No passado sábado, 9 de Abril, foi comemorado o 89.º aniversário do ressurgimento da Filarmónica, que ficou marcado pela execução do seu Hino em frente à Casa da Cultura, pela romagem ao cemitério e deposição de uma coroa de flores e o desfile da Filarmónica pela rua e que teve o seu momento alto com o concerto comemorativo que contou com a especial participação do Coro LAUSUS, do Coro Misto da AERG e encerrou com a Filarmónica aniversariante.
Magnífico espectáculo, realizado no auditório da Casa da Cultura, onde as pessoas presentes mais do que os aplausos, não quiseram deixar de se associar à significativa data do ressurgimento da Filarmónica de Góis, que terá iniciado a sua actividade no já muito longínquo ano de 1834, mas depois de muitos períodos bons e menos bons que terão levado até à formação de duas Bandas, cada uma conectada com uma facção política, a Progressista e a Regeneradora (a primeira alcunhada de “Chata”, a segunda de “Cachimbana”) mas que, mesmo assim e pelas muitas dificuldades da época, acabaram por cessar as suas actividades até que, em 1932, são redigidos os novos estatutos e enviados para registo em 5 de Dezembro e, no dia 9 de Abril de 1933, seria formalmente fundada uma nova associação, a “Sociedade Filarmónica Recreativa Goiense”.
Em 1939, é fundada a Associação Educativa e Recreativa de Góis e nela integrada a Banda, “com novos instrumentos e à custa do esforço e competência de todos, sobretudo do seu talentoso regente António Campos”, que a levou a alcançar “um lugar de destaque no distrito de Coimbra, sendo considerada uma das melhores, o que ainda hoje se verifica”, como mais uma vez foi mostrado e demonstrado nesta comemoração do aniversário, ao apresentar-se cada vez mais rejuvenescida mesmo passados que são 89 anos do seu ressurgimento, tendo sempre como propósito primeiro de continuar, tempos fora, a levar longe, a elevar e a honrar o nome da Associação e do concelho de Góis.
Uma das mais prestigiadas instituições do concelho, a Associação Educativa de Recreativa de Góis tem desenvolvido, ao longo dos tempos, uma actividade meritória na cultura e no desporto, mas também não podemos deixar de recordar que foi no seu seio que surgiu a primeira Corporação de Bombeiros, a criação de “um grupo coreográfico, ou rancho, formado por 16 pares, que cedo conquistou a capital com a sua actuação na repleta sala do Coliseu dos Recreios, (…) uma comissão, integrando distintas senhoras do concelho, que um dia por semana, na sede da colectividade, confeccionavam vestuários e agasalhos para os mais carenciados, sobretudo velhos e crianças, a serem distribuídos no Natal em conjunto com alimentos, brinquedos e dinheiro. Neste âmbito, por volta de 1945, foi também instituída a Sopa dos Pobres, que funcionava na Casa de Caridade Rosa Maria”.
Ontem como hoje e sem esquecer os sociais, em termos culturais, recreativos mas também desportivos, “esta Associação toma parte activa em todas as iniciativas que se vão realizando neste âmbito, numa cooperação que se quer dinâmica e criadora”, como voltou a ser destacado na assembleia geral, realizada no passado dia 26 de Março, durante a qual e conforme o relatório de actividades apresentado pela direcção e dado a conhecer aos associados presentes, “o ano de 2021 foi um recomeçar vagaroso e ficará marcado pela crise da pandemia COVID 19 que, mais uma vez, nos obrigou a cancelar e fazer momentos de pausa em praticamente todas as actividades, tempos de inactividade impostos pela confinamento a que todos estivemos sujeitos”.
Mas mesmo assim e de entre outras actividades, possíveis, das secções da Associação – Banda e a sua Escola de Música, Futebol, Coro Misto – não deixaram de ser comemorados, online, o 88.º aniversário do ressurgimento da Filarmónica, a participação no hastear da bandeira do Feriado Municipal, nalguns concertos, na III Gala Filarmónica do Distrito de Coimbra em que foram homenageados músicos com mais de 30 anos das várias Filarmónicas do distrito, tendo a Filarmónica da AERG sido representada por António Alberto Ferreira Lopes, “que fez 50 anos de filarmónico e fez parte desta homenagem, um exemplo para todos nós”, enquanto no que se refere à Escola de Música, foi continuado “um trabalho regular semanal” na formação (com prioridade) de executantes que venham a integrar a Filarmónica.
A secção de Futebol inscreveu na época 2021/2022 equipas nos escalões de Benjamins, Traquinas, Petizes e Seniores, continuando como matriz principal a aposta na formação. A situação provocada pela pandemia também não deixou se se reflectir nesta secção, “desde a não realização dos Campeonatos dos escalões jovens na época anterior até ao início tardio do Campeonato Distrital da I Divisão da Associação de Futebol de Coimbra e que, por força das diversas ocorrências relacionadas com casos de infecção por atletas (…) provocou a desistência de alguns”, mas “face aos elevado de números e jogadores inscritos, cerca e 75 anos, foi possível continuar a competir nos respectivos Campeonatos”.
Em Maio, o Coro Misto deu início, dentro do permitido, aos ensaios presenciais, continuou a ser dirigido pelo Professor Doutor Avelino Correia, “a quem desde já se agradece todo o empenho, dedicação, competência e profissionalismo” e tal como todas as outras actividades da Associação, “é um espaço aberto à participação de todos aqueles que dele queiram ser integrantes”.
O relatório de actividades termina com o apelo “ao espírito de sacrifício e motivação que são necessários a todos os músicos, coralista e atletas para mantermos viva a Associação Educativa e Recreativa de Góis “, ficando por parte da direcção os agradecimentos à Câmara Municipal, Junta de Freguesia, outras entidades, associações e instituições, à comunicação social, nomeadamente à A COMARCA DE ARGANIL, e “uma palavra de agradecimento e apreço a todos aqueles que se envolveram directamente na actividade das diversas secções, ao seus directores que, ”com o seu esforço e dedicação, têm permitido que a AERG continue a ser uma bandeira de referência na cultura e no desporto do concelho de Góis”.
