Na passada quarta-feira, 20 de Julho, nos Paços do Concelho, foi inaugurado pela Secretária de Estado da Igualdade e Migrações, Isabel Almeida Rodrigues, o CLAIM – Centro Local de Apoio à Integração de Migrantes de Góis, “um espaço de partilha, informação e apoio” e que tem como missão “mediar todo o processo de acolhimento e inserção de pessoas migrantes, articulando com as diversas estruturas locais, regionais e nacionais, numa óptica de promoção intercultural ao nível da comunidade”.
“Um espaço de partilha” e também simples e muito acolhedor e que, nas paredes, não deixa de lembrar o primeiro artigo da Declaração Universal dos Direitos Humanos, “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade”. E foi com estas palavras que, na cerimónia de inauguração, o presidente da Câmara Municipal, Rui Sampaio, começou por dizer que “é com base nesse pressuposto que as autarquias locais têm vindo a assumir um papel cada vez mais relevante na implementação da política pública, possibilitando uma maior adequação das respostas através de serviços descentralizados centrados no atendimento de proximidade para permitir uma resposta mais eficaz às populações, em especial às social e economicamente mais vulneráveis”.
“Góis é um concelho comprometido e empenhado em promover a inclusão social de todos os seus habitantes, cuja população conta com residentes estrangeiros em número significativo”, disse Rui Sampaio, e que “se encontram perfeitamente integradas nas comunidades onde vivem, o que nos satisfaz naturalmente”, como antes referiu Helena Moniz, em representação da Assembleia Municipal, acrescentando ainda que “estou certa que os migrantes estão a sentir-se bem em Góis e agora a sentir-se ainda melhor porque têm o apoio deste Centro, que é um forte contributo para a continuação da promoção e da inclusão social e da igualdade de oportunidades e da não descriminação e ao mesmo tempo uma mais-valia para valorização da diversidade cultural que a todos nos enriquece”.
De acordo com os últimos dados estatísticos da Pordata, “o concelho de Góis aumentou em 8,6% a população de estrangeiros respeitantes ao ano de 2020, com estatuto legal”, como deu a conhecer o presidente da Câmara e, “nesse sentido” e com a implementação do Centro Local de Apoio à Integração de Migrantes de Góis, a autarquia está comprometida a “garantir o essencial e devido acolhimento e acompanhamento a cidadãos migrantes”, salientando “que, para mim, não se trata exclusivamente da assinatura de um protocolo importante, mas o materializar de uma política pública de integração de migrantes, com acção local, facilitadora do cumprimento estratégico do Plano Nacional de Implementação do Pacto Global para as Migrações e das políticas públicas assumidas em prol da integração”.
E depois de recordar que “em 2019, Góis estabeleceu um protocolo com o Alto Comissariado para as Migrações para acolher e integrar pessoas refugiadas, durante 18 meses, tendo levado a cabo a integração de uma família numerosa síria, que se mantem há três anos a residir em Góis”, Rui Sampaio referiu que, através de parcerias estabelecidas, “a Câmara tem vindo a agir proactivamente, procurando respostas para as necessidades desta franja da população, porque apesar de “migrante”, “asilado” ou “refugiado”, serem termos distintos, “pretendemos que o CLAIM de Góis possa integrar de forma profissional e humanizada todos aqueles que necessitem de apoio imediato em pleno respeito pela sua condição”.
E depois de relembrar algumas acções em prol do acolhimento a cidadãos estrangeiros e para com o povo ucraniano, o presidente da Câmara considerou, por isso, que “Góis procura caminhar na linha da frente em medidas de intervenção e bem-estar de todos”, sendo um exemplo dessa intenção o protocolo de colaboração tripartido “Porta de Entrada- Programa de Apoio ao Alojamento Urgente”, estabelecido entre a autarquia, o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana e o Alto Comissariado para as Migrações, e fazendo suas as palavras escolhidas para uma campanha de sensibilização da Plataforma de Apoio ao Refugiados, terminou por dizer “vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar” e que deverão “ser o mote para a acção por parte de cada um de nós” porque, “hoje por eles amanhã, quem sabe, por nós”.
Numa rede que acresce aos quatro Centros nacionais localizados em Lisboa, Porto, Coimbra e Beja, Góis será o 152.º a inaugurar o Centro Local de Apoio à Integração de Migrantes em Portugal, como deu a conhecer a Secretária de Estado da Igualdade e Migrações, considerando tratar-se de uma aposta “que Portugal fez de territorialização dos migrantes, que se tem mostrado muito acertada, porque estes Centros Locais constituem um recurso fundamental de apoio aos migrantes e proporciona também uma grande interação entre todos”.
“Ter uma visão integradora é fundamental para responder a situações de emergência humanitária e a este apelo constante de pessoas que continuam a movimentar-se no mundo”, considerou Isabel Rodrigues, referindo depois que “em matéria de migração, somos um dos países que mais aposta no acolhimento com dignidade”, acentuando “é muito importante que seja sempre um acolhimento que salvaguarde a dignidades das pessoas e dê igualdade de oportunidades para que consigam realizar os seus projectos junto de nós”.
E depois de referir ser “muito gratificante para o Governo ter encontrado também na Câmara Municipal de Góis um parceiro que, através do Instituto púbico que executa politica de migração e que é o Alto Comissariado para as Migrações, aqui muito bem representado pelo dr. José Reis”, a Secretária de Estado considerou que “as políticas públicas para responder às necessidades dos cidadãos têm que ser feitas junto dos territórios onde essas pessoas se encontram” e que “acolher bem e receber os nossos migrantes é, em primeiro lugar, uma oportunidade de honrarmos o nosso compromisso com os direitos humanos e de aproveitarmos a riqueza extraordinária que vem dessas pessoas que nos procuram, aqui em Góis são 26 nacionalidades que convivem, onde todos vivem de forma absolutamente integrada na comunidade”, terminando por deixar o desafio a todos os presentes para “continuarmos a trabalhar em conjunto, aproveitando todas as oportunidades que existem neste momento” e, para isso, “precisamos do contributo de todos, não apenas da autarquia, de outras entidade, das instituições, de todos os actores na comunidade”.