GÓIS: “Continuamos a exigir ao Poder Central que assuma a parcela de responsabilidade que lhe cabe”

O presidente da Câmara Municipal considerou que “ser autarca é a mais nobre missão que pode ser desempenhada na política”

Depois do hastear da Bandeira Nacional no edifício dos Paços do Concelho, um dos momentos altos e marcantes das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, foi a sessão solene comemorativa desta histórica data que se seguiu no auditório da Casa da Cultura onde, além das intervenções dos representantes das bancadas com assento na Assembleia Municipal, usou da palavra o presidente da Câmara Municipal, Rui Sampaio, que depois de saudar particularmente um dos convidados presentes, o alcaide de Oroso, Alex Doval, em representação do Município espanhol geminado com Góis, disse que “volvidos 50 anos da instituição do regime democrático, continuamos a exigir ao Poder Central que assuma a parcela de responsabilidade que lhe cabe, instando-o a criar os mecanismos conducentes a uma maior homogeneidade e coesão territorial, com reflexo na dinâmica estrutural e económica, capaz de inverter a tendência verificada nas últimas décadas”.

E depois de exortar os presentes “a refletir sobre a liberdade que queremos preservar e garantir”, Rui Sampaio afirmou que  “continuamos atentos e junto da comunidade a apostar e a investir fortemente em respostas abrangentes, nomeadamente na identificação das carências habitacionais das populações mais desfavorecidas, como é o caso da Estratégia Local de Habitação do Concelho de Góis, na reabilitação das escolas, na melhoria dos espaços públicos, na prestação de apoios às famílias, na captação de investimento, no apoio às micro, pequenas e médias empresas e às Instituições de Solidariedade Social e em tantas outras frentes, sempre na defesa da melhoria da qualidade de vida dos munícipes e no desenvolvimento do território”.

O presidente da Câmara Municipal não deixou de recordar também “as dez grandes conquistas do 25 de Abril, (…) o Poder Local é, indubitavelmente, uma das maiores realizações do 25 de Abril, porquanto representa a garantia do apoio do Estado às necessidades básicas das populações”, ao mesmo tempo que prestou homenagem “a todos os autarcas, de hoje e de ontem”, porque e como considerou, “ser autarca é a mais nobre missão que pode ser desempenhada na política, pela afectividade e proximidade com as pessoas e pela capacidade de melhorar as suas vidas, com as suas decisões e medidas”, sem contudo deixar de  referir que, “apesar destas conquistas, às vezes, parece que marcamos passo e que um futuro melhor parece difícil de alcançar”.

 “Ainda existe muito por fazer na erradicação do ódio, da discriminação, do racismo, da violência doméstica, na saúde, na educação, nos salários baixos e na habitação”, salientou Rui Sampaio, pelo que “importa que saibamos estar atentas e atentos às velhas fórmulas, como o populismo, a xenofobia e a demagogia, que andam a par com a ignorância e que arriscam a crença na democracia e no respeito pelo pluralismo” e, referindo-se ao programa comemorativo, a decorrer desde 8 de Abril e até ao dia 24 de Novembro, disse que é “aberto a todas e a todos”, contemplando “exposições, concertos, espetáculos, cinema, oficinas, debates, desafios de escrita, recitais de poesia, uma caminhada pela liberdade e pela paz, num conjunto de 20 acções gratuitas, dirigidas a um público diversificado”.

Ainda integrado no programa das comemorações, no dia 3 de Maio, pelas 19 horas, no Espaço Bar da Casa da Cultura, destaque para a conferência de imprensa “Abril e a Liberdade de imprensa e o direito de expressão”, no âmbito da comemoração do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa.

A programação completa das comemorações, que se prolonga até 24 de Novembro próximo, pode ser consultada através do site www.cm-gois.pt.