Joana e Tiago) e avô extremoso, mas, sobretudo, um Amigo difícil de igualar.
«A dedicação ao concelho foi reconhecida pelo Município de Tábua, ao atribuir ao Eng.º António Barata Portugal em 10 de Abril de 2013 a Medalha da Honra do Concelho, estando ainda o seu nome perpectuado na toponímia da Vila de Tábua. No passado dia 10 de Abril, foi inaugurada a Galeria dos antigos Presidentes de Câmara no Salão Nobre dos Paços do Município, a qual integra a figura de Barata Portugal», lê-se na nota informativa assinada por Ricardo Cruz, presidente do Município de Tábua.
«Barata Portugal fica associado à história de Tábua pela sua dedicação ao serviço público que teve expressão máxima no exercício do nobre cargo de Presidente da Câmara Municipal de Tábua entre 1976-1982 e entre 1986-1989, o qual desempenhou tendo sempre presente o objectivo de dar resposta aos problemas dos tabuenses e contribuir para a construção de um concelho mais desenvolvido», salienta a mesma nota.
Num acto de reconhecimento público do seu valor como cidadão, o presidente da Câmara Municipal, Ricardo Cruz, declarou LUTO MUNICIPAL nos dias 11 e 12 de Julho, tendo sido colocada a meia haste a Bandeira do Município.
O funeral teve lugar na terça-feira, na Igreja de São José, em Coimbra, de onde saiu o cortejo fúnebre para o Complexo Funerário Municipal em Taveiro (Coimbra).
A COMARCA endereça à família, as mais sinceras condolências.
